Saltar para o conteúdo

Jacob van Ruisdael

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Jacob van Ruysdael)
Jacob van Ruisdael
Jacob van Ruisdael
Moinho de Vento em Wijk bij Duurstede, c. 1670
Nome completo Jacob Isaackszoon van Ruisdael
Nascimento c. 1628 ou 1629
Haarlem, Províncias Unidas
Morte 10 de março de 1682 (53–54 anos)
Amsterdã, Províncias Unidas
Progenitores Pai: Isaack van Ruisdael
Ocupação Pintor
Período de atividade c. 1646–1682
Escola/tradição Pintura de paisagem

Jacob Isaackszoon van Ruisdael (Haarlem, c. 1628 ou 1629Amsterdã, 10 de março de 1682) foi um pintor holandês, considerado um dos grandes expoentes da pintura de paisagem durante a Idade de Ouro Holandesa, um período de grande riqueza e realizações culturais em que pinturas dos Países Baixos se tornaram muito populares.

Ruisdael era prolífico e versátil, tendo representado uma grande variedade de paisagens em suas obras. Começando em 1646, ele pintou campos holandeses com uma qualidade admirável para um jovem. Ele viajou para terras germânicas em 1650 e suas pinturas assumiram características mais heroicas. Seus trabalhos finais foram produzidos enquanto vivia e trabalhava em Amsterdã, adicionando panoramas urbanos e marítimos ao seu repertório tradicional. Nesses trabalhos o céu frequentemente tomava dois terços da tela, com cachoeiras também sendo um item comum.

O único aprendiz documentado de Ruisdael foi Meindert Hobbema, com o trabalho do segundo muitas vezes sendo confundido com o do primeiro. Historiadores da arte têm grandes dificuldades em determinar a autoria de muitas das obras de Ruisdael, algo que é piorado pelo fato dele possuir outros três parentes próximos que também pintavam paisagens: seu pai, Isaack van Ruisdael, seu tio, Salomon van Ruysdael, e seu primo, também chamado Jacob van Ruysdael.

Seu trabalho estava sob muita demanda nos Países Baixos durante sua vida. Atualmente, suas obras estão espalhadas em coleções particulares e institucionais por todo o mundo, com as maiores estando na Galeria Nacional em Londres, no Museu Nacional em Amsterdã e no Hermitage em São Petersburgo. Ruisdael foi de enorme influência na formação da pintura de paisagem mundial, desde o romantismo inglês até a Escola de Barbizon francesa e a Escola do Rio Hudson norte-americana.

Uma Vista de Egmond aan Zee, c. 1647–52.
A Costa de Egmond aan Zee, c. 1675.

Jacob Isaackszoon van Ruisdael nasceu na cidade de Haarlem, República dos Países Baixos, em 1628 ou 1629[nota 1] dentro de uma família de pintores, todos paisagistas. O número de pintores na família e as múltiplas grafias do nome Ruisdael tem dificultado as tentativas de documentar sua vida e determinar a autoria de seus trabalhos.[2]

O nome Ruisdael está ligado a um castelo, hoje perdido, originalmente localizado no vilarejo de Blaricum. A pequena cidade era a casa de Jacob de Goyer, um fabricante de móveis e o avô de Ruisdael. Três dos filhos de Goyer mudaram seu sobrenome para Ruysdael ou Ruisdael quando a família mudou-se para Naarden, com o objetivo de possivelmente indicar sua origem.[nota 2] Dois dos filhos de Goyer tornaram-se pintores: Isaack van Ruisdael e Salomon van Ruysdael, respectivamente o pai e o tio de Jacob van Ruisdael.[nota 3] Jacob sempre escreveu seu nome com um "i",[8] enquanto seu primo Jacob Salomonsz van Ruysdael, outro artista de paisagens e filho de Salomon, sempre grafou seu nome com "y".[9] Arnold Houbraken, o biógrafo mais antigo de Ruisdael, lhe chamava de Jakob Ruisdaal e afirmou que o nome vinha de sua especialidade em pintar cachoeiras, isto é o "ruis" (ruído da água) caindo em um "daal" (vale) que espuma para uma lagoa ou um rio.[10]

