Nem-nem
O termo "nem-nem" (de "nem trabalha, nem estuda") refere-se à população jovem fora do mercado de trabalho e de instituições educacionais.[1][2] Equivale em espanhol ao termo "nini" (ni estudia, ni trabaja)[3] e à sigla em inglês "NEET" para a expressão "not in education, employment, or training", algo como "fora da educação, emprego e formação profissional".[4] Esta é uma classificação do governo usada primeiramente no Reino Unido e que logo depois passou a ser utilizada em outros países, inclusive no Japão. No Reino Unido, o termo compreende pessoas com faixa etária entre 16 e 18 anos. No Japão, o termo compreende pessoas de idade entre 15 e 34 anos que são desempregadas, solteiras, não registradas na escola, não procuram trabalho ou o treinamento profissional necessário para trabalhar.
Desalento[editar | editar código-fonte]
A população desalentada difere daqueles considerados "nem-nem". Os jovens em situação de "nem-nem" constam como parte da População Economicamente Ativa, entre os quais constam aqueles que tomaram alguma iniciativa para encontrar oportunidades de trabalho. O desalento, por sua vez, engloba cidadãos que desistiram da busca por emprego após não obter sucesso na procura, condição especialmente observada na parcela da população considerada vulnerável socioeconomicamente,[5] especialmente pessoas declaradas do gênero feminino, cor ou raça preta e parda, em situação de pobreza extrema.
No Brasil[editar | editar código-fonte]
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, o percentual de jovens “nem nem” foi de 23%[6] para a faixa etária dos 15 a 29 anos. O número subiu 0,5 pontos percentuais em relação ao ano de 2015 (22,5%), em que o país vivia a crise econômica iniciada em 2014, 3 pontos em relação à 2014 (20%) e 3,3 frente à 2005 (19,7%).[2]
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2020, 35,9% dos adultos entre 18 e 24 anos não estavam nem na escola nem empregados. Segundo a mesma organização, em 2018 o índice era de 30,6%.[7]
Percentual de nem-nem por Estado[editar | editar código-fonte]
Unidade federativa | Parcela nem-nem (%) |
Ano |
---|---|---|
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32,2 | 3° tri/21 |
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34,1 | 3° tri/21 |
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34,9 | 3° tri/21 |
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27,2 | 3° tri/21 |
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27,9 | 3° tri/21 |
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30,1 | 3° tri/21 |
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20,2 | 3° tri/21 |
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20,2 | 3° tri/21 |
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20,3 | 3° tri/21 |
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36 | 3° tri/21 |
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19 | 3° tri/21 |
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18,7 | 3° tri/21 |
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19,9 | 3° tri/21 |
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26,6 | 3° tri/21 |
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31,4 | 3° tri/21 |
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16,9 | 3° tri/21 |
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31,5 | 3° tri/21 |
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25,9 | 3° tri/21 |
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25,2 | 3° tri/21 |
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30,8 | 3° tri/21 |
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17,4 | 3° tri/21 |
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18,9 | 3° tri/21 |
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28,2 | 3° tri/21 |
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13,1 | 3° tri/21 |
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20,6 | 3° tri/21 |
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29,7 | 3° tri/21 |
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24,5 | 3° tri/21 |
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23,7 | 3° tri/21 |
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ «Geração "nem-nem": nem estuda nem trabalha - UOL Educação». educacao.uol.com.br. Consultado em 3 de agosto de 2017
- ↑ a b «Os jovens "nem nem" - ISTOÉ Independente». ISTOÉ Independente. 13 de setembro de 2017
- ↑ «nini, en redonda y en una sola palabra» (em espanhol)
- ↑ Geração dos jovens ‘nem-nem’ cresce em 30 países, diz OIT
- ↑ «Quem são os desalentados no Brasil? | Blog do IBRE». blogdoibre.fgv.br. Consultado em 15 de novembro de 2022
- ↑ «No Brasil, cerca de 11 milhões de jovens não estudam e nem trabalham». Agência IBGE Notícias. 29 de outubro de 2019. Consultado em 11 de abril de 2023
- ↑ CartaCapital (16 de setembro de 2021). «Piso salarial de professores brasileiros é o menor de 40 países, aponta OCDE». CartaCapital. Consultado em 16 de setembro de 2021
- ↑ «Nordeste e norte tem a maior concentração de jovens nem-nem». Valor Globo. 10 de fevereiro de 2022
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Mascherini, Massimiliano; Ledermaier, Stefanie. Exploring the diversity of NEETs. Eurofound, 2016.