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Finisterra

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Finisterre)
 Nota: Para o departamento na França, veja Finistère. Para outros significados, veja Finisterra (desambiguação).
Espanha Finisterra

Fisterra • Finisterre

 
  Município  
Área do porto de Finisterra
Área do porto de Finisterra
Área do porto de Finisterra
Símbolos
Brasão de armas de Finisterra
Brasão de armas
Gentílico Fisterrán ou finisterrano
Localização
Localização de Finisterra na Galiza
Localização de Finisterra na Galiza
Localização de Finisterra na Galiza
Finisterra está localizado em: Província da Corunha
Finisterra
Localização de Finisterra na província da Corunha
Finisterra está localizado em: Espanha
Finisterra
Localização de Finisterra na Espanha
Coordenadas 42° 54′ 30″ N, 9° 15′ 46″ O
País Espanha
Comunidade autónoma Galiza
Província Corunha
História
Fundação Século I
Alcaide José Manuel Traba Fernández (2011, PPdG)
Características geográficas
Área total 29,4 km²
População total (2021) [1] 4 714 hab.
Densidade 160,3 hab./km²
Código postal 15155
Código do INE 15037
Website www.concellofisterra.com
Igreja de Nossa Senhora das Areias

Finisterra (em galego e oficialmente: Fisterra[2][3][4][5], AFI: [fisˈtɛra̝]; na forma não oficial castelhana Finisterre) é um município da Espanha na província da Corunha, comunidade autónoma da Galiza. O município pertence à comarca de Fisterra, tem 29,4 km² de área e em 2021 a sua população era de 4 714 habitantes (densidade: 160,3 hab./km²).[1]

O seu nome deriva da expressão latina finis terrae, isto é "fim da terra". O cabo Finisterra, que se estende a sul-sudoeste da vila, situada cerca de 100 km a oeste de Santiago de Compostela, é considerado por muitos o verdadeiro fim do Caminho de Santiago, havendo muitos peregrinos que após visitarem Santiago e a sua catedral, continuam a peregrinação até ao extremo do cabo.

O cabo Finisterra é popularmente tido como o ponto mais ocidental da Espanha. Diz-se que antes da viagem de Colombo, em 1492, era considerada como o ponto extremo do mundo conhecido, algo muito estranho pois tal distinção devia ser antes atribuída ao cabo Touriñán, também na Galiza, e mais ainda ao cabo da Roca, já em território português, verdadeiramente o ponto mais ocidental da Europa continental, facto que é referido no Canto III de Os Lusíadas.

População de de Finisterra (1991 – 2021)
1991 19962001200420072021
5 477 5 3975 1325 0934 9714 714
  Baixa 1,5% Baixa 4,9% Baixa 0,8% Baixa 2,4% Baixa 5,2%
  • Castelo de São Carlos — fortificação defensiva mandada construir durante o reinado de Carlos III de Espanha para defender a costa dos ataques de navios inimigos. Em 1892 foi vendido pelo Estado e adquirido em hasta pública por Plácido Castro Rivas, um industrial importante da comarca e natural da vila. Anos mais tarde, o seu filho Plácido Castro del Río, doou o castelo à vila para que fosse convertido no Museu da Pesca, o qual foi inaugurado em 2006. Neste museu mostra-se a evolução das embarcações e aparelhos de pesca através dos tempos, os costumes das gentes marinheiras e os naufrágios que ocorreram na costa local.
  • Igreja de Nossa Senhora das Areias (Nosa Señora das Areas) — construída em finais do século XII, sofreu várias modificações e ampliações durante vários séculos. Devido a este historial, nela se encontram os estilos românico, gótico e barroco, que correspondem a distintas intervenções arquitetónicas de que foi objeto. É nesta igreja que se encontra a imagem do Santo Cristo de Finisterra — o "Cristo da Barba Dourada" — diante do qual se prostravam e prostram os milhares de peregrinos que chegam a Finisterra para finalizar o Caminho de Santiago, depois de terem visitado o túmulo do apóstolo em Santiago de Compostela. Segundo a tradição, ali devem queimar as roupas, tomar banho no mar e voltar aos seus lugares de origem como "homens novos", depois da peregrinação. A festa do Santo Cristo é celebrada no domingo de Ressurreição; foi declarada de interesse turístico.
  • Capela do Bom Sucesso (gl: Capela do Bo Suceso; es: Capilla del Buensuceso) — edificação do século XVIII situada no centro urbano, é de estilo barroco e dedicada à Virgem do Bom Sucesso.
  • Farol de Finisterra — é o farol mais importante da Costa da Morte, pois com a sua luz guias os barcos que navegam nestas águas perigosas durante os temporais e através dos baixios e recifes que ali existem que podem causar naufrágios pelos quais a região é conhecida. O edifício atual é de 1868 e é o lugar mais visitado da Galiza a seguir à Catedral de Santiago de Compostela.
  • Monumento ao Emigrante — recorda os milhares de emigrantes de Finisterra e da Galiza que se viram forçados a deixar a sua terra em busca de um futuro melhor. De forma especial, é dedicado aos emigrantes na Argentina e nos países da América, bem como aos que se encontram noutros lugares do mundo, e aos seus descendentes. O monumento é da autoria do escultor Agustín de la Herrán Matorras, foi erigido por iniciativa do alcaide José Fernando Carrillo Ugarte e inaugurado em 1993.
  • Cemitério do Fim da Terra — obra da autoria do arquiteto César Portela que apesar de inacabada recebeu vários prémios de arquitetura.
  • Lota Turística (Lonja Turística) — obra dos arquitetos Juan Creus e Covadonga Carrasco. É o mercado onde decorrem os leilões do peixe que chega do mar e que permite que os visitantes possam presenciar como se realiza esta primeira venda e além disso conhecer as espécies mais importantes capturadas pelos barcos de pesca costeira do porto de Finisterra. Estes peixes e mariscos podem ser apreciados nos numerosos restaurantes que existem na vila e que constituem a principal oferta turística gastronómica. No interior da lota há uma exposição sobre a pesca.
Praia de Rostro