Não se sabe se a mãe de Ruisdael foi a primeira esposa de Isaack van Ruisdael, cujo nome é desconhecido, ou sua segunda esposa Maycken Cornelisdochter. Isaack e Maychen se casaram em 12 de novembro de 1628.[11][12][nota 4] Também não se sabe quem foi seu professor de pintura.[14] É frequentemente presumido que Ruisdael estudou com seu pai e tio, porém não existem evidências documentais sobre isso.[15] Ele aparentemente também foi muito influenciado por paisagistas contemporâneos locais de Haarlem, mais notavelmente Cornelis Vroom e Allaert van Everdingen.[16]

A data mais antiga que aparece nas pinturas e água-fortes de Ruisdael é 1646.[17][nota 5] Ele foi aceito dois anos mais tarde como um membro da Guilda de São Lucas de Haarlem.[11] Nessa época as pinturas de paisagens eram tão populares nas casas holandesas quanto pinturas históricas, porém na época do nascimento de Ruisdael as pinturas históricas apareciam com mais frequência. O crescimento da popularidade das pinturas de paisagens ocorreu ao longo de sua carreira.[19][nota 6]

Ruisdael mudou-se para Amsterdã por volta de 1657, então uma cidade próspera que provavelmente ofereceria um mercado muito maior por seu trabalho. Everdingen, seu colega pintor de Haarlem, já tinha se mudado para lá e encontrado um bom mercado. Ruisdael viveu e trabalhou na cidade pelo restante de sua vida.[21] Seu nome aparece em 1668 como uma testemunha no casamento de Meindert Hobbema, seu único aluno registrado, um pintor cujos trabalhos já foram confundidos com os de Ruisdael.[21][22][23][24]

Ele aparentemente viajou relativamente pouco para um artista de paisagens: para Blaricum, Egmond aan Zee e Rhenen na década de 1640, para Bentheim e Steinfurt além da fronteira do Sacro Império Romano-Germânico junto com Nicolaes Berchem em 1650[14] e possivelmente para a fronteira germânica uma segunda vez em 1661 com Hobbema, passando no caminho por Veluwe, Deventer e Ootmarsum.[25] Apesar das inúmeras paisagens norueguesas, não há registros de Ruisdael ter viajado para a Escandinávia.[26]

Vista do Castelo de Bentheim, c. 1651–55 e c. 1652–54.

Há algumas especulações que Ruisdael também foi um médico. Houbraken relata em 1718 que o pintor estudou medicina e realizou cirurgias em Amsterdã.[10] Registros do século XVII mostram o nome "Jacobus Ruijsdael" em uma lista de doutores da cidade, porém riscado, com a nota de que ele ganhou seu certificado médico em 15 de outubro de 1676 em Caen, França.[27] Vários historiadores especularam que este foi um caso de confusão de identidades. Pieter Scheltema sugere que na verdade o primo de Ruisdael era quem aparece no documento.[28] Seymour Slive defende que a grafia com "uij" não é consistente com a maneira que Ruisdael escrevia seu nome, que sua produção artística incomumente alta sugere que ele tinha pouco tempo livre para estudar medicina e que não existem indícios em qualquer uma de suas obras que Ruisdael visitou a França. Entretanto, Slive ainda assim está disposto a aceitar que que o pintor possa ter sido médico.[27] Jan Paul Hinrichs afirmou que as evidências sobre a questão são inconclusivas.[29]

Ruisdael não era judeu. Slive conta que frequentemente houve especulações de que o pintor certamente deveria ter sido um judeu devido aos vários nomes bíblicos dentro da família e pelo fato de Ruisdael ter retratado diversos cemitérios judeus em suas obras. Entretanto, as evidências mostram exatamente o contrário.[30] Ele pediu para que fosse batizado em Amsterdã na calvinista Igreja Reformada Holandesa e foi enterrado na protestante Igreja de São Bavão em Haarlem.[31][32] Seu tio Salomon pertencia ao subgrupo Jovens Flamencos da congregação Menonita, um dos vários tipos de anabatistas existentes em Haarlem, sendo provável que o pai de Ruisdael também fosse um membro.[33] Seu primo Jacob Salomonszoon era registrado em Amsterdã como um menonita.[34]

