Saltar para o conteúdo

Mixoma Odontogênico

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Mixoma odontogênico é um tumor odontogênico benigno raro que tem origem da parte mesenquimal do germe dentário, imitando a polpa e o folículo dentário.[1][2][3] São localmente agressivos e infiltrativos, com alta taxa de recidiva.[2][3]

Sinais e sintomas

[editar | editar código-fonte]

O mixoma odontogênico se apresenta como um tumor de crescimento lento, assintomático, causando expansão da cortical óssea e chegando a causar assimetria facial.[2][3]

Casos sintomáticos podem apresentar[3]:

Aspectos radiográficos e histológicos

[editar | editar código-fonte]
Radiografia panorâmica, mostrando lesão radiolúcida multilocular em mandíbula esquerda, estendendo-se da região subcondilar aos pré-molares.
Radiografia panorâmica, mostrando lesão radiolúcida multilocular em mandíbula esquerda, estendendo-se da região subcondilar aos pré-molares.

Radiograficamente, é uma lesão sempre radiolúcida, uni ou multilocular, que pode ser bem delimitada ou difusa. Nas lesões multiloculares, observa-se presença de septos ósseos em padrão de bolha de sabão (favo de mel) ou de raquete de tênis.[3]



Histologicamente, é uma lesão não encapsulada, constituída de substância mixomatoide (tecido conjuntivo frouxo pouco celularizado).[3] É composto por células esféricas, fusiformes ou estreladas em um estroma tumoral mixoide, com poucos fibroblastos benignos e miofibroblastos, e quantidade variável de fibras colágenas. Seu aspecto é semelhante ao da papila dentária.[1][3]




Epidemiologia

[editar | editar código-fonte]

O mixoma odontogênico é raro, e representa de 3 a 5,1% de todos os tumores odontogênicos.[2] Afeta mulheres ligeiramente mais que homens (1,5:1), e é mais comum na segunda e terceira décadas de vida.[2] Afeta mais a mandíbula do que a maxila (3:1).[2]

Além do exame clínico, exames de imagem como radiografias panorâmicas e tomografias computadorizadas são utilizadas para fins diagnósticos e planejamento cirúrgico.[2][3] A biópsia é obrigatória para confirmação do diagnóstico.[3]

Diagnósticos diferenciais do mixoma odontogênico incluem[2][3]:

Prognóstico e tratamento

[editar | editar código-fonte]

Possui alta taxa de recidiva, entre 7 e 8,4%.[2] A ressecção radical do tumor, com margem de segurança de 1,5 a 2 cm, é recomendada para evitar recidiva, ainda que a transformação maligna seja improvável.[3] Em casos de tumores menores, a ressecção mais conservadora é possível.[3] Outras técnicas como a curetagem são utilizadas, com menor taxa de sucesso.[3]

Referências

  1. a b Soluk-tekkesin, Merva; Wright, John M. (2013). «The world health organization classification of odontogenic lesions: a summary of the changes of the 2017 (4th) edition». Turkish Journal of Pathology. ISSN 1018-5615. doi:10.5146/tjpath.2017.01410. Consultado em 4 de setembro de 2024 
  2. a b c d e f g h i Kumar, Naresh; Kohli, Munish; Pandey, Saumya; Agarwal, Poonam (1 de junho de 2014). «Odontogenic Myxoma». Journal of Maxillofacial and Oral Surgery (em inglês) (2): 222–226. ISSN 0974-942X. PMC PMC4016391Acessível livremente Verifique |pmc= (ajuda). PMID 24822019. doi:10.1007/s12663-010-0107-7. Consultado em 4 de setembro de 2024 
  3. a b c d e f g h i j k l m Brites, Fabiano Caetano (dezembro de 2012). «Mixoma odontogênico - tratamento cirúrgico radical». Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial (4): 33–38. ISSN 1808-5210. Consultado em 4 de setembro de 2024 
  1. Soluk-tekkesin, Merva; Wright, John M. (2013). «The world health organization classification of odontogenic lesions: a summary of the changes of the 2017 (4th) edition». Turkish Journal of Pathology. ISSN 1018-5615. doi:10.5146/tjpath.2017.01410. Consultado em 4 de setembro de 2024.
  2. Kumar, Naresh; Kohli, Munish; Pandey, Saumya; Agarwal, Poonam (1 de junho de 2014). «Odontogenic Myxoma». Journal of Maxillofacial and Oral Surgery (em inglês) (2): 222–226. ISSN 0974-942X. PMC PMC4016391Acessível livremente PMID 24822019. doi:10.1007/s12663-010-0107-7. Consultado em 4 de setembro de 2024.
  3. Brites, Fabiano Caetano (dezembro de 2012). «Mixoma odontogênico - tratamento cirúrgico radical». Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial (4): 33–38. ISSN 1808-5210. Consultado em 4 de setembro de 2024.
  4. Neville, B.W., D. D. Douglas, C. M. Allen, J. E. Bouquot; Patologia Oral & Maxilofacial; Rio de Janeiro; Guanabara Koogan S.A.