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Eleição presidencial no Brasil em 2006

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 Nota: Para as outras eleições, veja Eleições gerais no Brasil em 2006.
2002 Brasil 2010
Eleição presidencial no Brasil em 2006
1 de outubro (primeiro turno)
29 de outubro (segundo turno)
Comparecimento 83,25% (primeiro turno)
81,01% (segundo turno)
Candidato Lula da Silva Geraldo Alckmin
Partido PT PSDB
Natural de Garanhuns, Pernambuco Pindamonhangaba, São Paulo
Vice José Alencar
(PRB)
José Jorge
(PFL)
Votos 58 295 042 37 543 178
Porcentagem 60,83% 39,17%
Candidato mais votado no 2º turno por unidade federativa.

Parte da série sobre
Política do Brasil
Portal do Brasil

A eleição presidencial de 2006 no Brasil foi realizada em dois turnos. O primeiro aconteceu em 1 de outubro de 2006, e o segundo em 29 de outubro de 2006, ambos em domingos. Foi a quinta eleição presidencial do país após a promulgação da Constituição Federal de 1988.

Contexto histórico

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As eleições de 2006 aconteceram em meio a uma nítida reorganização das forças políticas do país. Nas eleições gerais anteriores, após três tentativas consecutivas, o Partido dos Trabalhadores (PT), representado pelo seu candidato Luiz Inácio Lula da Silva chegava pela primeira vez à Presidência da República, em meio a um temor generalizado por parte do mercado financeiro internacional com relação a riscos de desestabilização econômica e descumprimento de contratos. O Partido da Social-Democracia Brasileira, que ocupara anteriormente o cargo durante oito anos, viu sua força política reduzida à medida que o novo governo passava a assumir uma política econômica próxima à do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

À época foi iniciada a cogitação de que o PT tomava o lugar do PSDB como representante do Brasil da social-democracia.[carece de fontes?] Posteriormente, constatou-se que isto ocorreu à medida em que as políticas de governo do PT foram nesta linha[1] e o PSDB abandonou a social-democracia e tornou-se um partido mais à direita.[2]

Nota: a tabela a seguir está organizada por ordem alfabética de candidatos.

Presidente Cargo político anterior Vice-presidente Coligação Número eleitoral Tempo de horário eleitoral[3][4]
Candidato Partido Candidato Partido
Ana Maria Rangel
(Campanha)
  PRP Sem
cargo
político
anterior
Delma Gama
e
Narici
  PRP Sem
coligação
44
Cristovam Buarque
(Campanha)
  PDT Senador
pelo
Distrito Federal
(2003-2019)
Jefferson Peres   PDT Sem
coligação
12 2 minutos e 23 segundos
Geraldo Alckmin
(Campanha)
  PSDB Governador
de
São Paulo
(2001-2006)
José Jorge   PFL Por um Brasil Decente
(PSDB, PFL)
45 10 minutos e 22 segundos
Heloísa Helena
(Campanha)
  PSOL Senadora
por
Alagoas
(1999-2007)
César Benjamin   PSOL Frente de Esquerda
(PSOL, PCB, PSTU)
50 1 minuto e 11 segundos
José Maria Eymael
(Campanha)
  PSDC Deputado federal
por
São Paulo
(1986-1995)
José Paulo Netto   PSDC Sem
coligação
27
Luciano Bivar
(Campanha)
  PSL Deputado federal
por
Pernambuco
(1999-2003)
Américo de Souza   PSL Sem
coligação
17
Luiz Inácio
Lula
da Silva

(Campanha)
  PT Presidente
do
Brasil
(2003-2011)
José Alencar   PRB A Força do Povo
(PT, PRB, PCdoB)
13 7 minutos e 21 segundos

