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Rio Guadiana

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(Redirecionado de Odiana)
 Nota: Para o município espanhol, veja Guadiana (Badajoz).
Rio Guadiana

O Guadiana perto de Serpa

Localização
Continente
País
Localização
Coordenadas
Dimensões
Comprimento
829 km
Hidrografia
Tipo
área protegida da rede Natura 2000 (en)
rio aurífero (d)
rio principal
Bacia hidrográfica
Área da bacia
66 800 km²
País(es) da
bacia hidrográfica
Nascente
Altitude da nascente
1 700 m
Afluente
principal
Lagos no curso
Represa de García de Sola (en)
Represa de La Serena
Represa de Orellana
Represa de Cíjara
Torre de Abraham Reservoir (d)
Caudal médio
70 m3/s
23 m3/s
Foz
Mapa

O rio Guadiana é um rio da Península Ibérica que nasce a uma altitude de cerca de 1 700 m, nas lagoas de Ruidera, na província espanhola de Cidade Real, renasce nos Ojos del Guadiana e desagua no oceano Atlântico (mais precisamente no golfo de Cádis), entre a cidade portuguesa de Vila Real de Santo António e a espanhola de Ayamonte. Com um curso total de 829 km, é o quarto mais longo da Península Ibérica. A bacia hidrográfica tem uma área de 67 700 km², situada, em grande parte, em Espanha (cerca de 55 000 km²).

Percorre a Meseta Sul na direção leste-oeste e, perto da cidade espanhola de Badajoz, toma o rumo sul até à foz. O Guadiana faz fronteira entre Portugal e Espanha, desde o rio Chança até à foz. No troço entre o rio Caia e a ribeira de Cuncos a fronteira não está demarcada devido ao litígio fronteiriço de Olivença, entre a ribeira de Olivença e a ribeira de Táliga.

O Guadiana é navegável até Mértola numa distância de 68 km. No seu curso português foi construída a Barragem de Alqueva, na região do Alentejo, que criou o maior lago artificial da Europa.

Os seus principais afluentes são, pela margem direita: Záncara, Ciguela, Bullaque, Degebe e a Ribeira do Vascão. Pela margem esquerda são afluentes principais o Guadiana Alto, Azuer, Jabalón, Zújar, Matachel, Ardila e o Chança.

Mapa físico da bacia hidrográfica do Guadiana

Os romanos chamavam-lhe Anas ("dos patos"), ao que os mouros juntaram uádi (a palavra árabe para "rio") sendo então o Uádi Ana, passando ao português como Ouadiana e, mais tarde ainda para Odiana. Porém, desde o século XVI que, por influência castelhana, foi ganhando terreno a forma Guadiana (cognata de outros nomes árabes designando rios e que passaram ao castelhano com a forma inicial guad, como Guadalquivir, Guadalete, Guadalajara ou Guadarrama), sendo, hoje em dia, a forma consagrada.

Generalidades

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Mapa do rio

É considerado como rio na comunidade autónoma de Castela-Mancha (Espanha), na fonte dos Ojos del Guadiana, situada no município de Villarrubia de los Ojos (província de Ciudad Real), a 608 m de altitude.

Um dos rios que convergem na sua cabeceira é o Guadiana Alto, identificado toponímica e tradicionalmente como o troço superior do Guadiana.[1] Porém, em termos hidrogeológicos não será assim, sendo habitual determinar o percurso desta corrente dentro do comprimento total do Guadiana. Este troço segue desde Viveros (Albacete), onde se origina o Guadiana Alto, até Argamasilla de Alba (província de Ciudad Real), onde a sua corrente superficial desaparece por infiltração no subsolo.

Contabilizando este percurso, com cerca de 76 km, o Guadiana percorre uma distância total de 818 km, dos quais 578 km correspondem a território espanhol, 140 km a português e 100 km à zona fronteiriça. A sua bacia hidrográfica tem 67 733 km², sendo 81,9% em Espanha (55 513 km²) e 17,1% em Portugal (11 620 km²).

Na Espanha percorre três comunidades autónomas: (Castela-Mancha, Estremadura e Andaluzia), através das províncias de Ciudad Real, Badajoz e Huelva, às quais há que adicionar a de Albacete, se se considerar o troço inicial do Guadiana Alto. Em Portugal, atravessa as regiões do Alentejo e Algarve, nos distritos de Portalegre, Évora, Beja e Faro.

As maiores cidades por onde passa são as espanholas Mérida e Badajoz, na Estremadura. Também passa no município de Ciudad Real (Castela-Mancha), mas não no centro urbano.

O Guadiana forma no seu curso baixo, já em território português, a maior albufeira da Europa. A albufeira de Alqueva ocupa 250 km² e tem uma capacidade de armazenamento de 4150 hm³.

