História de Colônia
A História de Colônia/Colónia (em alemão: Köln), a mais antiga cidade grande da Alemanha, pode ser dividida em vários períodos.
Romano[editar | editar código-fonte]
Em 39 a.C., a tribo dos úbios entraram em acordo com as forças romanas e ocuparam a margem esquerda do Rio Reno. Seu quartel general era Ópido dos Úbios (em latim: Oppidum Ubiorum), e ao mesmo tempo uma base militar romana importante. Em 50, Agripina, a Jovem, mulher do imperador Cláudio, que havia nascido em Colônia, pediu que sua vila natal fosse elevada ao estatuto de colônia — uma cidade sob a lei romana. Foi chamada Colônia Cláudia Ara Agripinense (em latim: Colonia Claudia Ara Agrippinensis; lit. colônia de Cláudio e altar de Agripina), ou Colônia Agripina (em latim: Colonia Agrippina.
Em 80, iniciou-se o fornecimento de água com o aqueduto Eifel, um dos mais longos aquedutos do Império Romano, que provia a cidade diariamente com 20.000 metros cúbicos de água. Dez anos depois, a colônia tornar-se-ia a capital da província romana da Germânia Inferior com uma população total de 45.000 habitantes.
Em 260, Póstumo fez de Colônia a capital do Império das Gálias que incluía as províncias alemã e gálica, Britânia e as províncias da Hispânia. O Império Gálico duraria por apenas catorze anos. Por volta do século III, apenas 20 000 moravam na cidade e em seus arredores. Em 310, o imperador Constantino (r. 306–337) construiu uma ponte sobre o Reno; esta era guardada pelo castelo (em latim: castellum) Divícia (em latim: Divitia; hoje "Deutz").
No ano de 321 documentou-se judeus em Colônia. Não se sabe exatamente quando os judeus chegaram na área do Reno mas a comunidade de Colônia diz ser a mais antigo ao norte dos Alpes.
Merovíngios e carolíngios[editar | editar código-fonte]
Em 355, as tribos alamanas fizeram cerco à cidade por dez meses. Nesta época, o exército da Colônia Agripina estava sob o comando de Marco Vitelo. A cidade foi capturada após os meses do cerco e foi re-estabelecida como colônia romana vários meses depois pelo futuro imperador romano Juliano. Em 455, os francos salianos finalmente capturaram Colônia e a tornaram sua capital.
Príncipes-Bispos de Colônia[editar | editar código-fonte]
O primeiro bispo cristão de Colônia foi São Materno. Ele foi o responsável pela construção da primeira catedral, um prédio quadrangular erigido no início do século IV. Em 794, Hildebaldo (ou Hildeboldo) foi o primeiro Bispo d Colônia a ser elevado a Arcebispo de Colônia. Bruno I (925-965), irmão mais novo de Otão I, Imperador d Santo Império, fundou diversos monastérios na cidade. Arcebispos de Colônia subsequentes tornaram-se muto influentes como conselheiros dos saxões, e das dinastias Saliana e Hohenstaufen. A partir de 1031, eles também passaram a ser os Arquichanceleres de Itália. Entre 1159 e 1167, Reinaldo de Dassel foi Arcebispo de Colônia, bem como Chanceler Imperial e conselheiro do imperador Frederico Barbarossa.
Em 1074 a comuna foi formada. Pelo século XIII, as relações entre a cidade de Colônia e seus arcebispos tornou-se difícil, e após a batalha de Worringen em 1288, Colônia tornou-se para todos os efeitos uma cidade livre (embora este status não seria confirmado formalmente até 1475) e os arcebispo passaram e residir em Bonn. Eles não voltariam a viver em Colônia novamente até 1821.
Liga Hanseática[editar | editar código-fonte]
Colônia foi um dos membros principais da "Hanse", especialmente através do comércio com a Inglaterra.
