Amazaspui Mamicônio
Amazaspui Mamicônio | |
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Morte | século IV |
Etnia | Armênio |
Progenitores | Pai: Amazaspo (?) |
Religião | Catolicismo |
Amazaspui Mamicônio (em armênio/arménio: Համազասպուհի Մամիկոնյան; romaniz.: Hamazaspuhi Mamikonyan) foi uma nobre armênia do século IV.
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Amazaspes (Αμαζάσπες, Amazáspes) ou Amazaspo (Amazaspus; Αμαζάσπος, Amazáspos) são as formas latina e grega do persa médio Hamazaspe (*Hamazāsp) que, em última análise, deriva do persa antigo Hamazaspa (Hamāzāspa). Embora a etimologia precisa de *Hamazāsp/Hamāzāspa permaneça sem solução, pode ser explicada através do avéstico *hamāza-, "colisão/confronto" + aspa-, "cavalo", ou seja, "aquele que possuía corcéis de guerra". Foi registrado em armênio (Համազասպ, Hamazasp) e georgiano (em georgiano: ამაზასპ, Amazasp’) como Hamazaspe.[1][2][3] Amazaspui, em particular, é a junção do nome Amazaspes / Hamazaspe + o sufixo uhi (-ուհի), que indica feminino.[4]
Vida
[editar | editar código-fonte]Amazaspui pertencia à família Mamicônio, mas sua genealogia é incerta. Segundo Christian Settipani, pode ter sido filha de Amazaspo, que supostamente era filho de Artavasdes I e a filha do rei da Ibéria Amazaspo III (r. 260–265).[5] Já Cyril Toumanoff a viu como filha de Artavasdes II, o filho de Vache I e neto de Artavasdes I. Para ambos, era irmã dos nobres Amazaspiano I, Vaanes, Bagoas, Vasaces I e Vardanes I.[6][7]
Nina Garsoïan descarta a ideia de Toumanoff, pois as fontes deixam claro que Artavasdes II era jovem no ponto que é citado, de modo que seria improvável que fosse pai de tantos filhos. Em correção, toma o Amazaspes citado no capítulo XXXVII do livro V das Histórias Épicas de Fausto, o Bizantino como um segundo filho de Vache I. Também supõe que este Amazaspes teve ao menos duas esposas, a primeira delas sendo mãe de Vasaces, Vardanes, Amazaspui, Amazaspiano / Amazaspes e Bagoas, e a segunda sendo mãe de Vaanes e outros possíveis filhos. O motivo disso é que Vaanes é citado como meio-irmão de Amazaspui (Histórias Épicas, IV.xlix).[1]
Seja como for, se sabe com certeza que Amazaspui era esposa de Gareguim II. Foi martirizada durante a ocupação da Reino da Armênia pelas tropas do xá Sapor II (r. 309–379) do Império Sassânida depois de 363, quando os romanos sob o imperador Joviano (r. 363–364) acordaram o tratado de paz que pôs fim ao conflito até então em curso.[1][8] Diz Fausto que Gareguim fugiu, deixando-a para trás e os persas a levaram para Vã, na terra de Tospitis, onde foi enforcada numa torre alta sobre uma caverna rochosa.[9]
Referências
- ↑ a b c Fausto, o Bizantino 1989, p. 378.
- ↑ Rapp 2009, p. 660.
- ↑ Rapp 2014, p. 164, 224.
- ↑ J̌ahukyan 1998, p. 5–48.
- ↑ Settipani 2006, p. 132.
- ↑ Toumanoff 1990, p. 329.
- ↑ Settipani 2006, p. 131-132.
- ↑ Potter 2004, p. 520, 527.
- ↑ Fausto, o Bizantino 1989, p. 220; 378.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachussetes: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvarde
- J̌ahukyan, Geworg (1998). «-ուհի». Hin hayereni verǰacancʻneri cagumə [The Origin of Old Armenian Suffixes] (Hayocʻ lezvi hamematakan kʻerakanutʻyan harcʻer; 2). Erevã: Anania Širakacʻi
- Potter, David Stone (2004). The Roman Empire at Bay AD 180–395. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 0-415-10057-7
- Rapp, Stephen H. (2009). «The Iranian Heritage of Georgia: Breathing New Life into the Pre-Bagratid Historiographical Tradition». Iranica Antiqua. 44. doi:10.2143/IA.44.0.2034389
- Rapp, Stephen H. Jr (2014). The Sasanian World through Georgian Eyes: Caucasia and the Iranian Commonwealth in Late Antique Georgian Literature. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 978-1-4724-2552-2
- Settipani, Christian (2006). Continuité des élites à Byzance durant les siècles obscurs les princes caucasiens et lempire du VIe au IXe siècle. Paris: de Boccard. ISBN 978-2-7018-0226-8
- Toumanoff, Cyril (1990). Les dynasties de la Caucasie chrétienne de l'Antiquité jusqu'au xixe siècle : Tables généalogiques et chronologiques. Roma: Edizioni Aquila