Nicetas Orifa
Nicetas Orifa Niketas Oryphas | |
---|---|
Conhecido(a) por | vitórias contra os piratas sarracenos do Mediterrâneo |
Nacionalidade | Império Bizantino |
Ocupação | alto funcionário, patrício, almirante |
Título | drungário da frota (comandante da marinha imperial) , recebido em 867 |
Religião | Cristianismo |
Nicetas Orifa (em grego: Νικήτας ὁ Ὀρύφας ou Ὠορυφᾶς; romaniz.: Niketas ò Orýphas ou Ooryphas; fl. 860 – 873)[1] foi um distinto alto funcionário, patrício[2] e almirante bizantino que serviu durante os reinados dos imperadores Miguel III, o Ébrio (r. 842–867) e Basílio I, o Macedônio (r. 867–886) e se notabilizou por várias vitórias navais contra os invasores sarracenos cretenses.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Reinado de Miguel III
[editar | editar código-fonte]Nada se sabe da sua juventude. Há registos de várias pessoas com apelido Orifa em fontes da primeira metade do século IX, todos em postos da marinha, mas a relação destes com Nicetas é meramente conjetural.[3] A primeira menção histórica a Nicetas Orifa apresenta-o como eparca de Constantinopla em 860, quando uma frota Rus' apareceu subitamente na entrada do Bósforo e começou a pilhar os subúrbios da cidade. Na qualidade de governador da cidade, reportou o sucedido ao imperador Miguel III, que se encontrava numa campanha militar contras os árabes na Ásia Menor.[1]
Numa data posterior, foi nomeado para um posto na marinha e em 867 era o drungário da frota (comandante da marinha imperial).[1] Nesse posto navegou para Ragusa com uma armada de 100 navios para combater o cerco árabe à cidade, que já durava há 15 meses,[2] e aí restaurou a suserania bizantina sobre as costas da Dalmácia.[4] É possível que Orifa já tivesse experiência naval, pois pode ter sido um dos comandantes do saque bizantino de 853 a Damieta.[5]
Reinado de Basílio I, o Macedónio
[editar | editar código-fonte]Embora tivesse alcançado altos cargos durante o reinado de Miguel III e tivesse protestado contra a usurpação do trono por Basílio I em 867, foi rapidamente reintegrado e mantido nos cargos pelo novo imperador,[1] e continuou a sua carreira, tornando-se provavelmente o almirante bizantino de maior sucesso do seu tempo.[6]
Em 869, Orifa comandou a frota bizantina que foi em auxílio de Luís II da Germânia, que tinha montado um cerco a Bari, então um emirado árabe, no sul de Itália. Ali chegado, encontrou o exército franco disperso nos seus quartéis de inverno e provocou um incidente diplomático por se referir a Luís, que reclamava para si o título de "Imperador dos Romanos", meramente como "rei". Como resultado desse episódio, a maior parte da frota bizantina retirou-se sem participar no cerco da cidade.[7]
Em ca. 873, Nicetas derrotou os piratas sarracenos do Emirado de Creta liderados por Fócio no Golfo de Saros,[8] e logo depois seguiu este sucesso com outro: enquanto estes pilhavam as costas ocidentais gregas, ordenou aos seus homens que carregassem seus navios por terra, atravessando o istmo de Corinto e surpreendendo a frota sarracena no Golfo de Corinto.[9] Não há notícias subsequentes de Orifa, mas pode ter comandado a frota imperial por alguns anos antes de ser substituído pelo drungário Nasar, em ações que podem ter incluído a reconquista de Bari e, a tomada efémera do Chipre.[10]
Notas
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Niketas Ooryphas», especificamente desta versão.
Referências
- ↑ a b c d Winkelmann 1998, p. 441.
- ↑ a b Constantino Porfirogénito 1840, p. 130.
- ↑ Winkelmann 1998, p. 442, 487-488.
- ↑ Runciman 1988, p. 215.
- ↑ Winkelmann 1998, p. 488.
- ↑ Jenkins 1987, p. 192.
- ↑ Jenkins 1987, p. 187.
- ↑ Pryor 2006, p. 61.
- ↑ Treadgold 1997, p. 457.
- ↑ Treadgold 1997, p. 458.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Constantino Porfirogénito; ed. Bekker, Immanuel; Reiske, Johann Jacob (1840). De cerimoniis aulae Byzantinae. III. Baltimore: Edward Weber & Co.
- Jenkins, Romilly (1987). Byzantium: The Imperial Centuries, AD 610–1071. Toronto, Ontário, Canada: University of Toronto Press. ISBN 0-8020-6667-4
- Pryor, John H.; Jeffreys, Elizabeth M. (2006). The Age of the ΔΡΟΜΩΝ: The Byzantine Navy ca. 500–1204. Leida, Holanda e Boston, Massachusetts: Brill Academic Publishers. ISBN 978-90-04-15197-0
- Runciman, Steven (1988). The Emperor Romanus Lecapenus and His Reign: A Study of Tenth-Century Byzantium (em inglês). Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-35722-5
- Treadgold, Warren T. (1997). A History of the Byzantine State and Society. Stanford, Califórnia: Stanford University Press. ISBN 0-8047-2630-2
- Winkelmann, Friedhelm; Ralph-Johannes Lilie; Claudia Ludwig, Rochow Pratsch; Zielke Ilse (1998). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit: I. Abteilung (641–867), 3. Band: Leon (#4271) – Placentius (#6265). Berlim e Nova Iorque: Brill. ISBN 978-3-11-016673-6