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Inhambu-anhangá

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaInhambu-anhangá
Espécime avistado em 2008
Espécime avistado em 2008
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Tinamiformes
Família: Tinamidae
Género: Crypturellus
Espécie: C. variegatus
Nome binomial
Crypturellus variegatus
(Gmelin, 1789)
Distribuição geográfica
Distribuição do inhambu-anhangá na América do Sul
Distribuição do inhambu-anhangá na América do Sul

Inhambu-anhangá[2][3][4] (nome científico: Crypturellus variegatus), também chamado anhanga, inambuanhanga, inamuanhanga, inhambuanhanga, nambuanhanga, poranga, sucuíra e chororão,[5] é uma espécie de ave tinamiforme da família dos tinamídeos (Tinamidae) comumente encontrada em terras baixas de florestas úmidas em regiões subtropicais e tropicais do norte da América do Sul.[6]

O nome do gênero, Crypturellus, é formado a partir das duas palavras gregas: kruptos, que significa "coberto" ou "escondido", e oura, que significa "cauda", com o latim -ellus significando "diminutivo". Portanto, Crypturellus significa "pequena cauda escondida".[7] O vernáculo inhambu deriva do tupi ina'mbu ("ave que corre a prumo") ou, como proposto por Teodoro Sampaio em O Tupi na Geografia Nacional (TupGN), de iam'bu ("a que se levanta com estrépito"). Foi citado pela primeira vez em 1618 como jnhambu, depois ynambu em 1631 e finalmente inhambu em 1783.[8] Anhangá, por sua vez, deriva do tupi a'ñanga ("gênio da floresta protetor da flora e da fauna"), utilizado no âmbito da mitologia tupi. Foi registrado por Hans Staden como Ingange num livro alemão de 1553, e depois apareceu como anhangas em 1663 e anhangá em 1675.[9]

O inhambu-anhangá é uma espécie monotípica.[6] Todos os tinamiformes são da família dos tinamídeos, e no esquema maior também são ratitas. Ao contrário de outras ratitas, os tinamiformes podem voar, embora em geral não sejam voadores fortes. Todas as ratitas evoluíram de pássaros voadores pré-históricos, e os tinamiformes são os parentes vivos mais próximos desses pássaros. Johann Friedrich Gmelin identificou pela primeira vez o inhambu-anhangá de um espécime de Caiena, Guiana Francesa, em 1789.[10]

O inhambu-anhangá tem aproximadamente de 29,5 a 33 centímetros (11,6–13,0 polegadas) de comprimento. A parte superior das costas é ruiva, e a parte inferior das costas e as asas são pretas com faixas amareladas conspícuas. Sua garganta é branca, e seu pescoço e parte superior do peito são ruivos brilhantes.[10]

Comportamento

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Como outros tinamiformes, o inhambu-anhangá come frutas do chão ou arbustos baixos. Também come pequenas quantidades de invertebrados, botões de flores, folhas tenras, sementes e raízes. O macho incuba os ovos que podem vir de até quatro fêmeas diferentes e, em seguida, os cria até que estejam prontos para ficarem sozinhos, geralmente duas a três semanas. O ninho está localizado no chão em arbustos densos ou entre contrafortes de raiz elevados. Os inhambu-anhangá têm uma chamada que consiste em cinco notas trêmulas de afinação uniforme, às vezes com as notas se fundindo em um trinado, embora a primeira nota seja sempre distinta e desça.[10]

Distribuição e habitat

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O inhambu-anhangá vive em florestas úmidas de planície[11] com vegetação rasteira densa[10] no sul e leste da Colômbia, sul da Venezuela, Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Brasil, leste do Peru, leste do Equador e norte da Bolívia.[6] Prefere uma altitude de 100 a 1 300 metros (330–4 270 pés).[10][11]

Conservação

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O inhambu-anhangá está listado como menos preocupante na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN),[1] com uma faixa de ocorrência de 5 400 000 quilômetros quadrados (2 100 000 milhas quadradas).[11] Em 2005, foi classificado como em perigo na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[12] em 2010, como em perigo na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais;[13] e em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)[14][15] e criticamente em perigo na Lista das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção no Estado do Rio de Janeiro.[16]

Referências

  1. a b BirdLife International (2016). «Crypturellus variegatus». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2016: e.T22678223A92762055. doi:10.2305/IUCN.UK.2016-3.RLTS.T22678223A92762055.enAcessível livremente. Consultado em 23 de abril de 2022 
  2. Gomes, Wagner (7 de fevereiro de 2013). «Lista das espécies de aves brasileiras com tamanhos de anilha recomendados». Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) 
  3. «Lista das espécies de aves brasileiras com tamanhos de anilha recomendados - Ordem sistemática e taxonômica segundo lista primária do CBRO». DOU (249): 121. 24 de dezembro de 2013. ISSN 1677-7042 
  4. Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 95. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022 
  5. «Chororão». Michaelis. Consultado em 23 de abril de 2022 
  6. a b c Clements, James (2007). The Clements Checklist of the Birds of the World 6.ª ed. Ítaca, Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cornell. ISBN 978-0-8014-4501-9 
  7. Gotch, A. F. (1995) [1979]. «Tinamous». Latin Names Explained. A Guide to the Scientific Classifications of Reptiles, Birds & Mammals. Nova Iorque: Facts on File. p. 183. ISBN 0-8160-3377-3 
  8. Grande Dicionário Houaiss, verbete inhambu
  9. Grande Dicionário Houaiss, verbete anhangá
  10. a b c d e Davies, S. J. J. F. (2003). «Tinamous». In: Hutchins, Michael. Grzimek's Animal Life Encyclopedia. 8 Birds I Tinamous and Ratites to Hoatzins 2.ª ed. Farmington Hills, MI: Gale Group. pp. 57–59, 64. ISBN 0-7876-5784-0 
  11. a b c BirdLife International (2008). «Variegated Tinamou - BirdLife Species Factsheet». Data Zone. Consultado em 9 de fevereiro de 2009 
  12. «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022 
  13. «Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna do Estado de Minas Gerais» (PDF). Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM. 30 de abril de 2010. Consultado em 2 de abril de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2022 
  14. «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018 
  15. «Crypturellus variegatus (Gmelin, 1851)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 22 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022 
  16. «Texto publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro contendo a listagem das 257 espécies» (PDF). Rio de Janeiro: Governo do Estado do Rio de Janeiro. 2018. Consultado em 2 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 2 de maio de 2022