Candidaturas indeferidas

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Presidente Cargo político anterior Vice-presidente Coligação Número eleitoral Tempo de horário eleitoral
Candidato Partido Candidato Partido
Rui Costa Pimenta
(Campanha)
  PCO Sem
cargo
político
anterior
Pedro Paulo de Abreu   PCO Sem
coligação
29
Candidato(a) Vice 1º turno
1 de outubro de 2006
2º turno
29 de outubro de 2006
Votação
Fonte: TSE
Total Percentagem Total Percentagem
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) José Alencar (PRB) 46 662 365 48,60% 58 295 042 60,83%
Geraldo Alckmin (PSDB) José Jorge (PFL) 39 968 369 41,62% 37 543 178 39,17%
Heloísa Helena (PSOL) César Benjamin (PSOL) 6 575 393 6,85%
Cristovam Buarque (PDT) Jefferson Péres (PDT) 2 538 844 2,64%
Ana Maria Rangel (PRP) Delma Gama e Narcini (PRP) 126 404 0,13%
José Maria Eymael (PSDC) José Paulo da Silva Neto (PSDC) 63 294 0,07%
Luciano Bivar (PSL) Américo de Souza (PSL) 62 064 0,06%
Rui Costa Pimenta (PCO)[nota 1] Pedro Paulo Pinheiro (PCO) 0 0,00%
Total de votos válidos 96 022 502 91,61% 95 838 220 93,96%
Votos em branco 2 866 205 2,73% 1 351 448 1,33%
Votos nulos 5 931 752 5,66% 4 808 553 4,71%
Total 104 820 459 83,25% 101 998 221 81,01%
Abstenções 21 092 675 16,75% 23 914 714 18,99%
Total de inscritos 125 913 134 66,02% 125 912 935 66,02%
População nacional estimada 190 698 241 100% 190 698 241 100%
  Eleito


Eleição Presidencial 2006 (1º turno)
Partido Candidato Votos Votos (%)
  PT Lula 46 662 365
 
48,61%
  PSDB Alckmin 39 968 369
 
41,64%
  PSOL Helena 6 575 393
 
6,85%
  PDT Buarque 2 538 844
 
2,64%
  PRP Ana 126 404
 
0,13%
  PSDC Eymael 63 294
 
0,07%
  PSL Bivar 62 064
 
0,06%
  PCO Rui 0
 
0%
Totais 95 996 733  
Eleição Presidencial 2006 (2º turno)
Partido Candidato Votos Votos (%)
  PT Lula 58 295 042
 