Ruisdael nunca se casou. De acordo com Houbraken, isso se deu "para reservar tempo a fim de servir seu pai idoso".[35] Não se sabe como era sua aparência, já que não existe nenhum retrato ou auto-retrato.[8][nota 7] Ele morreu em Amsterdã no dia 10 de março de 1682, sendo enterrado quatro dias depois na Igreja de São Bavão em Haarlem.[39]

O historiador Hendrik Frederik Wijnman refutou o mito de que Ruisdael morreu pobre em um asilo de idosos indigentes em Haarlem. Wijnman mostrou que a pessoa que morreu naquele local foi na verdade Jacob Salomonszoon, primo de Ruisdael.[40] Apesar de não existirem registros do pintor ter sido dono de terras ou ações, ele aparentemente viveu de maneira confortável mesmo depois da crise econômica causada pelo "ano do desastre" de 1672.[41][nota 8] Suas pinturas tinham um valor bem alto. Uma grande amostra de inventários realizados entre 1650 e 1679 indicam que o preço médio de um quadro de Ruisdael era de quarenta florins, comparados à média de dezenove florins para todas as outras pinturas.[42] Ele ficava em sétimo lugar em uma classificação de pintores contemporâneos holandeses baseada na frequência ponderada dos preços nesses inventários.[43]

Primeiros anos

[editar | editar código-fonte]
Paisagem de Dunas, 1646.

Os trabalhos de Ruisdael desde por volta de 1646 até o início da década de 1650, período em que viveu em Haarlem, é caracterizado por motivos condutores simples e um estudo cuidadoso e trabalhoso sobre a natureza: dunas, árvores e efeitos atmosféricos. Ele deu à suas folhagens uma qualidade mais rica ao aplicar uma pintura mais pesada do que seus predecessores, transmitindo uma sensação de seiva escorrendo pelos galhos e folhas.[44] Sua representação precisa das árvores era sem precedentes na época: os gêneros de suas árvores foram os primeiros a serem reconhecidos inequivocamente por botânicos modernos.[45] Seus primeiros esboços apresentaram temas que retornariam em todas as suas obras: um sentimento de amplitude e luminosidade, além de uma atmosfera arejada alcançada através de toques de giz quase como no pontilhismo.[46] A maioria de seus trinta esboços feitos com giz preto que sobreviveram ao tempo datam desse período inicial.[47][48]

Um exemplo do estilo inicial de Ruisdael é Paisagem de Dunas, um de seus primeiros trabalhos, datado de 1646. O quadro quebra a tradição clássica holandesa de representar visões amplas de dunas que incluem casas e árvores flanqueadas por vistas distantes. Em vez disso, Ruisdael coloca proeminentemente no centro dunas cobertas por árvores, com as nuvens concentrando uma luz forte em um caminho de areia.[46] O efeito heroico resultante é realçado pelo tamanho grande da tela, "tão inesperada no trabalho de um pintor inexperiente" de acordo com Irina Sokolova, antiga curadora do Museu Hermitage.[49] O historiador Cornelis Hofstede de Groot afirmou sobre Paisagem de Dunas: "É dificilmente crível que seja a obra de um menino de dezessete anos".[50]

Vista de Naarden com a Igreja de Muiderberg à Distância, 1647.

