Nossa Senhora da Lampadosa (nau de 1727)
Nossa Senhora da Lampadosa | |
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Portugal | |
Nome | Nossa Senhora da Lampadosa |
Operador | Marinha Portuguesa |
Fabricante | Ribeira das Naus, Lisboa |
Lançamento | 21 de Janeiro de 1721 |
Patrono | Nossa Senhora da Lampadosa |
Características gerais | |
Tipo de navio | Nau |
Armamento | 50 peças |
A Nossa Senhora da Lampadosa foi uma nau de linha da Marinha Portuguesa, lançada ao mar em Lisboa em 21 de Janeiro de 1727.
História
[editar | editar código-fonte]Anos iniciais
[editar | editar código-fonte]A nau foi construída na Ribeira das Naus e lá lançada ao mar a 21 de Janeiro de 1727, na presença de D. João V e da família real portuguesa.
Acção de 22 de Dezembro de 1727
[editar | editar código-fonte]A 22 de Dezembro de 1727, a Lampadosa patrulhava a costa portuguesa, quando interceptou um grupo de duas fragatas de piratas berberescos juntamente com a nau portuguesa capturada Nossa Senhora da Concórdia, na qual a tripulação tinha abandonado e embarcado na nau São Frutuoso na noite do dia 16. Ao verem aproximar-se a nau de guerra portuguesa, os piratas fugiram imediatamente, abandonando a nau Concórdia. Chegando junto da Concórdia e constatando que esta se encontrava tripulada por mouros, a Lampadosa disparou sobre ela duas potentes salvas de artilharia, acompanhadas por nutrido fogo de mosquetaria. Ao receberem a segunda salva, os piratas já não tiveram ânimo para continuar a responder e renderam-se.[1]
Após isso, a Lampadosa guarneceu devidamente a Concórdia e acompanhou-a até a barra do Rio Tejo, chegando em 31 de Dezembro e após isso a Lampadosa partiu rumo ao norte.[1]
A 28 de Fevereiro de 1728, a Lampadosa regressou ao Tejo, trazendo em sua companhia a São Frutuoso que havia se refugiado num porto da Galiza, juntamente com uma nau vinda do Maranhão que também ficou ali.[1]
Acção de Julho de 1728
[editar | editar código-fonte]No começo de Julho de 1728, a Lampadosa estava patrulhando a costa quando foi avisada por uma embarcação de pescadores da situação em que se encontrava a nau portuguesa Nossa Senhora da Oliveira, sabendo disso, a Lampadosa partiu em socorro da nau. Não estando dispostos a envolver-se num combate de que dificilmente poderiam sair vencedores, os piratas fugiram e logo desapareceram. Escoltada pela Lampadosa, a Oliveira continuou a sua viagem para Lisboa. Nas proximidades do cabo Raso encontrou a nau Nossa Senhora da Atalaia, de 52 peças, que também fora mandada sair de Lisboa em seu auxilio. A 5 de Julho as três naus entraram no Tejo.[2]
Posta em segurança a Nossa Senhora da Oliveira, a Nossa Senhora da Lampadosa e a Nossa Senhora da Atalaia voltaram a fazer-se ao mar a fim de darem caça aos piratas. Mas apesar de se terem conservado em patrulha até 22 de Julho não os conseguiram encontrar.[2]
Campanha do Rio da Prata
[editar | editar código-fonte]A 26 de Agosto de 1736, perto do Cabo de Santa Maria, foi então a vez da Nossa Senhora da Lampadosa, que navegava em companhia da nau mercante Corta Nabos, de encontrar-se com duas naus espanholas.
Esta vez a diferença de forças favorecia as espanholas; mas infelizmente os relatos diferem quanto aos acontecimentos. Segundo as fontes espanholas, estes tomaram a Corta Nabos, mas mais tarde os ventos teriam disperso os navios. Segundo as fontes portuguesas, travou-se um combate em que ambas as partes sofreram os estragos do costume, mas as naus espanholas teriam fugido em direção a Montevideu quando a Nossa Senhora da Vitória apareceu por volta das cinco da tarde, navegando a todo o pano do Norte. As mesmas fontes contam que a nau capitana portuguesa teria perseguido as duas espanholas, e dando mais uma vez mostras de ser uma nau de muito bom pé, isto é, veloz, teria alcançado a San Esteban e a Hermiona por volta das sete e meia, já depois do pôr do sol. Teria então travado um duelo de artilharia na escuridão que durou até as duas da madrugada do dia 27 de Agosto.[2]
Nessa altura estariam os navios já ao largo de Montevideu, e os fundos estariam a diminuir rapidamente. Durante o dia 27 de Agosto as espanholas parecem ter ficado a pairar junto do Baixo do Inglês, que a nau portuguesa não poderia atravessar por causa do seu maior calado. No dia 28 juntou-se então a Nossa Senhora da Lampadosa à capitânia portuguesa, e ambas tentaram aproximar-se das espanholas. Mas estas, fazendo sucessivos bordos, mantiveram sempre a distância às portuguesas. Após três dias de contínuas manobras e viragens de bordo, numa tentativa de aproximar-se das naus espanholas, Abreu Prego desistiu e foi fundear junto da Ilha das Flores, de onde poderia impedir as espanholas de desembarcar socorros em Montevideu.[2]
Ao ver Don José de Arratia isto, desistiu também ele de socorrer Montevideu, e rumou a Buenos Aires, onde chegaria duas semanas depois, após uma penosa navegação no Rio da Prata, que incluiu vários encalhes nos baixos do rio. Soube-se mais tarde que teria desembarcado numerosos feridos como resultado dos combates travados com as naus portuguesas.[2]
Destino
[editar | editar código-fonte]Em Maio de 1757, a nau foi julgada incapaz de navegar no Rio de Janeiro.[3]
Referências
- ↑ a b c Saturnino Monteiro, Armando da Silva (1996). Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa - Volume VII (1669-1807). Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora. p. 134. ISBN 972-562-331-2
- ↑ a b c d e Saturnino Monteiro, Armando da Silva (1996). Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa - Volume VII (1669-1807). Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora. p. 140. ISBN 972-562-331-2
- ↑ Esparteiro, António Marques (1976). «Catálogo dos Navios Brigantinos» (PDF). Lisboa: Centro de Estudos da Marinha. p. 18