Hyperuranion
O hyperuranion[1] (hiperurânio) ou topos hyperuranios[2] (em grego clássico: ὑπερουράνιον τόπον,[3][4] acusativo de ὑπερουράνιος τόπος, "lugar além do céu") é alternadamente um conceito usado por Platão para significar um reino perfeito das Formas, como mundo inteligível supraceleste.
O hiperurânio, que também é chamado reino platônico,[5] é um lugar no Céu onde todas as ideias de coisas reais estão reunidas.[6] É da opinião de Platão que a Ideia de um fenômeno está além do reino dos fenômenos reais e que tudo o que experimentamos em nossas vidas é apenas uma cópia do modelo perfeito que existe no hiperurânio.[7] É descrito como mais alto que os deuses, pois a divindade deles dependia do conhecimento dos seres hiperuranianos.[4]
Já de tradição anterior, para Heráclito a região acima do céu é formada de um ar invisível rarefeito que ele chamou de pyr aeizoon (ver Empíreo e Fogo Central), que pode ser traduzido como éter,[8] termo usado por Aristóteles em Sobre o Céu para o elemento celeste. A doutrina do hiperurânio também é um conceito medieval posterior, que afirma que Deus dentro do empíreo existe fora do Céu e o controla como o primeiro motor dali para o Céu, até mesmo fazer parte do movido.[1] O alquimista francês Jean d'Espagnet rejeitou a ideia do hiperurânio em sua obra Enchiridion, onde sustentava que a natureza não é dividida em categorias conceituais, mas existe em unidade.[9]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b Katherine Murphy, Richard Todd, "A Man Very Well Studyed": New Contexts for Thomas Browne", BRILL, 2008, p. 260.
- ↑ Egidius Schmalzriedt, Platon – Der Schriftsteller und die Wahrheit, R. Piper, 1969, pp. 317, 319, 329.
- ↑ Platão, Fedro, 247b–c
- ↑ a b Diduch, Paul; Harding, Michael (2018). Socrates in the Cave: On the Philosopher’s Motive in Plato. Palgrave Macmillan. New York: [s.n.] 82 páginas. ISBN 9783319768304
- ↑ Luitzen Egbertus Jan Brouwer (Stanford Encyclopedia of Philosophy)
- ↑ Solomonick, Abraham (2017). From Semiotics towards Philosophical Metaphysics. Cambridge Scholars Publishing. Newcastle upon Tyne: [s.n.] 28 páginas. ISBN 9781443886451
- ↑ Heilman, Elizabeth (2009). Critical Perspectives on Harry Potter. Routledge. New York: [s.n.] 43 páginas. ISBN 020389281X
- ↑ Cleve, Felix M. (6 de dezembro de 2012). The Giants of Pre-Sophistic Greek Philosophy: An Attemot to Reconstruct Their Thoughts (em inglês). [S.l.]: Springer. ISBN 978-94-015-3458-1
- ↑ Murphy, Katherine; Todd, Richard (2008). "A Man Very Well Studyed": New Contexts for Thomas Browne. BRILL. Leiden: [s.n.] 260 páginas. ISBN 9789004171732