A primeira paisagem panorâmica pintada por Ruisdael em sua carreira foi Vista de Naarden com a Igreja de Muiderberg à Distância, datado de 1647. O tema de um céu esmagador com uma cidade vista bem ao longe, neste caso o local de nascimento de seu pai, é um que ele acabaria por retornar novamente em seus últimos anos.[46]

Ruisdael parou quase que inteiramente de datar suas obras após 1653 por motivos desconhecidos. Apenas cinco de suas pinturas da década de 1660 possuem próximo de sua assinatura um ano, porém parcialmente obscurecidos; nenhum de seus trabalhos das décadas de 1670 e 1680 contém uma data.[51] Dessa forma, a datação de suas obras posteriores é baseada principalmente em especulações e trabalhos de investigação.[9]

Todos os treze água-fortes conhecidos de Ruisdael vem de seu período inicial, com o primeiro sendo datado de 1646. Não se sabe quem o ensinou a arte do água-forte. Não existem nenhum trabalho desse tipo por seu pai, tio ou colega Cornelis Vroom de Haarlem, que lhe influenciou em outras obras. As água-fortes de Ruisdael mostram pouco influência de Rembrandt, tanto em estilo quanto em técnica. Também existem poucas impressões originais; cinco água-fortes sobreviveram em apenas uma única impressão. A raridade de tais sugere que o pintor as considerava como ensaios triviais que não precisavam de grandes edições.[52] O especialista em água-fortes Georges Duplessis destacou Seara na Beira de um Bosque e Brejo de Floresta com Viajantes na Margem como ilustrações imbatíveis do gênio de Ruisdael.[53]

Período médio

[editar | editar código-fonte]
O Cemitério Judeu, 1654–55.

As pinturas de Ruisdael assumiram uma personalidade mais heroica depois de sua viagem para o Sacro Império, com formas tornando-se maiores e mais proeminentes.[54] Uma Vista do Castelo de Bentheim, de por volta de 1653, é um de uma dúzia de trabalhos em que o artista representa esse castelo germânico em particular, quase todos dos quais o mostram em sua posição no alto de um morro. De forma significativa, Ruisdael fez diversas mudanças no cenário do castelo pois ele na verdade está localizado em um morro pouco imponente, culminando em uma versão que mostra o edifício em uma montanha com árvores.[55] Essas variações são consideradas por historiadores como uma vidência das habilidades de composição de Ruisdael.[56][nota 9]

Ruisdael encontrou moinhos de água em sua viagem para o Sacro Império, que por sua vez acabaram tornando-se um assunto proeminente em suas pinturas, o primeiro artista a fazer isso.[58] Dois Moinhos de Água com uma Eclusa Aberta, datada de 1653, é um exemplo.[59] As ruínas do Castelo de Egmont perto de Alkmaar eram outro ponto favorito do pintor[60] e um elemento presente em O Cemitério Judeu, que ele pintou duas versões.[61] Nestes, Ruisdael colocou o mundo natural contra um ambiente feito pelo homem tomado pelas árvores e arbustos que cercam o cemitério.[62]

Cachoeira em Paisagem Montanhosa com um Castelo Arruinado, c. 1665–70.

As primeiras paisagens escandinavas de Ruisdael continham grandes abetos, montanhas escarpadas, grandes pedregulhos e torrentes de água agitadas.[63] Apesar de convincentemente realistas, elas foram baseadas em trabalhos anteriores de outros artistas em vez de experiências diretas. Não há nenhum registro de Ruisdael ter viajado para a região da Escandinávia, porém Everdingen viajou para lá em 1644 e popularizou esse subgênero.[64] As obras de Ruisdael logo foram ultrapassadas pelas melhores de Everdingen.[65] Ruisdael produziu no total mais de 150 paisagens escandinavas com cachoeiras,[26] das quais Cachoeira em uma Paisagem Montanhosa com um Castelo Arruinado de c. 1665–70 é considerada sua melhor por Slive.[66]

Ele começou nesse período a pintar cenas costeiras e marítimas, influenciado por Simon de Vlieger e Jan Porcellis.[67] Dentre suas obras mais dramáticas está Mar Bravio em um Dique, tendo uma paleta de cor restrita a preto, branco, azul e alguns tons de marrom terra.[66] Entretanto, cenas com florestas permaneceram seu assunto favorito, como por exemplo Um Brejo Arborizado de c. 1665, que mostra uma paisagem primeva com carvalhos e bétulas quebrados e galhos apontados para o céu em meio uma lagoa coberta.[68]

Últimos anos

[editar | editar código-fonte]