O rio desagua no Golfo de Cádis, entre Ayamonte e Vila Real de Santo António, formando um pequeno estuário e uma zona de pântanos associada (Marismas de Isla Cristina em Espanha e a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António em Portugal). É navegável no troço final, em cerca de 70 km.

Não há consenso na identificação de qual seja o ponto preciso onde nasce o Guadiana. A teoria mais clássica e talvez mais discutível, provém de Plínio, o Velho. A sua hipótese era que o rio nascia nas lagunas de Ruidera e que se dividia em dois grandes troços, o Guadiana Alto ou Guadiana Velho e o Guadiana propriamente dito, separados entre si por um leito de rio subterrâneo.

A lenda de um rio que desaparece e reaparece sobreviveu até ao século XX. Ainda agora se toma como referência em determinados artigos e manuais, além da tradição popular.

No entanto, não existe nenhum leito subterrâneo, como também não parece defensável que sejam as lagunas de Ruidera o ponto de origem do Guadiana. De um ponto de vista hidrogeológico, também é discutível identificar o Guadiana Alto como o troço superior do Guadiana.[2]

Os históricos desencontros sobre o nascimento do Guadiana estão resolvidos por completo, pela consideração não de um ponto concreto de origem, mas de uma cabeceira composta pela confluência de vários rios, ribeiros e aquíferos. Entre eles, destacam-se os rios Ciguela, Záncara e Guadiana Alto ou Guadiana Velho, e o Aquífero 23 ou da Mancha Ocidental.

O Guadiana Alto seria assim uma das muitas correntezas que dão lugar ao Guadiana, a partir da sua cabeceira, e não o Guadiana propriamente dito.

Rios Ciguela e Záncara

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Principais afluentes do Guadiana

No contexto da confusão existente sobre o nascimento do Guadiana, uma das teorias que mais vingaram foi a de situar a sua origem na confluência do Rio Ciguela com o seu principal afluente, o Záncara, que ocorre perto de Ojos del Guadiana. Ambas as correntes são hoje consideradas como parte integrante da cabeceira deste rio, portanto decisivas para a sua configuração como curso, mas não a sua exacta origem.

O Rio Ciguela nasce nos Altos de Cabreras (Cuenca), pertencentes ao Sistema Ibérico, a 1 080 m de altitude. Tem um percurso de 225 km de comprimento, ao longo dos quais recebe contribuição do Rio Jualón, Rio Torrejón, Rio Riánsares, Rio Amarguillo e Záncara. Este último procede das proximidades da Sierra de Altomira (Cuenca e Guadalajara).

A união do Ciguela com o Záncara permite o abastecimento de água das Tablas de Daimiel, conjunto de zonas húmidas declarado parque nacional espanhol em 1973 e situado nos municípios de Villarrubia de los Ojos e Daimiel, na província de Ciudad Real.

Ambos os rios fluem em sentido norte-sul e apresentam um regime hidrológico muito irregular, claramente dependente da variação de chuvas. Percorrem terrenos pouco permeáveis, assentados sobre argilas e margas, que favorecem a permanência do curso. A sobre-exploração agrícola de que têm sido alvo nos últimos tempos debilita seriamente o seu caudal.

Jacinto-de-água

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Desde 2004, já se investiram milhões para retirar cerca de 300 mil toneladas desta planta infestante, o jacinto-de-água, mas a sua proliferação persiste.

Ao longo dos últimos oito anos já foram extraídas mais de 293 toneladas da planta invasora que obrigou ao dispêndio de uma verba superior a 23 milhões de euros, sem que tivesse sido reduzida a sua proliferação.

A sua extracção, aliada à colocação de barreiras no rio, impediu que o jacinto-de-água tivesse chegado às zonas de regadio tanto na Extremadura como nos sistemas de rega alimentados a partir de Alqueva.

Contudo, a ameaça subsiste e obriga ao reforço das barreiras que a CHG colocou no rio Guadiana para impedir que a planta seja levada pela corrente do rio. Já foram detectadas situações em que a pressão desta invasora acabou por danificar as redes que sustêm o seu avanço.[3]

No rio Guadiana existem 11 espécies de peixes autóctones e 11 espécies exóticas.[4]

Galeria de imagens

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Referências

  1. Díaz-Pintado Carretón, José (1997). El polémico Guadiana: historia y leyenda del río Guadiana Alto. [S.l.]: Argamasilla de Alba, Ciudad Real, España: Soubriet, D.L. ISBN 84-922069-9-3 
  2. Cabo Alonso, A. (1991). Rialp, ed. «Guadiana». Madrid, España. Arquivado do original em 16 de julho de 2011 
  3. «Autoridades espanholas não conseguem erradicar o jacinto-de-água do rio Guadiana». Arquivado do original em 30 de outubro de 2012 
  4. «Há mais uma espécie exótica no Guadiana. É o peixe-gato-do-canal» 
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