60,83%
  PSDB Alckmin 37 543 178
 
39,17%
Totais 95 838 220  

Primeiro turno

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Segundo os resultados do primeiro turno:
  Estados onde Lula venceu
  Estados onde Alckmin venceu
  Estados onde Luiz Inácio Lula da Silva venceu
  Estados onde Geraldo Alckmin venceu
Estado[7] Eleitorado Abstenção % Lula % Alckmin % Heloísa % Outros % Votos brancos % Votos nulos %
 Acre 412 840 78 422 19,00% 133 221 42,62% 161 889 51,79% 13 082 4,18% 4 414 1,42% 4 018 1,20% 17 794 5,32%
 Alagoas 1 859 487 345 737 18,59% 625 162 46,63% 506 722 37,79% 178 557 13,32% 30 274 2,26% 48 020 3,17% 125 015 8,26%
 Amapá 360 614 51 487 14,28% 160 675 54,40% 95 070 32,19% 29 711 10,06% 9 923 3,36% 2 474 0,80% 11 274 3,65%
 Amazonas 1 781 316 316 270 17,76% 1 070 656 78,06% 170 785 12,45% 90 479 6,60% 39 588 2,89% 18 792 1,28% 74 676 5,10%
Bahia Bahia 9 109 353 1 884 249 20,68% 4 293 200 66,65% 1 676 484 26,03% 276 325 4,29% 195 048 3,03% 201 151 2,78% 582 896 8,07%
 Ceará 5 361 581 932 013 17,38% 2 852 895 71,22% 912 726 22,79% 148 886 3,72% 90 991 2,28% 93 891 2,12% 330 179 7,45%
 Distrito Federal 1 655 050 229 750 13,88% 499 407 37,05% 594 521 44,11% 165 420 12,27% 88 457 6,57% 21 237 1,49% 56 258 3,95%
 Espírito Santo 2 336 133 393 284 16,83% 953 609 52,97% 668 792 37,15% 107 172 5,95% 70 821 3,94% 51 476 2,65% 90 979 4,68%
 Goiás 3 734 185 640 034 17,14% 1 143 122 40,17% 1 465 628 51,50% 179 102 6,29% 58 209 2,05% 67 409 2,18% 180 681 5,84%
 Maranhão 3 920 608 817 081 20,84% 2 128 103 75,50% 530 164 18,81% 80 749 2,86% 79 582 2,82% 55 177 1,78% 229 752 7,40%
 Mato Grosso 1 940 270 390 654 20,13% 557 244 38,65% 790 320 54,82% 59 201 4,11% 34 871 2,42% 28 575 1,84% 79 405 5,12%
 Mato Grosso do Sul 1 561 181 272 233 17,44% 439 965 35,99% 687 583 56,25% 68 112 5,57% 26 802 2,19% 17 422 1,35% 49 064 3,81%
 Minas Gerais 13 679 738 2 447 141 17,89% 5 192 439 50,80% 4 151 507 40,62% 579 920 5,67% 296 707 2,90% 384 798 3,43% 627 226 5,58%
Pará Pará 4 157 735 824 058 19,82% 1 631 569 51,78% 1 310 437 41,59% 149 278 4,74% 59 392 1,89% 53 781 1,61% 129 220 3,88%
 Paraíba 2 573 766 419 613 16,30% 1 258 341 65,31% 537 042 27,87% 80 351 4,17% 50 920 2,65% 57 181 2,65% 170 318 7,91%
 Paraná 7 121 257 1 153 861 16,20% 2 111 589 37,90% 2 953 572 53,01% 301 688 5,41% 204 569 3,67% 145 476 2,44% 250 502 4,20%
 Pernambuco 5 834 512 1 064 542 18,25% 2 993 618 70,93% 964 730 22,86% 157 966 3,74% 104 030 2,46% 178 589 3,74% 371 037 7,78%
 Piauí 2 073 504 334 856 16,15% 1 055 600 67,28% 440 063 28,05% 38 867 2,48% 34 423 2,18% 33 700 1,94% 135 995 7,82%
 Rio de Janeiro 10 891 293 1 635 603 15,02% 4 092 648 49,18% 2 402 076 28,86% 1 425 699 17,13% 402 110 4,83% 292 369 3,16% 640 788 6,92%
 Rio Grande do Norte 2 101 144 311 232 14,81% 952 796 60,17% 499 934 31,57% 81 185 5,13% 49 630 3,13% 49 368 2,76% 156 999 8,77%
 Rio Grande do Sul 7 750 583 1 073 755 13,85% 2 052 656 33,07% 3 460 730 55,76% 439 959 7,09% 253 396 4,08% 214 245 3,21% 255 842 3,83%
 Rondônia 988 631 202 715 20,50% 329 598 45,06% 344 096 47,04% 40 753 5,57% 16 973 2,32% 13 595 1,73% 40 901 5,20%
 Roraima 233 596 34 357 14,71% 49 433 26,15% 112 908 59,73% 22 034 11,66% 4 647 2,46% 2 193 1,10% 8 024 4,03%
 Santa Catarina 4 168 495 580 322 13,92% 1 108 851 33,22% 1 889 277 56,61% 220 431 6,60% 119 063 3,57% 85 003 2,37% 165 548 4,61%
 São Paulo 28 037 734 4 265 836 15,21% 8 091 867 36,77% 11 927 802 54,20% 1 558 639 7,08% 430 735 1,96% 709 170 2,98% 1 053 685 4,43%
 Sergipe 1 299 785 188 227 14,48% 476 399 47,33% 446 454 44,36% 62 544 6,21% 21 068 2,09% 28 229 2,54% 76 864 6,91%
 Tocantins 882 728 160 646 18,20% 392 151 58,62% 249 544 37,31% 15 989 2,39% 11 244 1,68% 7 603 1,05% 45 551 6,31%
Total 125 913 134 21 092 675 16,75% 46 662 365 48,61% 39 968 369 41,64% 6 575 393 6,85% 2 790 606 2,90% 2 866 205 2,73% 5 957 521 5,68%

Segundo turno

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Segundo os resultados do 2° Turno:
    Estados onde Luiz Inácio Lula da Silva venceu (19 + DF)     Estados onde Alckmin venceu (7)

O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito em segundo turno para mais quatro anos de governo no Brasil[8].