Ruisdael começou a representar imagens montanhosas durante seus últimos anos, como Paisagem Montanhosa e Arborizada com um Rio, datada de aproximadamente o final da década de 1670. Esta pintura mostra uma montanha escarpada com seu pico nas nuvens.[69] Os temas tratados pelo pintor tornaram-se incomumente variados. O historiador Wolfgang Stechow identificou treze temas dentro do gênero paisagista da Idade de Ouro Holandesa, com as obras de Ruisdael englobando todos com exceção de dois, primando na maioria: florestas, rios, dunas e estradas do interior, panoramas, paisagens imaginárias, cachoeiras escandinavas, mar, praias, cenas de inverno, vistas de cidades e imagens noturnas. Apenas o estilo italiano e paisagens estrangeiras diferentes das escandinavas estão ausentes de suas obras.[70][71]

Vista de Haarlem com Campos Branqueados, c. 1665.

Slive acha apropriado que um moinho de vento seja o assunto principal de um dos trabalhos mais famosos de Ruisdael. Moinho de Vento em Wijk bij Duurstede, datado de 1670, mostra a cidade ribeirinha de Wijk bij Duurstede com seu dominante moinho de vento cilíndrico.[69] O pintor uniu em sua composição elementos holandeses típicos como terra no nível do mar, água e um céu amplo para que assim convergissem no igualmente característico moinho de vento.[72] A duradoura popularidade da pintura é evidenciada pelas vendas de cartões com a imagem no Museu Nacional, com ela ficando em terceiro lugar atrás de A Ronda Noturna de Rembrandt e Vista de Delft de Johannes Vermeer.[9] Moinhos de vento apareceram ao longo de toda a carreira de Ruisdael.[73]

Vistas panorâmicas da linha do horizonte de Haarlem e seus campos branqueados aparecem neste estágio, um gênero específico chamado de "Haerlempjes",[21] com as nuvens criando gradações de faixas alternadas de luz e sombras em direção do horizonte. As pinturas são frequentemente dominadas pela Igreja de São Bavão, em que Ruisdael acabaria por ser enterrado.[69]

Apesar de Amsterdã aparecer em seus trabalhos, ela o faz relativamente pouco dado que o pintor viveu na cidade por mais de 25 anos. Ela aparece em sua única obra arquitetural conhecida, um desenho do interior da Antiga Igreja,[74] além de imagens de diques e Vista panorâmica de Amstel olhando para Amsterdã, uma de suas últimas pinturas.[75][76]

Pessoas estão presentes de forma bem esparsa nas composições de Ruisdael e no final de sua carreira elas eram raramente pintadas pelo próprio,[nota 10] mas sim executadas por outros artistas, incluindo seu aluno Hobbema, Berchem, Adriaen van de Velde, Philips Wouwerman, Jan Vonck, Thomas de Keyser, Gerard van Battum e Johannes Lingelbach.[25][80]

