Madre Margarida da Coluna
Local onde se encontram os restos mortais da Madre Margarida da Coluna | |
Nascimento | 1662 Cairu (Bahia) |
Morte | 22 de dezembro de 1743 (81 anos) Salvador |
Cargo | Madre |
Madre Margarida da Coluna, O.S.C. foi uma das monjas clarissas do Convento de Santa Clara do Desterro com fama de santidade.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascida em Cairu, na Bahia, no ano de 1662, era filha de Domingos Dias e Ignácia da Costa Jardim. Foi batizada no mesmo ano, na igreja de Nossa Senhora do Rosário, na cidade onde nasceu.
Entrou para o convento no dia 18 de dezembro de 1686, com vinte e quatro anos de idade. Com sua admissão na clausura das monjas clarissas, seu nome, Margarida Dias Jardim, mudou-se para Margarida da Coluna, sendo a segunda daquele mosteiro com o mesmo nome. A primeira Margarida da Coluna, foi uma das monjas do Mosteiro de Évora que chegaram à Bahia em 1677 para fundarem o Convento do Desterro.
A Madre Margarida foi exemplar em toda sua vida como religiosa clarissa, no cumprimento das suas obrigações e vivência dos votos religiosos. Iniciou algumas práticas devocionais naquele convento quando exerceu o cargo de abadessa. Zelosa e de muita piedade foi uma das companheiras nos exercícios espirituais da Madre Vitória da Encarnação conforme Frei Jaboatão:
Foi companheira nas penitências da Madre Victória, e em velarem toda a noite, e dia no coro nas mais devoções, e as ficou continuando depois de morta a companheira.[1]
E após a morte da Madre Vitória, prosseguiu as práticas com a outra companheira, a Madre Maria da Soledade:
Nestes santos exercícios por morte da Madre Victória, ficou continuando com a Madre Maria da Soledade, que todas três floreceram ao mesmo tempo, ficando por morte da Madre Victoria as duas companheiras a Madre Maria da Soledade, e a Madre Margarida da Coluna.[2]
Escreveu ainda sobre a Madre Margarida da Coluna, o mesmo frade:
O jejum foi nela indispensável, pois além daqueles, a que pela Igreja, e Regra era obrigada, muitos dias o fazia por devoção e penitência, ou mortificação. Também foi continua no rigor da disciplina, e cilício com que castigava o seu débil e enfraquecido corpo. Advertiram as religiosas, que a compuzeram depois de morta, que no tempo da enfermidade também não dispensara nesta mortificação pelas pisaduras, e sinais que lhe acharam. Também notaram que entre as aflições da doença muitas vezes se punha em cruz sobre a cama, mostrando lembrar-se da agonia, que o Senhor padeceu na cruz. Faleceu esta Serva de Deus aos vinte dois de Dezembro do ano de 1743, tendo de idade oitenta e um e de religião alguns cinquenta e sete. Depois de alguns anos abrindo-se a sua sepultura se achou sobre a sua caveira um Rosário de contas brancas que levara ao pescoço, quando a sepultaram, o qual estava posto ao modo de uma capela, ou coroa, e tão novo, que não parecia estar entre a terra; daqui se ficou inferindo o quanto seria agradável à Mãe de Deus a devoção do seu terço, que ela com tanto zelo rezava, e fazia rezar todas as noites, além de outros muitos serviços, que fazia à mesma Senhora. [2]
Referências
- ↑ JABOATÃO, Antonio de Santa Maria. Novo orbe seráfico brasílico, ou, Crônica dos frades menores da província do Brasil. Rio de Janeiro: Typ. Brasiliense de Maximiniano Gomes Ribeiro, 1862. 773 p. cap. XXVIII vol. III Parte Segunda
- ↑ a b JABOATÃO, Antonio de Santa Maria. Novo orbe seráfico brasílico, ou, Crônica dos frades menores da província do Brasil. Rio de Janeiro: Typ. Brasiliense de Maximiniano Gomes Ribeiro, 1862. 774 p. cap. XXVIII vol. III Parte Segunda
Fontes
[editar | editar código-fonte]- JABOATÃO, Antonio de Santa Maria. Novo orbe seráfico brasílico, ou, Crônica dos frades menores da província do Brasil. Rio de Janeiro: Typ. Brasiliense de Maximiniano Gomes Ribeiro, 1862;