Lula obteve 58.295.042 votos (60,83% dos votos válidos), contra 37.543.178 (39,17%) de Geraldo Alckmin[9], que, por sua vez, registrou um marco histórico ao receber menos votos no segundo turno em relação ao primeiro. No segundo turno o TSE divulgou que foram realizadas 441 prisões, contra 932 do primeiro turno.[10]

Resultados eleitorais no segundo turno por município. Em azul, onde Geraldo Alckmin venceu; em vermelho, onde Luiz Inácio Lula da Silva venceu.
Candidato mais votado por região no segundo turno:
Lula - 4 regiões
Alckmin - 1 região

Por unidade federativa

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Estado[7] Eleitorado Abstenção % Lula % Alckmin % Votos brancos % Votos nulos %
 Acre 412 840 114 177 27,66% 151 584 52,36% 137 911 47,64% 1 899 0,64% 7 269 2,43%
 Alagoas 1 859 487 455 444 24,49% 822 505 61,45% 516 059 38,55% 15 587 1,11% 49 892 3,55%
 Amapá 360 614 81 020 22,47% 191 698 70,40% 80 601 29,60% 1 779 0,64% 5 516 1,97%
 Amazonas 1 781 316 411 199 23,09% 1 159 709 86,80% 176 338 13,20% 8 456 0,62% 25 392 1,85%
Bahia Bahia 9 109 353 2 121 745 23,29% 5 188 314 78,08% 1 456 417 21,92% 75 653 1,08% 267 177 3,82%
 Ceará 5 361 581 1 076 504 20,08% 3 394 007 82,38% 725 990 17,62% 38 672 0,90% 126 408 2,95%
 Distrito Federal 1 655 050 259 284 15,67% 765 008 56,96% 578 137 43,04% 15 578 1,12% 37 043 2,65%
 Espírito Santo 2 336 133 451 699 19,34% 1 190 459 65,54% 625 852 34,46% 24 319 1,29% 43 804 2,32%
 Goiás 3 734 185 762 775 20,43% 1 485 280 54,78% 1 226 011 45,22% 37 096 1,25% 223 023 7,51%
 Maranhão 3 920 608 947 517 24,17% 2 280 520 84,63% 414 108 15,37% 24 518 0,82% 253 945 8,54%
 Mato Grosso 1 940 270 468 306 24,14% 711 177 49,69% 719 984 50,31% 11 158 0,76% 29 645 2,01%
 Mato Grosso do Sul 1 561 181 335 791 21,51% 535 966 44,98% 655 491 55,02% 8 677 0,71% 25 256 2,06%
 Minas Gerais 13 679 738 2 683 640 19,62% 6 808 417 65,19% 3 635 228 34,81% 156 832 1,43% 395 621 3,60%
Pará Pará 4 157 735 1 003 679 24,14% 1 840 154 60,12% 1 220 564 39,88% 22 357 0,71% 70 981 2,25%
 Paraíba 2 573 766 441 170 17,14% 1 478 378 75,01% 492 524 24,99% 27 087 1,27% 134 607 6,31%
 Paraná 7 121 257 1 250 661 17,56% 2 663 423 49,25% 2 744 697 50,75% 79 667 1,36% 382 809 6,52%
 Pernambuco 5 834 512 1 163 388 19,94% 3 260 996 78,48% 894 062 21,52% 85 958 1,84% 430 108 9,21%
 Piauí 2 073 504 424 117 20,45% 1 216 842 77,32% 356 879 22,68% 13 545 0,82% 62 121 3,77%
 Rio de Janeiro 10 891 293 1 889 377 17,35% 5 532 284 69,69% 2 406 487 30,31% 191 676 2,13% 871 469 9,68%
 Rio Grande do Norte 2 101 144 351 506 16,73% 1 099 150 69,73% 477 212 30,27% 25 800 1,47% 147 476 8,43%
 Rio Grande do Sul 7 750 583 1 197 001 15,44% 2 811 658 44,65% 3 485 916 55,35% 108 626 1,66% 147 382 2,25%
 Rondônia 988 631 251 191 25,41% 397 327 55,33% 320 806 44,67% 5 040 0,68% 14 267 1,93%
 Roraima 233 596 54 842 23,48% 66 932 38,51% 106 890 61,49% 1 291 0,72% 3 641 2,04%
 Santa Catarina 4 168 495 635 219 15,24% 1 481 344 45,47% 1 776 776 54,53% 49 146 1,39% 226 010 6,40%
 São Paulo 28 037 734 4 579 144 16,33% 10 684 776 47,74% 11 696 938 52,26% 303 249 1,29% 773 627 3,30%
 Sergipe 1 299 785 235 797 18,14% 611 337 60,16% 404 897 39,84% 12 652 1,19% 35 102 3,30%
 Tocantins 882 728 223 319 25,30% 447 849 70,27% 189 491 29,73% 4 145 0,63% 17 924 2,72%
Total 125 912 935 23 914 714 18,99% 58 295 042 60,83% 37 543 178 39,17% 1 351 448 1,33% 4 808 553 4,71%