Notas

  1. Isto é inferido a partir de um documento datado de 9 de junho de 1661 em que Ruisdael afirma ter 32 anos de idade.[1]
  2. A grafia "uy" é apenas preservada em nomes na língua holandesa moderna enquanto o "ui" é a forma dominante, porém antes das normas atuais de escrita o "uy" era usado intercambiavelmente junto com "uij", com "ij" em uma combinação apenas para ser uma outra forma de representar um "y", e com "ui" como um diminutivo de "uij".[3] A longa lista de grafias do nome Ruisdael no passar dos séculos inclui "uy", "uij" e "ui".[4]
  3. Diferentemente de seus outros familiares, Salomon van Ruysdael é bem conhecido atualmente e tem várias de suas obras exibidas em museus, como na Galeria Nacional em Londres e na Galeria Nacional de Arte em Washington, D.C..[5][6][7]
  4. Piorando a confusão sobre os nomes na família, a esposa de Salomon van Ruysdael também se chamava Maycken.[13]
  5. Era incomum para a época que artistas criassem trabalhos assinados e datados antes de se matricularem em uma guilda.[18]
  6. Apesar de mais populares, as pinturas de paisagens não eram vistas como o ápice da pintura. O pintor e escritor Samuel Dirksz van Hoogstraten escreveu uma dissertação em 1678 invertendo a primeira posição na hierarquia dos gêneros pela pintura histórica.[20]
  7. A companhia de café e chá holandesa De Zuid-Hollandsche Koffie- en Theehandel publicou na década de 1920 livros de imagens com retratos de pintores famosos da história do país, com a edição de 1926 mostrando um retrato de "Jacob Isaaksz. Ruisdael".[36] Não se sabe de onde a empresa conseguiu a imagem. Também não se sabe a proveniência de duas esculturas do século XIX, uma na parede exterior do museu Kunsthalle Hamburgo de 1863[37] e outra dentro do Museu do Louvre por Louis-Denis Caillouette em 1822.[38]
  8. Registros de impostos mostram que em 1674 Ruisdael pagou dez florins para 0,5% de imposto sobre a fortuna, indicando que seu patrimônio líquido era de dois mil florins.[41]
  9. Outras evidências de suas habilidades de composição incluem a representação botanicamente correta do arbusto Viburnum lantana em uma das versões do Castelo de Bentheim, para qual não existem evidências de terem existido na área.[57]
  10. É presumido que Ruisdael pintava ele mesmo as pessoas e animais durante seus primeiros anos.[49] Paisagem com um Barraco e Árvores de 1646 é um exemplo.[77] As figuras na maioria de suas obras panorâmicas também foram feitas pelo próprio.[78] O historiador Robert Watson escreve que a estranha tendência de pintores contratarem uns aos outros para pintar figuras pequenas em paisagens sugere um tabu sobre a barreira entre o humano e o natural.[79]

