Lula-mansa
Lula-mansa | |||||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Loligo forbesii Steenstrup, 1856 |
A Loligo forbesii (Steenstrup, 1856), é uma espécie de lula nectobentónica de interesse comercial que ocorre no oceano Atlântico Nordeste.[1][2] Encontra-se desde a costa sudoeste da Noruega (63°–64°N) até à costa noroeste de África (23°–24°N), Mar Mediterrâneo e Mar Vermelho. Os Açores (37°–40°N; 25°–31°W) são o seu limite de distribuição geográfica Oeste.[1][3] Prefere águas costeiras, encontrando-se desde a superfície, à noite, até aos 400 metros de profundidade, durante o dia.[1][4] Esta é a maior espécie da família Loliginidae e, embora nas águas costeiras da Europa raramente ultrapasse os 2 kg de peso,[5] nos Açores os machos podem apresentar um manto com quase um metro de comprimento e ter mais de 8 kg de peso.[2][3]
Pesca da lula nos Açores
[editar | editar código-fonte]Nos Açores, esta espécie é vulgarmente conhecida por lula-mansa, sendo o único loliginídeo que habita os mares do arquipélago. A pesca de lula-mansa nos Açores tem longa tradição e, embora não se saiba a sua origem, crê-se que esta actividade teve início durante a presença dos baleeiros americanos no arquipélago.[6] A sua exploração é referida pela primeira vez em 1856 por Drouet, mas só existem dados estatísticos sobre as suas descargas a partir de 1948.[7] A pescaria destes cefalópodes começou a ter expressão comercial em 1979,[7] sendo uma importante actividade nas ilhas de São Miguel, Terceira, São Jorge, Faial e Pico.[6] Segundo a Lotaçor, dos recursos comercializados na lota do Faial em 2010, a lula-mansa foi a 8ª espécie economicamente mais importante. Mais de 80% das lulas capturadas nos Açores são exportadas para Portugal continental e Espanha e as restantes vendidas no comércio local para alimentação ou usadas como isco para a pesca.[6]
A lula pode ser capturada entre os 80 e os 400 metros de profundidade. A sua pesca decorre ao longo de todo o ano, sendo as capturas mais elevadas entre os meses de Novembro e Fevereiro. As melhores alturas do dia para a sua captura são ao nascer do dia e ao fim da tarde.[6]
Referências
- ↑ a b c Roper, C.F.E.; Sweeney M.J.; Nauen, C.E. FAO 1984 species catalogue. Vol. 3. Cephalopods of the world. An annotated and illustrated catalogue of species of interst to fisheries. FAO Fish. Synop., (125) Vol. 3:277p.
- ↑ a b Porteiro, F.M.; Martins, H.R. 1994. Biology of Loligo forbesi Steenstrup, 1856 (Mollusca: Cephalopoda) in the Azores: sample composition and maturation of squid caught by jigging. Fisheries Research. 21: 103-114.
- ↑ a b Martins, H.R. 1982. Biological studies of the exploited stock of Loligo forbesi (Mollusca: Cephalopoda) in the Azores. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, 62: 799-808.
- ↑ Porteiro, F.M.; Gonçalves, J.M.; Cardigos, F.; Martins, H.R. 1995. The Azorean squid Loligo forbesi (Cephalopoda: Loliginidae) in captivity: feeding and growth. Shellfish committee C. M. K:41 Ref. F. 9pp.
- ↑ O’Dor, R.K.; Hoar, J.A.; Webber, D.M.; Carey, F.G.; Tanaka, S.; Martins, H.; Porteiro, F. M. 1994. Squid (Loligo forbesi) performance and metabolic rates in nature.Marine and Freshwater Behaviour and Physiology, 25: 163–177.
- ↑ a b c d Porteiro, F.M. 1994. The present status of the squid fishery (Loligo forbesi) in the Azores archipelago. Fish. Res. 21:243-253.
- ↑ a b Cardigos, F. 1996. Contributo para a compreensão da pesca de Loligo forbesi nos Açores. Relatório de Estagio do curso de Licenciatura em Biologia Marinha e Pescas da Universidade do Algarve, 67pp.