A Estela de Merneptá , também referida como Meremptá ou Merenptah e Estela de Israel, é um dos únicos documentos egípcios que fazem referência ao nome de Israel (texto n.º 21), referindo-se ao povo israelita. Foi encontrada nas ruínas do templo funerário do FaraóMerneptá (1236 a.C. a 1223 a.C.) em Tebas Ocidental, encontra-se exposto no Museu Egípcio do Cairo. Pertenceu originalmente a Amenófis III (1417 a.C. a 1379 a.C.), que nela fez gravar uma descrição sobre a construção de vários templos em honra do deus Amon-Rá. A estela em pedra de granito, foi aproveitada por Merneptá para mandar esculpir a sua imagem e do deus Amon-Rá, seguindo-se 28 linhas de texto poético hieroglífico. A sua escrita é datada do 5.º ano de Merneptá e descreve a sua vitória sobre os Líbios que tinham invadido o Egito.
O texto gravado na estela abre enunciando a titulatura real de Merneptá, seguindo pelo poema propriamente dito que descreve a derrota sobre Líbios. De seguida, Merneptá é recebido em sessão pelos deuses em Heliópolis, que o declaram vencedor. O texto termina com a descrição do retorno a um clima de paz.[1]
"Os chefes inimigos prostram-se dizendo: "Salom!" [expressão que significa "haja paz"; significa mais do que mera ausência de conflitos]
Nenhum levanta a cabeça entre os Nove Arcos: Tjeneu [os líbios] está derrotado, Hati [provavelmente os hititas residentes na Palestina] está em paz, Canaã está despojada de toda a maldade, Ascalão foi conquistada, Gezer foi tomada, Ienoão [ou Ianoão, sua identificação é incerta] ficou como não tivesse existido, Israel está destruído [ou devastado], a sua semente [ou descendência] não existe mais, a Síria tornou-se uma viúva para o Egito. Todos os que vagavam sem destino no deserto [os Beduínos] foram submetidos pelo Rei do Alto e Baixo Egito, Baenré-Meriamon [filho de Merneptá], filho de Ré [ou Rá, abreviatura de Amon-Rá], Merneptá-Hetephermaet, dotado de Vida, como Ré, todos os dias."[2][3]
Notas: Ienoão é mencionado junto com as cidades conquistadas por Tutemés III. A tabuinha de Tell-Amarna n.º 197 faz referência a uma cidade de nome Ianuamu. Mais tarde, Seti I (1294 a.C. a 1279 a.C.) conquista Ienoão no seu 1.º ano de reinado. Ienoão ou Ianoão, em hebraico, pode ser vertido por por "YHVH fala". "a região de Canaã / Hurru"
↑Carol A. Redmount, 'Bitter Lives: Israel in and out of Egypt' in The Oxford History of the Biblical World, ed. Michael D. Coogan, (Oxford University Press: 1999), p.97(em inglês)
↑In the original text, the bird (a swallow) is placed below the t sign (a semicircle) but for reasons of legibility, the bird is here placed next to the t sign.(em inglês)
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