Esperança (mitologia)
Na antiga religião romana, Spes (pronuncia-se [ˈspeːs]) era a deusa da esperança. Vários templos para Spes são conhecidos, e as inscrições indicam que ela recebeu devoção privada, bem como culto estatal.[1]
Esperança Republicana
[editar | editar código-fonte]Durante a República, um templo para a "antiga Esperança" (Spes vetus) deverá ter sido localizado próximo ao Portão Prenestino.[2] Foi associado a eventos que ocorreram no século V a.C.,[3] mas a sua existência tem sido posta em causa, sendo considerado que tenha sido apenas um santuário privado. [4]
Um templo bem documentado de Spes foi construído por Aulus Atilius Calatinus[5] junto com Fides, como resultado de votos feitos à deusa durante a Primeira Guerra Púnica.[6]
Já em Cápua, em 110 a.C., um templo foi construído para a tríade de Spes, Fides e Fortuna.[7]
Esperança Imperial
[editar | editar código-fonte]Spes foi uma das personificações divinas no culto imperial das Virtudes. Spes Augusta era a Esperança associada à capacidade do imperador como Augusto para garantir condições abençoadas.[8]
Como Salus ("Salvação, Segurança"), Ops ("Abundância, Prosperidade") e Vitória ("Vitória"), Spes era um poder que tinha que vir dos deuses, em contraste com os poderes divinos que residiam dentro do indivíduo, como Mens ("Inteligência"), Virtus ("Virtude") e Fides ("Fé, Fidelidade, Confiabilidade"). [9]
Elpis, a versão Grega
[editar | editar código-fonte]A contraparte grega de Spes era Elpis, que, ao contrário, não tinha culto formal na Grécia. O principal mito no qual Elpis desempenha um papel é a história de Pandora. Os gregos tinham sentimentos ambivalentes ou mesmo negativos sobre "esperança",[10] e o conceito não era importante nos sistemas filosóficos dos estóicos e epicuristas.[11]
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ J. Rufus Fears, "The Cult of Virtues and Roman Imperial Ideology," Aufstieg und Niedergang der römischen Welt II.17.2 (1981), p. 837.
- ↑ Frontinus, De aquaeductu 1.19; Arnaldo Momigliano, "Religion in Athens, Rome, and Jerusalem in the First Century B.C.," in On Pagans, Jews, and Christians (Wesleyan University Press, 1987), p. 75.
- ↑ Livy 2.51.2; Dionysius of Halicarnassus 9.24.4; Momigliano, "Religion in Athens, Rome, and Jerusalem," p. 75.
- ↑ Fears, "The Cult of Virtues," p. 848.
- ↑ Cicero, De legibus 2.28; Momigliano, "Religion in Athens, Rome, and Jerusalem," p. 75.
- ↑ Fears, "The Cult of Virtues," p. 835.
- ↑ Inscriptiones Latinae Selectae 3770; Momigliano, "Religion in Athens, Rome, and Jerusalem," p. 75.
- ↑ J. Rufus Fears, "The Theology of Victory at Rome: Approaches and Problem," Aufstieg und Niedergang der römischen Welt II.17.2 (1981), pp. 812–814.
- ↑ Fears, "The Theology of Victory at Rome," p. 744.
- ↑ Momigliano, "Religion in Athens, Rome, and Jerusalem," p. 75. For instance, in the Suppliants of Euripides, Hope is characterized as "delusive; it has embroiled many a State" (line 479), as cited by Momigliano.
- ↑ Momigliano, "Religion in Athens, Rome, and Jerusalem," p. 75.
Leituras sugeridas
[editar | editar código-fonte]- Clark, Mark Edward. "Spes in the Early Imperial Cult: 'The Hope of Augustus'." Numen 30.1 (1983) 80–105.
- Chisholm, Hugh, ed. (1911). «Spes». Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público)