Encontrando-se o município num cabo, está rodeado de mar e de praias, algumas de mar aberto e de forte ondulação (apropriadas para a prática de surfe), e outras, abrigadas pelo cabo, de águas tranquilas e cristalinas. Na generalidade, todas são estupendas para a prática de desportos náuticos como a natação, pesca desportiva, mergulho e vela ligeira.

  • Praia de Langosteira — com quase três quilómetros de extensão, é a praia mais turística do município e a mais visitada da Costa da Morte. É frequente receber bandeira azul e dispõe de vários serviços, passeio marítimo, acessos para deficientes motores, etc. É um local de grande riqueza natural e marisqueira (nomeadamente pelo lingueirão ou navalha), e umas vistas estupendas para a vila e a sua costa.
  • Praia de Talón — é uma praia de grande beleza, de águas cristalinas e tranquilas, de onde os peregrinos avistam pela primeiras vez o cabo Finisterra. É a vista mais famosa da vila.
  • Praia de Corveiro — encravada na localidades, aos pés da Igreja de Nossa Senhora das Areias, é popular sobretudo entre os amantes de mergulho.
  • Praia da Ribeira — situada em pleno centro histórico, ao lado do porto e do Castelo de São Carlos. É uma praia de grande beleza, antigo porto natural da vila, frequentada e usada por grande parte da população de Finisterra.
  • Praia de Sardiñeiro — situa-se na localidade do mesmo nome, situado a norte do município.
  • Praia de Mar de Fóra — uma das mais belas da Costa da Morte, é a mais importante das praias em mar aberto, muito perigosa e agreste; ali se registaram muitos mortos ao longo da história. Recentemente as suas dunas foram protegidas e um passeio marítimo melhorou os acessos. As vistas do cabo da Nave (ponto mais ocidental de Espanha) e da mística ilha do Centolo fazem dela um local de visita quase obrigatório.
  • Praia de Arnela — pequena praia encravada na costa, onde em dezembro de 1987 se deu o naufrágio do Cason. É uma praia perigosa, mas de grande beleza, com acessos melhorados no ano 2002.
  • Praia de Rostro — a maior do município, com cerca de três quilómetros de extensão, é também a mais perigosa e uma das mais belas.
Capela da Nosa Señora do Bo Sucesso
Monumento ao peregrino de Santiago, à beira do mar e da estrada entre a vila e o farol do cabo Finisterra
  • Entroido de Fisterra (Entrudo de Finisterra) — apontado por alguns como um dos carnavais mais importantes da Galiza e como o mais importante da da Costa da Morte, é celebrado desde o princípio do século XX. Carateriza-se pelas comparsas que, além de cantarem as canções tradicionais do Entrudo, interpretam elaboradas paródias teatrais que demonstram o espírito festivo e jocoso dos finisterranos. é usual os textos representados serem muito grosseiros e desrespeitosos em relação à política municipal e estatal, o que faz parte da graça das festas.
  • Semana Santa / Festas do Cristo — dita a festa maior de Finisterra e a Semana Santa mais importante da Galiza, juntamente com as de Ferrol e Viveiro, já que as três estão classificadas como de Interesse Turístico Nacional. Carateriza-se pelo facto da maior parte dos atos serem representados pelos próprios finisterranos de carne e osso, seguindo textos de origem imemorial, alguns da Idade Média. O atos mais importantes são a representação da Última Ceia e da Oração na Horta (na noite de Quinta-Feira Santa) nas imediações da Igreja de Nossa Senhora das Areias; a procissão da Via Crucis e o Encontro de Sexta-Feira Santa nas ruas da vila; a procissão do Santo Enterro (na noite de sexta-feira), de grande dimensão e com muitas imagens e personagens de carne e osso; e sobretudo a representação da Ressurreição de Cristo (no Domingo de Ressurreição), um exemplo medieval de auto religioso cujo texto se manteve quase invariável desde o século XV ou talvez antes. As festividades atraem todos os anos dezenas de milhares de visitantes, interessados no valor cultural e religioso dos eventos.
