Equação de convecção-difusão
A equação de convecção-difusão é uma equação parabólica em derivadas parciais, a qual descreve o fenômeno físico onde partículas ou energia (ou outras grandezas físicas) são transferidas dentro de um sistema devido a dois processos: difusão e convecção. Nesta forma mais simples (quando o coeficiente de difusão e a velocidade de convecção são constantes e não há fontes ou fugas) a equação toma a forma[1][2][3]:
Os dois termos no lado direito representam processos físicos diferentes: o primeiro corresponde a difusão normal enquanto o segundo descreve convecção ou advecção – o qual é o motivo pelo qual a equação é também conhecida como a equação de advecção-difusão. Além disso c é a variável de interesse, a constante D é o coeficiente de difusão, e é a velocidade.
Equação de convecção-difusão com coeficientes constantes
[editar | editar código-fonte]Quando é constante, podemos encontrar uma solução clássica para a equação do transporte.[4] Uma forma de obtermos uma tal solução é impondo uma condição inicial.
Problema de valor inicial
[editar | editar código-fonte]Consideremos, primeiro, o caso homogêneo, isto é, . Definindo uma condição inicial para temos o seguinte problema de valor inicial:
onde, com e . Além disso, assumimos que , i.e. é uma vez continuamente diferenciável.
Com isso, podemos mostrar que a solução deste problema é:
.
Com feito, esta solução satisfaz a condição inicial e, além disso, substituindo na equação do transporte homogênea vemos que:
.
Ou seja, definida acima é de fato solução do problema.
Caso não-homogêneo
[editar | editar código-fonte]Aqui, encontramos uma solução clássica para o seguinte problema de valor inicial:
onde, e estão definidas como acima e .
Para buscarmos uma solução para este problema, definimos:
o que nos dá:
.
Logo:
.
Portanto:
é solução clássica do problema dado.
Derivação
[editar | editar código-fonte]A equação de convecção-difusão pode ser derivada em uma forma simplificada da equação de continuidade, a qual estabelece que a taxa de alteração para uma grandeza escalar em um volume de controle diferencial é dado por fluxo e difusão dentro e fora da parte do sistema, juntamente com toda a geração ou o consumo dentro do volume de controle:
onde é o fluxo total e s é uma fonte volumétrica líquida (resultado de balanço) para c. Na ausência de fluxo físico, este fluxo pode ser descrito através da fenomenológica primeira lei de Fick, a qual assume que o fluxo de material em difusão em qualquer parte do sistema é proporcional ao gradiente local. Quando há convecção ou fluxo, o fluxo total é dado pela soma do fluxo difusivo e que é conhecido como o fluxo convectivo .
Combinando-se estes dois termos o fluxo total torna-se:
A substituição desta equação na equação de continuidade dá a forma geral da equação de convecção–difusão:
Referências
[editar | editar código-fonte]- Granville Sewell, The Numerical Solution of Ordinary and Partial Differential Equations, Academic Press (1988). ISBN 0-12-637475-9
- Armando de Oliveira Fortuna; TECNICAS COMPUTACIONAIS PARA DINAMICA DOS FLUIDOS: CONCEITOS BÁSICOS E APLICAÇÕES; EdUSP, 2000 - 426 páginas