Ocupação Francesa[editar | editar código-fonte]
As Guerras Revolucionárias Francesas resultaram na ocupação de Colônia e da região do Reno em 1794. Nos anos seguintes os franceses consolidariam sua presença. Em 1798 Colônia tornar-se-ia um arrondissement no recentemente criado Département de la Roer. No mesmo ano a Universidade de Colônia seria fechada. Em 1801 todos os cidadãos de Colônia ganharam cidadania francesa. Em 1804 Napoleão Bonaparte visitou a cidade com sua esposa Joséphine de Beauharnais. A ocupação francesa de Colônia acabaria em 1814.
Prussiana[editar | editar código-fonte]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/6a/Tombleson_Cologne.jpg/220px-Tombleson_Cologne.jpg)
Em 1814, Colônia foi ocupada por tropas prussianas e russas. Em 1815, Colônia e a região do Reno foram alocadas à Prússia.
Terceiro Reich[editar | editar código-fonte]
No inicio do Terceiro Reich, Colônia foi vista como um território difícil pelos nazistas por causa das profundas influências dos comunistas e da Igreja Católica na cidade.
Planejou-se reconstruir grande parte do centro da cidade, com uma rua principal conectando a estação de Deutz e a estação principal, que seria movida de próxima à catedral a uma área adjacente ao campus da universidade atual, com um largo campo para paradas, o Maifeld, próximo à estação principal. O Maifeld, entre o campus e o lago artificial Aachener Weiher foi a única parte deste plano ambicioso completada antes do início da guerra. Após a guerra, os restos do Maifeld foram enterrados com entulho oriundos de prédios bombardeados e transformados num parque com colinas ondulantes, denominado Hiroshima-Nagasaki-Park em agosto de 2004, como um memorial às vítimas das bombas nucleares de 1945. Um memorial inconspícuo às vítimas do regime nazista pode ser encontrado em uma das colinas.
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/7f/Koeln_1945.jpg/220px-Koeln_1945.jpg)
Na Segunda Guerra Mundial, 90% das construções de Colônia foram destruídas por bombardeios aéreos dos aliados (em sua maioria Royal Air Force (RAF)). Na noite de 30 de maio de 1942 Colônia foi o alvo dos 1000 primeiros ataques aéreos da guerra. O número de casualidades reportadas foi entre 469 e 486, dos quais 411 eram civis e 58 militares. 5027 pessoas foram listadas como feridos e 45 132 como deslocados. Estima-se dos cerca de 135 000 a 150 000 habitantes de Colônia (de uma população de aproximadamente 700 000) tenham fugido da cidade após o ataque. A RAF perdeu 43 aviões, 3.9 % dos 1.103 bombardeiros enviados no ataque..[1]
Em 10 de novembro de 1944, uma dúzia de membros do grupo anti-nazista Ehrenfeld foram enforcados em público. Seis deles eram garotos de 16 anos da gangue juvenil Piratas de Edelweiss, incluindo Barthel Schink; Fritz Theilen sobreviveu.
O vendedor de livros Gerhard Ludwig, que trabalhou para a influente editor Neven du Mont em 1941, foi demitido imediatamente quando começou a ter problemas com a Gestapo por razões políticas. Com seu regresso a Colônia, após a sua libertação do campo de concentração de Sachsenhausen, em 1946, o editor Neven du Mont descobriu e reclamou da libertação de prisioneiros do campo - ele ainda os via como "criminosos".
Judeus em Colônia[editar | editar código-fonte]
Em 321, um édito do imperador Constantino possibilitou que os judeus fossem eleitos para a Câmara Municipal. O primeiro pogrom contra os judeus ocorreu em 1349, e em 1424 eles foram expulsos da cidade, mas foram autorizados a regressar em 1798.
Quando os nazistas chegaram ao poder em 1933, a população judaica de Colônia era de aproximadamente 20.000. Em 1939, 40% dos judeus da cidade já tinham emigrado. A grande maioria dos que permaneceram já haviam sido deportados para os campos de concentração em 1941. As áreas de feiras, próximas a estação ferroviária de Deutz, foram usadas para agrupar a população judaica para deportação aos campos de morte e também para venda pública dos seus pertences domésticos.