Referências

  1. Slive & Hoetink 1981, p. 19
  2. Slive & Hoetink 1981, pp. 17–21
  3. Reenen & Wijnands 1993, pp. 389–419
  4. «Union List of Artist Names». J. Paul Getty Trust. Consultado em 1 de outubro de 2016 
  5. Scott 2015, p. 104
  6. «Salomon van Ruysdael». Galeria Nacional. Consultado em 1 de outubro de 2016 
  7. «River Landscape with Ferry». Galeria Nacional de Arte. Consultado em 1 de outubro de 2016 
  8. a b Slive & Hoetink 1981, p. 17
  9. a b c Slive & Hoetink 1981, p. 21
  10. a b Houbraken 1718, p. 65
  11. a b Slive 2011, p. xi
  12. Slive & Hoetink 1981, p. 18
  13. Liedtke 2007, p. 801
  14. a b Kuznetsov 1983, p. 4
  15. Slive 2005, p. 2
  16. Slive 2005, p. 3
  17. Slive 2001, p. 5
  18. Slive & Hoetink 1981, p. 20
  19. Jager 2015, p. 9
  20. Golan 1997, p. 369
  21. a b c Slive & Hoetink 1981, p. 22
  22. Slive 2011, p. xii
  23. Liedtke 2007, p. 788
  24. Slive 2001, p. x
  25. a b «Jacob van Ruisdael». Instituto Holandês para a História da Arte. Consultado em 2 de outubro de 2016 
  26. a b Slive 2001, p. 153
  27. a b Slive & Hoetink 1981, pp. 19–20
  28. Scheltema 1872, p. 105
  29. Hinrichs 2013, pp. 58–62
  30. Wecker, Menachem (21 de outubro de 2005). «Jacob van Ruisdael Is Not Jewish». Foward. Consultado em 2 de outubro de 2016 
  31. Slive 2001, p. i
  32. Wüstefeld 1989, p. 11
  33. Israel 1995, p. 397
  34. Scheltema 1872, p. 101
  35. Houbraken 1718, p. 66
  36. «Plaatjesalbum: De Zuid-Hollandsche Koffie- en Theehandel, Vaderlandsche historie». Zwiggelaar Auctions. Consultado em 2 de outubro de 2016 
  37. «Kunsthalle - Künstlerporträts». Van der Krogt. Consultado em 2 de outubro de 2016 
  38. Clarac 1841, p. 540
  39. Slive 2005, p. xiii
  40. Wijnman 1932, pp. 49–60
  41. a b Slive & Hoetink 1981, p. 26
  42. Montias 1996, p. 366
  43. Montias 1996, p. 369
  44. Slive 2006, p. 1
  45. Ashton, Davies & Slive 1982, p. 5
  46. a b c Slive 2006, p. 2
  47. Slive 2001, p. 491
  48. Giltay 1980, p. 141–208
  49. a b Sokolova 1988, p. 63
  50. Hofstede de Groot 1911, p. 275
  51. Slive 2001, p. 6
  52. Slive 2001, pp. 591–593
  53. Duplessis 1871, p. 109
  54. Slive 2006, p. 3
  55. Slive 2001, p. 25
  56. Slive & Hoetink 1981, p. 52
  57. Ham 1983, p. 207
  58. Slive 2011, p. 54
  59. Slive 2011, p. 56
  60. Slive 2001, p. 43–48
  61. Slive 2001, p. 181
  62. Slive & Hoetink 1981, p. 68
  63. Slive 2001, p. 154
  64. Slive 1982, p. 29
  65. Hofstede de Groot 1911, p. 2
  66. a b Slive 2006, p. 4
  67. Giltay 1987, p. 439
  68. Kuznetsov 1983, p. 8
  69. a b c Slive 2006, p. 5
  70. Slive 1982, pp. 26-28
  71. Stechow 1966
  72. «The Windmill at Wijk bij Duurstede, Jacob Isaacksz. van Ruisdael, c. 1668 - c. 1670». Museu Nacional. Consultado em 3 de outubro de 2016 
  73. Slive 2011, p. vi
  74. Slive 2001, p. 570
  75. Slive 2001, pp. 11–22
  76. Slive & Hoetink 1981, p. 157
  77. Slive & Hoetink 1981, p. 29
  78. Slive 2001, p. 66
  79. Watson 2011, p. 175
  80. Slive & Hoetink 1981, p. 23
  • Ashton, Peter Shaw; Davies, Alice I.; Slive, Seymour (1982). «Jacob van Ruisdael's trees». Arnoldia. 42 (1): 2–31 
  • Clarac, Frédéric (1841). Musée de sculpture antique et moderne, ou description historique et graphique du Louvre. Paris: L'Imprimerie Royale. OCLC 656569988 
  • Duplessis, Georges (1871). The Wonders of Engraving. Londres: Sampson Low, Son, and Marston. OCLC 699616022 
  • Giltay, Jeroen (1980). «De tekeningen van Jacob van Ruisdael». Oud Holland. 92 (2–3) 
  • Giltay, Jeroen (1987). «Jacob van Ruisdael». In: Sutton, Peter C.; Blankert, Albert. Masters of 17th Century Dutch Landscape Painting. Amsterdã: Rijksmuseum Amsterdam. ISBN 978-0-8122-8105-7 
  • Golan, Steven (1997). «Subjects, subject categories, and hierarchies». In: Muller, Sheila. Dutch Art: An Encyclopedia. New Haven: Garland. ISBN 978-0-8153-0065-6 
  • Ham, R.W.J.M. van der (1983). «Is Viburnum lantana L. indigeen in de duinen bij Haarlem?». Gorteria. 11 (9) 
