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Manuel Inácio de Andrade

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Antônio Dias Coelho
Marquês de Itanhaém
Manuel Inácio de Andrade
Nascimento 5 de maio de 1782
  Marapicu, Rio de Janeiro, Império do Brasil
Morte 17 de agosto de 1867 (85 anos)
  Rio de Janeiro, Município Neutro, Brasil
Cônjuge Teodora do Rivo Ramalho
Francisca Ribeiro Pinto
Joana de Pinto Ribeiro
Maria Angelina Beltrão
Descendência Inácio Souto Maior
Manuel Pinto Coelho
Pai Inácio de Andrade Sottomayor
Mãe Antonia Joaquina Luísa de Athaide Portugal

Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho, Marquês de Itanhaém (Marapicu, 5 de maio de 1782Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1867), foi um militar, proprietário rural e político brasileiro.

Manuel Inácio nasceu na fazenda de Marapicu, pertencente ao seu pai, o brigadeiro do exército português Inácio de Andrade Souto Maior; sua mãe era dona Antônia Joaquina de Ataíde Portugal Pinto Coelho.[1] Durante sua carreira militar, foi apontado general e recebeu várias medalhas e comendas, dentre elas a Grã-Cruz da Legião de Honra da França.[2] Tendo estudado Direito, tornou-se juiz. Ele falava ao menos cinco línguas.

Manuel Inácio foi feito Barão de Itanhaém tanto por Portugal quanto pelo Brasil. Recebeu primeiramente o título de D. João VI, por decreto de 3 de maio de 1819. Depois o foi por D. Pedro I, por decreto de 1 de dezembro de 1822, em gratidão a sua lealdade ao Império. Ainda em 1822, serviu como alferes-mor na sagração e coroação de D. Pedro I e, em 1824, exerceu a mesma função no juramento da Constituição Imperial. Por seus bons serviços, aos 12 de outubro de 1826, foi feito Marquês de Itanhaém.[1][3]

Tutor da família imperial

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Com a prisão de José Bonifácio em 1834, o marquês substituiu-o como tutor do jovem D. Pedro de Alcântara, então com oito anos de idade. Como tutor do Imperador — oficialmente, "encarregado da tutela de Sua Majestade Imperial e de Suas Augustas Irmãs" —, ele residia em um quarto do Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro.[3]

Vida pública

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Por ocasião da coroação de D. Pedro II, recebeu a Grã-Cruz da Imperial Ordem de Cristo.[4]

Em 1844, elegeu-se Senador pela Província de Minas Gerais, cargo que ocupou até o fim de sua vida. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.[1][3]

Aos vinte e cinco anos, o Marquês de Itanhaém desposou, por procuração de sua família, sua prima Teodora Egina Arnaut. Tiveram um filho, Inácio. Sua esposa morreu em 1828, depois de uma união insossa de quase vinte e um anos.

Aos quarenta e nove anos, o marquês casou-se, em 1831, com Francisca Matilde de Pinto Ribeiro, de trinta anos. Com a morte precoce de Francisca no ano seguinte, Manuel Inácio casou-se, em 1833, com a cunhada, Joana Severina de Pinto Ribeiro. Assim como a irmã, ela morreu precocemente aos trinta anos, apenas seis meses depois.

Em 5 de julho de 1834, na capela da casa de uma amiga na Rua da Quitanda, o Marquês de Itanhaém, já com cinquenta e dois anos, casou-se secretamente com Maria Angelina Beltrão, uma pobre faxineira lisboeta de vinte e nove anos. Maria Angelina o acordava todas as manhãs cedo no palácio, sempre limpando seu quarto. Em junho daquele ano, depois de uma conversa, o marquês pediu sua mão em casamento, e ela, surpresa, aceitou.

De início, Manuel Inácio manteve sigilo de seu quarto casamento. Maria Angelina continuou a trabalhar como faxineira do palácio, sem que ninguém soubesse de suas relações com ele. Este arranjo continuou por algum tempo, mas chegou ao fim em meados de 1835, quando o marquês revelou a D. Pedro II o seu casamento secreto e a gravidez de Maria Angelina. O Imperador aceitou a união entre os dois e, inclusive, permitiu que o primogênito do casal, também chamado Manuel Inácio, fosse batizado na capela imperial do palácio, em 25 de maio daquele ano. A cerimônia contou com a presença das principais famílias nobres do Império.[1]

Manuel Inácio faleceu no Rio de Janeiro a 17 de agosto de 1867, aos 85 anos. Maria Angelina viria a falecer exatamente um mês depois, em 17 de setembro, aos 62 anos.[3][5]

Referências

  1. a b c d «Senador Marquês de Itanhaém». Senado Federal. Consultado em 22 de dezembro de 2019 .
  2. Almanak Laemmert de 1856, Rio de Janeiro, p. 30.
  3. a b c d «Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho, visconde e marquês de Itanhaém». Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB. Consultado em 22 de dezembro de 2019 .
  4. «A coroação e a sagração de S.M.I.». Hemeroteca Digital Brasileira. Jornal do Commercio. 19 de julho de 1841. p. 2. Consultado em 26 de fevereiro de 2018 .
  5. «Falecimento do senador marquês de Itanhaém (Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho), que foi tutor do imperador dom Pedro II e de suas irmãs (depois da demissão de José Bonifácio pela regência) até 1840». BrasilBook. Consultado em 22 de dezembro de 2019 .
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