A escolha presidencial no Brasil é feita em dois turnos nas ocasiões em que nenhum dos candidatos alcança a maioria simples dos votos válidos (50% mais um voto), sendo eleito no segundo turno o candidato com maior número de votos. Todos os candidatos que possuem cargo executivo (exceto os candidatos à reeleição) devem se desincompatibilizar (ou seja, abrir mão do cargo) até 2 de abril, de modo a concorrer a qualquer cargo, segundo norma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Quase nenhum partido lançou mão de eleições primárias e seus candidatos foram escolhidos por meio de convenções internas a realizadas no primeiro semestre de 2006.

Antes mesmo do período eleitoral brasileiro ter início, vários partidos buscaram apoio de outros partidos. O motivo que costuma despertar tal interesse nos partidos maiores costuma ser a somatória de tempo disponível para as propagandas gratuitas em rádio e em televisão: cada partido tem direito a um tempo mínimo específico mais um tempo calculado a partir do número de deputados federais eleitos pela legenda. Partidos menores procuram legendas de maior porte para tentar driblar a cláusula de barreira eleitoral, que limita a participação de "partidos nanicos" no Congresso Nacional.

Primeiro turno
Partido da Causa Operária (PCO)

Teve candidatura própria para a disputa, uma vez que o partido discorda de posicionamentos ideológicos das demais legendas (especialmente PT e PSTU, as que mais são criticadas em artigos veiculados em seu website). Rui Costa Pimenta é escolhido novamente para disputar a presidência pela legenda. Seu vice foi Pedro Paulo de Abreu Pinheiro. A candidatura de Rui Costa Pimenta correu risco sofrer processo de impugnação e foi suspensa até a última semana, quando o programa eleitoral de Rui Costa Pimenta voltou a veicular.

Partido Democrático Trabalhista (PDT)

O partido desistiu de possível coligação com o PPS e o PV e lançou como candidato o senador Cristovam Buarque, do Distrito Federal, que deixou o PT em 2005, formando uma chapa com o também senador e pedetista Jefferson Péres, do Amazonas.[11]

Partido Republicano Progressista (PRP)

A cientista política Ana Maria Rangel foi a candidata do partido à presidência da República.

Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB)

O principal partido de oposição anunciou Geraldo Alckmin, governador do estado de São Paulo que renunciou ao cargo para poder concorrer à presidência, como seu candidato para as eleições de 2006. Em 11 de junho de 2006 esse anúncio foi confirmado na Convenção Nacional do partido.[12] O então senador de Pernambuco José Jorge, do PFL, foi o candidato a vice-presidente de sua chapa. Alckmin foi ao segundo turno com Lula, mas não se elegeu.

César Maia, prefeito da cidade do Rio de Janeiro, desistiu de sua candidatura para apoiar Geraldo Alckmin. Apesar de desentendimentos pontuais quanto a questões estaduais e circunstâncias políticas (tais como as ondas de violência em São Paulo desde maio de 2006), a aliança dos dois foi firmada na chamada "Coligação por um Brasil Decente", composta apenas pelos dois partidos. No entanto, o Partido Popular Socialista (PPS) os apoia informalmente (e coligou-se oficialmente com os dois partidos em alguns estados).

Partido Social Democrata Cristão (PSDC)

Homologou a candidatura do ex-deputado José Maria Eymael à Presidência da República.