  • Festa da praia — realiza-se na Praia de Langosteira no último fim de semana de julho. Outrora era um momento de reunião familiar; os finisterranos iam comer na praia e ali era celebrada uma missa. Desde há alguns anos, várias associações culturais, como a Costa da Vida ou Son do Ar organizam-na com gente jovem em mente, com atividades de outro tipo, como discotecas móveis, barracas de comida rápida, etc.
  • Festa do Lingueirão (Longueirón) — organizada desde os anos 1980, esta festa gastronómica tornou-se uma das mais importantes da Galiza. Tem como objetivo promover a joia da gastronomia do município, o lingueirão de Finisterra, que é apanhado nas praias do "fim do mundo". Em várias barracas situadas nos arredores da praia da Ribeira podem provar-se diversas especialidades à base do apreciado molusco. A mais popular é o lingueirão na grelha (longueirón a la plancha), com limão e um esguicho de vinho branco. Ocorre no primeiro fim de semana de agosto.
  • Festa Folk... na Fin do Camiño — organizada desde os anos 1990 pela Asociación Cultural e Xuvenial Anchoa, tem como objetivo chamar mais atenção para o facto de que Finisterra é, desde tempos imemoriais, o fim do Caminho de Santiago. Aproveitando o tempo estival do terceiro fim de semana de agosto, a música folk e a gastronomia local atraem centenas de pessoas.
  • Festas da padroeira e de Nossa Senhora do Carmo (Nuestra Señora del Carmen) — realizam-se nos dias 8, 9 e 10 de setembro, embora nos últimos anos tenha havido alguma polémica sobre se deveria mudar-se para o mês de agosto para que os visitantes e os próprios finisterranos a possam desfrutar melhor. Começa no primeiro dia com a procissão e oferenda a Nossa Senhora das Areias, padroeira da vila desde que, na Idade Média, os viquingues invadiram a povoação e não conseguiram partir a cabeça à imagem, o que provocou a sua fuga e consagrou a imagem como padroeira protetora da vila. Ainda hoje a imagem conserva as gretas no pescoço. O segundo dia é o dia grande da festa, dedicado a Nossa Senhora do Carmo, cuja imagem é um conjunto escultórico de grande beleza e tamanho. O momento mais emocionante é quando a imagem, em procissão e rodeada de soldados que a guardam e pela banda militar, chega à vista do porto — as sirenes dos barcos e da lota soam, os sinos repicam, explodem foguetes e os carregadores levantam a imagem energicamente ao mesmo tempo que os aplausos se fundem com os vivas à Virgem de nativos e forasteiros. Depois celebra-se missa no porto e a procissão marítima em volta do cabo Finisterra. O terceiro dia é dedicado a São Roque, havendo um procissão em sua honra.
  • Festas do Bom Sucesso (gl: Bo Suceso; es: Buen Suceso) — celebram-se na zona da capela do Bom Sucesso e em honra de Nossa Senhora do Bom Sucesso. É uma pequena festa, organizada por um grupo de jovens encarregados de levar a imagem.

Notas e referências

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