Bacaba
Bacaba | |||||||||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||||
Oenocarpus bacaba Mart. 1823 |
A bacaba, bacaba-açu ou bacaba-verdadeira (Oenocarpus bacaba) é uma palmeira nativa da Amazônia[1]. Distribui-se por toda Bacia Amazônica, com maior freqüência no Amazonas, Pará, Acre, Tocantins e no sul do Maranhão. Possui como habitat a mata virgem alta de terra firme. Também se acha na floresta do Pacífico, no oeste da Colômbia. É uma palmeira monocaule de porte alto e estipe liso. Pode atingir até 20 metros de altura[2] e 20 a 25cm de diâmetro.
O fruto é uma drupa[3] subalongado quando jovem, subglobosa quando adulto podendo atingir até 3,0 gramas. A propagação é feita por sementes que germinam entre 60 e 120 dias, apresentando crescimento lento. É arredondada, de casca roxa e polpa branco-amarelada, rica em um óleo, de cor amarelo-clara, usado na cozinha.
A polpa do fruto é utilizada no preparo do "vinho de bacaba". A polpa é extraída do fruto desta palmeira, a qual dá frutos em cachos com dezenas de caroços. Os cachos pesam normalmente 6 a 8 quilos, podendo ocorrer, no entanto, exemplares com mais de 20 quilos. Para a obtenção da bebida, procede-se da mesma forma que no preparo do açaí. Obtém-se, assim, um líquido de cor parda, servido gelado com açúcar, farinha de tapioca ou farinha-d'água. Deliciosa e refrescante, a bacaba é, no entanto, menos popular que o açaí. É muito usada também para fazer sorvetes.[4]
Existe uma cidade no Maranhão chamada Bacabal que recebeu este nome devido à grande quantidade dessa fruta existente ali nos primórdios de seu povoamento. A capital amapaense, Macapá, também recebeu influência em seu nome, cuja toponímia é de origem tupi Nheengatu, como uma variação de "macapaba", que quer dizer "lugar de muitas bacabas".[5][6]
Óleo de bacaba
[editar | editar código-fonte]Óleo Bacaba é esverdeado e perfumado, com propriedades físico-químicas semelhantes às do azeite de oliva. Altos níveis de ácidos graxos insaturados como o oleico e linoleico proporcionam propriedades emolientes ao óleo de Bacaba, tornando-o adequado para o uso na pele.
Composição dos acidos graxos do óleo de Bacaba
Acido palmítico | % Peso | 13,0 - 15,0 |
Ácido palmitoleico | % Peso | 3,5 - 5,0 |
Ácido esteárico | % Peso | 4,0 - 7,0 |
Acido oleico | % Peso | 50,0 - 65,0 |
Ácido linolênico | % Peso | 7,0 - 16,0 |
Ácido behenico | % Peso | 6,0 - 10,0 |
Saturado | % | 33 |
Insaturado | % | 67 |
Referências
- ↑ Queiroz, Maria Sílvia de Mendonça; Bianco, Rosemary (dezembro de 2009). «Morfologia e desenvolvimento germinativo de Oenocarpus bacaba mart. (arecaceae) da Amazônia Ocidental». Revista Árvore: 1037–1042. ISSN 0100-6762. doi:10.1590/S0100-67622009000600006. Consultado em 8 de maio de 2023
- ↑ «Bacaba (Oenocarpus bacaba Mart.). - Portal Embrapa». www.embrapa.br. Consultado em 8 de maio de 2023
- ↑ «Biblioteke Virtual». bibliotekevirtual.org. doi:10.17801/0101-3122/rbs.v21n1p122-124. Consultado em 8 de maio de 2023
- ↑ Bacaba Pará - Cultura, Fauna e Flora.
- ↑ NAVARRO, E. A. Dicionário de Tupi Antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 584.
- ↑ «De bacaba até Macapá: fruto que dá nome à cidade é 'irmão' do açaí e mais raro de achar». G1. Consultado em 11 de maio de 2021