Partido Social Liberal (PSL)

Como outros partidos de menor expressão, teve candidatura própria à Presidência da República. Lançou como candidato o empresário Luciano Bivar, com o objetivo de dar maior visibilidade ao partido para que este consiga cumprir a cláusula de barreira - que não foi atingida. Esta cláusala define um percentual dos votos nas eleições para deputado federal a ser alcançado para que um partido não perca direito a alguns benefícios a partir do ano seguinte.

Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)

Heloísa Helena, senadora, fundou o PSOL e anunciou sua candidatura após ter sido expulsa do PT. O nome da senadora foi oficializado pelo partido no dia 28 de maio.[13] O seu vice é o economista César Benjamin, também do PSOL e egresso do PT, do qual foi fundador.

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) e Partido Comunista Brasileiro (PCB) formam com o PSOL uma coligação nacional chamada Frente de Esquerda.

Partido dos Trabalhadores (PT)

O candidato do partido é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2002 e que concorre à reeleição. A nova candidatura foi lançada em 24 de junho de 2006. Lula veio a ser reeleito no segundo turno.[14]

O partido aliou-se com o Partido Republicano Brasileiro (PRB, atual Republicanos, do vice José Alencar) e o Partido Comunista do Brasil (PC do B), formando a coligação "A Força do Povo".

Segundo turno
30 de setembro
  • Margem de erro: 2 pontos percentuais para mais ou para menos
  • Total de entrevistados: 7.528
  • Número de registro: 18053/06
27 de setembro
  • Margem de erro: 2 pontos percentuais para mais ou para menos
  • Total de entrevistados: 7.528
  • Número de registro: 18053/06
22 de setembro
  • Margem de erro: 2 pontos percentuais para mais ou para menos
  • Total de entrevistados: 3.010
  • Número de registro: 18053/06
Primeiro turno
30 de setembro
  • Os demais candidatos não alcançaram 1% das intenções de voto.
  • Margem de erro: 2 pontos percentuais para mais ou para menos
  • Total de entrevistados: 7.528
  • Número de registro: 18053/06
21 de setembro
  • Os demais candidatos não alcançaram 1% das intenções de voto
  • Margem de erro: 3.0 pontos percentuais para mais ou para menos
  • Total de entrevistados: 3.010
  • Número de registro: 18052/06
8 de setembro
  • Os demais candidatos não alcançaram 1% das intenções de voto.
  • Margem de erro: 2.0 pontos percentuais para mais ou para menos.
  • Total de entrevistados: 3.010
  • Número de registro: 15882/06

Influência da mídia

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A pesquisa de doutorado [15] de Pedro Santos Mundim avaliou os efeitos no comportamento eleitoral das eleições presidenciais de 2002 e 2006, a partir de dados de quatro grandes jornais de grande circulação no Brasil. Os jornais trabalhados foram: Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e Jornal do Brasil.

A pesquisa utilizou estudos anteriores sobre a cobertura eleitoral referente aos presidenciáveis veiculada nesses quatro jornais, assim como também se valeu de dados das pesquisas de intenção de voto do Ibope e do Datafolha. Com essas informações foi possível cruzar as informações "negativas" e "positivas" sobre os candidatos com as intenções de voto neles ao longo da campanha.

Através de um modelo matemático, o autor realizou esse cruzamento utilizando resultado das variações de intenções de voto dos principais candidatos à presidência em 2006.

De acordo com o trabalho, Geraldo Alckmin alcançou o posto de principal concorrente de Lula após a propaganda político-institucional do PSDB. O horário político eleitoral do segundo turno também foi importante para a imagem de Alckmin. Contudo, o desempenho nos quatro últimos debates na televisão prejudicaram o candidato tucano. Cristovam Buarque e Heloísa Helena conseguiram alguns votos dos chamados "indecisos", que assim o fizeram como forma de "protesto".

O artigo ainda aponta que a cobertura da imprensa, apesar de negativa, não teve impacto nas intenções de voto de Lula em 2006. Isso porque os eleitores de Lula que já estavam decididos, no começo da campanha, que iriam votar nele, não mudaram suas escolhas, a despeito da cobertura predominantemente negativa sobre o governo nos jornais durante o período eleitoral.

