Florêncio (cônsul em 361)
Florêncio | |
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Nacionalidade | Império Romano |
Ocupação | Oficial |
Flávio Florêncio (em latim: Flavius Florentius) foi um oficial romano do século IV, ativo sob o imperador Constâncio II (r. 337–361). Atuou como conde e prefeito pretoriano Gália e Ilíria. Também foi feito cônsul em 361 antes de cair em desgraça quando o césar Juliano tornou-se imperador. Florêncio era pai de Luciano e talvez de Florêncio.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Florêncio aparece pela primeira vez em 345, quando serviu como um dos condes do imperador Constâncio II (r. 337–361). Entre 357 e 360, serviu como prefeito pretoriano da Gália sob o césar Juliano.[2] Em 357, aconselhou Juliano a atacar os alamanos em Argentorato. No inverno de 357/358, como a receita da Gália não atingiu os níveis desejados a partir da pesquisa de impostos, tomou medidas para aumentar a tributação para compensar o déficit. No entanto, Juliano se opôs a implantação de nova carga tributária sobre o povo da Gália e Constâncio decidiu ir contra a política de seu próprio prefeito.[1][3]
Em 358/359, propôs pagar cerca de 900 quilos de prata aos germanos para permitirem que a frota de cereais de Juliano proveniente da Britânia passasse com segurança pelo Reno e submeteu a proposta a Constâncio, porém a mesma foi declinada por Juliano. Em 359, Florêncio apoiou Juliano com tropas e suprimentos no Reno. Segundo Libânio, ele fez menção ao caso de um governador corrupto a Juliano e, em contrariedade ao seu veredito de culpa, assegurou a reconvocação de Salúcio por Constâncio; o incidente foi citado na epístola 17 de Juliano. Segundo Amiano Marcelino, Florêncio solicitou que Constâncio retirasse as tropas de Juliano em direção ao fronte oriental e,[4] ciente que a exigência causaria problemas, retirou-se para Viena sobre pretexto de coletar suprimentos.[1][5]
Ao tomar ciência da elevação de Juliano como augusto, abandonou a Gália em direção a corte de Constantinopla, onde Constâncio estava.[6] Juliano enviou-lhe sua família e propriedades e Constâncio nomeou Nebrídio como seu sucessor.[7] Constâncio nomeou-o em 360 como prefeito pretoriano da Ilíria em sucessão do falecido Anatólio e em 361 o nomeou cônsul.[8] Quando Juliano se aproximou da Ilíria, Florêncio fugiu para junto de Constâncio.[9] Não muito tempo depois de Juliano tornar-se imperador um tribunal foi instalado na Calcedônia e, em 362, Florêncio foi condenado. Quando dois ex-membros do serviço secreto ofereceram-se para informar a Juliano onde Florêncio estava escondido, ele repreendeu-os como informantes e se recusou a ouvir mais, preferindo deixá-lo escondido com medo. Florêncio permaneceu escondido até a morte de Juliano, em 363.[1][10]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul do Império Romano | ||
Precedido por: Constâncio X com Juliano III |
Florêncio 361 com Tauro |
Sucedido por: Cláudio Mamertino com Flávio Nevita |
Referências
- ↑ a b c d Martindale 1971, p. 365.
- ↑ Amiano Marcelino 397, p. XVI.12.14.
- ↑ Amiano Marcelino 397, p. XVII.3.2-6.
- ↑ Amiano Marcelino 397, p. XX.4.2.
- ↑ Amiano Marcelino 397, p. XX.8.20.
- ↑ Amiano Marcelino 397, p. XX.8.21.
- ↑ Amiano Marcelino 397, p. XX.9.5.
- ↑ Amiano Marcelino 397, p. XXI.6.5.
- ↑ Amiano Marcelino 397, p. XXI.9.4.
- ↑ Amiano Marcelino 397, p. XXII.3.6; XXII.7.5.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Amiano Marcelino (397). Os Feitos 🔗. Constantinopla
- Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). «Flavius Florentius 10». The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press