  • Hinrichs, Jan Paul (2013). «Nogmaals over een oud raadsel: Jacob van Ruisdael, Arnold Houbraken en de Amsterdamse naamlijst van geneesheren». Oud Holland. 126 (1): 58–62 
  • Hofstede de Groot, Cornelis (1911). Beschreibendes und kritisches Verzeichnis der Werke der hervorragendsten Holländischen Mahler des XVII. Jahrhunderts. 4. Esslingen: Paul Neff. OCLC 2923803 
  • Houbraken, Arnold (1718). De groote schouburgh der Nederlantsche konstschilders en schilderessen deel 3. Amsterdã: B. M. Israël. ISBN 978-90-6078-076-3. OCLC 1081194 
  • Israel, Jonathan (1995). The Dutch Republic. Its Rise, Greatness, and Fall 1477–1806. Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-820734-4 
  • Jager, Angela (2015). «"Everywhere illustrious histories that are a dime a dozen": The Mass Market for History Painting in Seventeenth-Century Amsterdam» (PDF). Journal of Historians of Netherlandish Art. 7 (1). ISSN 1949-9833. doi:10.5092/jhna.2015.7.1.2. Consultado em 2 de outubro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 20 de setembro de 2015 
  • Kuznetsov, Yuri (1983). Jacob van Ruisdael. Col: Masters of World Painting. Leningrado: Aurora Art Publishers. ISBN 978-0-8109-2280-8 
  • Liedtke, Walter A. (2007). Dutch Paintings in the Metropolitan Museum of Art. 1–2. Nova Iorque: Metropolitan Museum of Art. ISBN 978-1-58839-273-2 
  • Montias, John Michael (1996). «Works of Art in Seventeenth-Century Amsterdam». In: Freedberg, David; Vries, Jan de. Art in History/History in Art: Studies in Seventeenth-Century Dutch Culture. Los Angeles: Getty Publications. ISBN 978-0-89236-201-1 
  • Reenen, Pieter van; Wijnands, Astrid (1993). «Early diphthongizations of palatalized West Germanic [ui] – the spelling uy in Middle Dutch». In: Aertsen, Henk; Jeffers, Robert. Historical Linguistics 1989. Amsterdã: John Benjamins. ISBN 978-1-55619-560-0 
  • Scheltema, Pieter (1872). «Jacob van Ruijsdael». Aemstel's oudheid of gedenkwaardigheden van Amsterdam deel 6 (PDF). Amsterdã: C. L. Brinkman. OCLC 156222591 
  • Scott, Hamish (ed.) (2015). The Oxford Handbook of Early Modern European History, 1350-1750: Peoples and Places. Col: Oxford Handbooks in History. 1. Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-101533-5 
  • Slive, Seymour; Hoetink, Hendrik Richard (1981). Jacob van Ruisdael. Amsterdã: Meulenhoff/Landshoff. ISBN 978-90-290-8471-0 
  • Slive, Seymour (1982). «Jacob van Ruisdael» (PDF). Harvard Magazine. 84 (3): 26–31 
  • Slive, Seymour (2001). Jacob van Ruisdael: a Complete Catalogue of his Paintings, Drawings, and Etchings. New Haven: Yale University Press. ISBN 978-0-300-08972-1 
  • Slive, Seymour (2005). Jacob van Ruisdael: Master of Landscape. Londres: Royal Academy of Arts. ISBN 978-1-903973-24-0 
  • Slive, Seymour (2006). Jacob van Ruisdael. Gallery guide to the exhibition. Londres: Royal Academy of Arts 
  • Slive, Seymour (2011). Jacob van Ruisdael: Windmills and Water Mills. Los Angeles: Getty Publications. ISBN 978-1-60606-055-1 
  • Sokolova, Irina (1988). «Dutch paintings of the Seventeenth Century». In: Howard, Kathleen. Dutch and Flemish Paintings from the Hermitage. Nova Iorque: Metropolitan Museum of Art. ISBN 978-0-87099-509-5 
  • Stechow, Wolfgang (1966). Dutch Landscape Painting of the Seventeenth Century. Londres: Phaidon Press. ISBN 978-0-7148-1330-1 
  • Watson, Robert (2011). Back to Nature: The Green and the Real in the Late Renaissance. Filadélfia: University of Pennsylvania Press. ISBN 978-0-8122-0425-4 
  • Wijnman, Hendrik (1932). «Het leven der Ruysdaels». Oud Holland. 49 (1): 49–60 
  • Wüstefeld, Wilhelmina (1989). De Boeken van de Grote of Sint Bavokerk: een Bijdrage tot de Geschiedenis van het Middeleeuwse Boek in Haarlem. Hilversum: Verloren. ISBN 978-90-70403-25-6 

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Jacob van Ruisdael