A avaliação retrospectiva dos quatro anos anteriores de governo Lula, entre 2002 e 2006, ou seja, conhecimento prévio do candidato por ele estar disputando a reeleição, funcionou como uma espécie de escudo contra a cobertura da imprensa do período.

Pedro Santos Mundim defende em outra pesquisa,[16] a partir de dados demográficos, que a cobertura da imprensa contribuiu, no longo prazo, para o “realinhamento eleitoral” observado em 2006, principalmente no que se refere às bases que costumavam a votar em Lula nas eleições anteriores.

O pesquisador observou que parte do eleitorado, no caso  específico, dos mais escolarizados, moradores das regiões Sul e Sudeste, e mais ricos, tiveram uma tendência de voto em candidatos que faziam oposição ao Lula. O autor levanta, assim, a hipótese que houve influência da cobertura da imprensa nesse público ao longo das eleições (entre 2002 e 2006), pois esse é o perfil de eleitor que mais se expõe à mídia na busca por informação política.

Para corroborar com sua hipótese, Mundim usou dados pesquisas do Latin America Public Opinion Project - LAPOP[17], realizados em 2007 e 2008, em que ele observou que sua hipótese se confirmava: eleitores das classes mais altas, mais escolarizados e moradores das regiões Sul e Sudeste do Brasil, que tinham mais acesso ao conteúdo que a imprensa veiculava, foram os que mais mudaram seu comportamento eleitoral em relação às eleições anteriores, ratificando a ideia de que a cobertura da imprensa ajudou, ao longo dos anos, no realinhamento eleitoral das bases de Lula.

Com isso, os estudos de Pedro Mundim demonstram que, apesar da cobertura da imprensa em 2006 não ter conseguido alterar as intenções de voto em Lula, a sua influência ganha plausibilidade no longo prazo. Isso porque o público que mais intensamente se informa sobre política através da mídia foi justamente aquele que mais abandonou as bases eleitorais de Lula.

Debates televisionados

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Cristovam Buarque
PDT
Geraldo Alckmin
PSDB
Heloísa Helena
PSOL
José Maria Eymael
PSDC
Luciano Bivar
PSL
Luiz Inácio Lula da Silva
PT
Os seis presidenciáveis em 2006 que participaram de debates televisionados, mas não de forma simultânea

A eleição presidencial de 2006 de forma generalizada, foi interpretada por alguns analistas da conjuntura política brasileira como um plebiscito para que através do voto pautando a corrupção, avaliar se o candidato Lula (que se absteve a debater no primeiro turno com os candidatos Geraldo Alckmin, Heloísa Helena e Cristovam Buarque) possuiu participação, na eclosão de casos de corrupção como o mensalão.

O candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva informou a sua ausência no debate televisionado da Rede Globo no primeiro turno três horas antes do evento. A emissora deixou uma cadeira vazia e permitiu que os concorrentes fizessem perguntas que seriam dirigidas ao presidenciável ausente.[carece de fontes?] Na época o candidato Lula disse não se arrepender de ter se ausentado.[18]

Cronologia dos debates televisionados nas eleições presidenciais no Brasil de 2006 - Primeiro turno
Data do debate televisivo Mediadores Temas que nortearam o debate Hóspede do debate Localização do estúdios Horário
14 de agosto de 2006 Ricardo Boechat Emprego, Saúde pública, Educação, Ausência do Presidente Lula e Segurança pública, TV Bandeirantes, BandNews, BandNews FM São Paulo e Rádio Bandeirantes São Paulo, SP
Rua dos Radiantes, 13, Morumbi
21h00
14 de setembro de 2006 Maria Lydia Flandoli Educação, Administração pública, Agricultura, Habitação, Violação de sigilo bancário e saneamento básico TV Gazeta São Paulo, SP
Av. Paulista, 900 - Cerqueira César
Durante a madrugada
28 de setembro de 2006 William Bonner Corrupção, Educação, Ausência do Presidente Lula, Energia e Educação Rede Globo Rio de JaneiroRio de Janeiro, RJ
Central Globo de Produção
Estrada dos Bandeirantes, 6700, Jacarepaguá