Em Kristallnacht no ano de 1938, a sinagoga de Colônia foi incendiada.
Colônia pós-guerra[editar | editar código-fonte]
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/66/K%C3%B6ln_Messe_Eingang_S%C3%BCd.jpg/220px-K%C3%B6ln_Messe_Eingang_S%C3%BCd.jpg)
Apesar de Colônia ser a maior cidade da região, Düsseldorf foi escolhida como capital política do recém-criado Estado da Renânia do Norte-Vestfália. Com a escolha de Bonn para capital da República Federal da Alemanha, Colônia se beneficiou por sua localização entre os dois mais importantes centros políticos da antiga Alemanha Ocidental. A cidade se tornou a sede de um grande número de agências federais e organizações. Após a reunificação, em 1990, uma nova situação tem sido politicamente coordenada com a nova capital federal, a cidade de Berlim.
Em 1945, o arquiteto e planejador urbano Rudolf Schwarz chamou Colônia de "a maior pilha de escombros do mundo". Schwarz desenhou um super plano de reconstrução em 1947, que previa a construção de várias novas vias no centro da cidade, especialmente a "Nord-Süd-Fahrt" (Avenida-Norte-Sul). O super plano levou em consideração o fato de que, mesmo pouco tempo após a guerra, um grande aumento do tráfego de automóvel poderia ser antecipado. Planos para novas vias já tinham evoluído na época da administração nazista, mas a própria construção se tornou muito mais fácil nesta época em que as áreas do centro da cidade se encontravam mais livres. A destruição de famosas igrejas românicas como a Basílica de St. Gereon, Grande Igreja de St. Martin, Santa Maria im Capitólio e cerca de uma dúzia de outras, significou uma enorme perda de recursos culturais para a cidade. A reconstrução dessas igrejas e outros lugares como o Gürzenich, não foi unanimidade entre os principais arquitetos e historiadores de arte na época, mas, na maioria dos casos, prevaleceu a opinião civil. A reconstrução durou até 1990, quando a igreja românica de São Cutiberto foi concluída.
Demorou algum tempo para reconstruir a cidade. Em 1959, a população da cidade atingiu o número do pré-guerra. A partir daí a cidade cresceu constantemente, e, em 1975, o número excedeu 1 milhão de habitantes por cerca de um ano. Desde então, o número diminuiu e vem se mantendo ligeiramente abaixo deste patamar.
Nas décadas de 1980 e 1990, a economia de Colônia prosperou a partir de dois fatores: em primeiro lugar, o crescimento do número de empresas de comunicação, pertencentes tanto ao setor privado quanto ao setor público. O Media Park foi concebido especialmente para essas empresas e cria um forte visual no centro de Colônia com a KölnTurm, um dos mais proeminentes arranha-céus de Colônia. E segundo, uma permanente melhoria da infra-estrutura de tráfego, o que faz de Colônia uma das áreas metropolitanas mais facilmente acessíveis da Europa Central.
Devido ao sucesso econômico da Feira de Colônia, a cidade proporcionou um novo e amplo espaço para a feira de 2005. Ao mesmo tempo, os edifícios originais, que remontam a década de 1920, foram arrendados para a RTL, maior empresa privada de radiodifusão da Alemanha, como sua nova sede corporativa.
Uma polêmica está em curso desde 2007 com relação à construção prevista de uma mesquita muçulmana a 3 km da imponente catedral de Colônia.[2] A 28 de agosto de 2008, o conselho da cidade votou a aprovação da construção da mesquita..[3]
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ "[1] Arquivado em 5 de novembro de 2011, no Wayback Machine. Bombardeio de Colônia".
- ↑ Harry de Quetteville. "Huge mosque stirs protests in Cologne". Telegraph, June 26, 2007.
- ↑ Jenkner, Carolyn. "Go-Ahead for Germany's Biggest Mosque," Spiegel Online. August 29, 2008.