22h30
Cronologia dos debates televisionados nas eleição presidenciais no Brasil de 2006 - Segundo turno
8 de outubro de 2006 Ricardo Boechat Privatização de estatais, segurança pública, aborto, corrupção TV Bandeirantes, BandNews, BandNews FM São Paulo e Rádio Bandeirantes São Paulo, SP
Rua dos Radiantes, 13, Morumbi
20h30
19 de outubro de 2006 Ana Paula Padrão Escândalo do dossiê, Privatizações, Saúde pública, Infraestrutura e Corrupção SBT Osasco, SP
CDT da Anhanguera
Av. das Comunicações, 4, Anhanguera Industrial
21h00
23 de outubro de 2006 Celso Freitas Escândalo do dossiê, DIstribuição de renda, Privatização, Segurança pública e Política externa Rede Record São Paulo - SP
Rua da Várzea, 240, Barra Funda
23h00
27 de outubro de 2006 William Bonner O debate televisionado esteve norteado em modelo arquitetado nos Estados Unidos, baseado em 12 perguntas feitas por eleitores que se dizem estar na condição de indecisão.[19] Rede Globo/Portal G1 Rio de JaneiroRio de Janeiro, RJ
Central Globo de Produção
Estrada dos Bandeirantes, 6700, Jacarepaguá

22h30

Notas

  1. Votos considerados nulos.

Referências

  1. https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/13132?show=full
  2. https://brasil.elpais.com/opiniao/2020-11-26/precisamos-falar-sobre-o-psdb.html
  3. ago 14, Postado por admin |; Notícias | 0, 2006 |. «Eleições 2006: A guerra agora é na TV | SINPECPF». Consultado em 20 de agosto de 2022 
  4. «Folha Online - Brasil - Alckmin terá mais tempo em horário eleitoral gratuito que Lula - 13/07/2006». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 20 de agosto de 2022 
  5. «Lula ganhou em todo o Nordeste. Alckmin, no Sul e no Centro-Oeste». O Globo. 2 de outubro de 2006. Consultado em 1 de novembro de 2017 
  6. «TSE confirma 2º turno entre Lula e Alckmin». Folha de S.Paulo. 2 de outubro de 2006. Consultado em 1 de novembro de 2017 
  7. a b «Resultado da eleição 2006». www.tse.jus.br. Consultado em 3 de novembro de 2018 
  8. «Lula é reeleito presidente da República». G1. 29 de outubro de 2006. Consultado em 1 de novembro de 2017 
  9. «Lula tem recorde de 58 milhões de votos; Alckmin tem votação menor que no 1º turno». O Globo. 30 de outubro de 2006. Consultado em 1 de novembro de 2017 
  10. «TSE REGISTRA 441 PRISÕES NO SEGUNDO TURNO». G1. 29 de outubro de 2006. Consultado em 1 de novembro de 2017 
  11. «Jefferson Péres é indicado a vice pelo PDT nas eleições presidenciais.». Arquivado do original em 18 de janeiro de 2012 
  12. «PSDB confirma Alckmin e aliança com PFL em sua convenção nacional.». Arquivado do original em 23 de junho de 2008 
  13. «Heloísa Helena é confirmada pelo PSOL como candidata à presidência.» 
  14. «Oficialização da candidatura à reeleição do Presidente Lula.». Arquivado do original em 18 de janeiro de 2012 
  15. Mundim, Pedro Santos (novembro de 2010). «Um modelo para medir os efeitos da cobertura da imprensa no voto: teste nas eleições de 2002 e 2006». Opinião Pública. 16 (2): 394–425. ISSN 0104-6276. doi:10.1590/S0104-62762010000200005 
  16. Mundim, Pedro Santos (outubro de 2014). «Cobertura da imprensa e eleições presidenciais de 2006 efeitos realmente limitados?». Revista Brasileira de Ciências Sociais. 29 (86): 91–107. ISSN 0102-6909. doi:10.1590/S0102-69092014000300007 
  17. «Index». LAPOP (em inglês). Consultado em 16 de maio de 2019 
  18. Lula ataca adversários e diz que não se arrepende de ausência em debate
  19. DEBATE DE HOJE NA GLOBO SERÁ NO MODELO AMERICANO - Jusbrasil[ligação inativa]

Ligações externas

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