Maitaca-de-cabeça-azul
maritaca-de-cabeça-azul | |||||||||||||
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Revoada em pleno voo avistada no Peru
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Estado de conservação | |||||||||||||
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1] | |||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||
Pionus menstruus (Lineu, 1766) | |||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||
Distribuição da maitaca-de-cabeça-azul
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Sinónimos | |||||||||||||
Psittacus menstruus (Lineu, 1766) |
A maitaca-de-cabeça-azul,[2] curica, maitaca-azul ou maitaca-do-norte[3] (nome científico: Pionus menstruus) é uma espécie de ave psitaciforme da família dos psitacídeos (Psittacidae). Tem um tamanho médio de cerca de 27 centímetros de comprimento. O corpo é predominantemente verde, com cabeça e pescoço azuis e coberteiras vermelhas na parte inferior da cauda. São populares como animais de estimação.[4]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]Maitaca origina-se do termo tupi mbai'ta, que é composta de mba'e ("coisa") e ta ("ruído, barulho"), que é uma abreviação de taka.[5] Também foi adaptado em português como baitaca, maitá, maritaca, etc. Foi registrado em 1721 como maitáca e 1783 como maitacas.[6] Curica, por sua vez, se originou do tupi ku'ruca. Foi registrado como corica em 1576 e coriqua em 1618.[7]
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]A maitaca-de-cabeça-azul foi formalmente descrita em 1766 pelo naturalista sueco Carlos Lineu na décima segunda edição de seu Systema Naturae. Ele o colocou com todos os outros papagaios do gênero Psittacus e cunhou o nome binomial Psittacus menstruus.[8] Lineu baseou sua descrição em relatos anteriores de Mathurin Jacques Brisson e George Edwards. Em 1760, Brisson publicou uma descrição de Le perroquet a teste bleue de la Guiane de um espécime preservado que havia sido coletado na Guiana Francesa.[9] Em 1764, Edwards incluiu uma descrição e uma gravura colorida à mão de um pássaro vivo no terceiro volume de seu Gleanings of Natural History.[10] A maitaca-de-cabeça-azul é agora um dos oito papagaios colocados no gênero Pionus que foi introduzido em 1832 pelo naturalista alemão Johann Georg Wagler.[11][12] O nome do gênero vem do grego antigo piōn, pionos que significa "gordura". O epíteto específico menstruus é latino e significa "menstrual".[13]
Três subespécies são reconhecidas:[12]
- P. m. rubrigularis (Cabanis, 1881) – norte da Costa Rica a oeste do Equador
- P. m. menstruus (Lineu, 1766) – leste da Colômbia ao norte da Bolívia, Guianas e nordeste do Brasil
- P. m. reichenowi (Heine, 1884) – leste do Brasil
A BirdLife International e a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN / IUCN) tratam a subespécie P. m. reichenowi como uma espécie separada.[14][15]
Características
[editar | editar código-fonte]A maitaca-de-cabeça-azul é encontrada na Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Panamá, Peru, Suriname, Trindade e Tobago e Venezuela. Não é migrante e habita florestas tropicais e subtropicais úmidas, pântanos, savanas, plantações e florestas fortemente degradadas. Estima-se que uma geração de maitaca-de-cabeça-azul seria 4,91 anos.[1] Tem cerca de 28 centímetros (11 polegadas) de comprimento e pesa 245 gramas. É principalmente verde com uma cabeça azul, pescoço e peito superior, coberteiras vermelhas da cauda e alguns amarelados nas coberturas das asas. A mandíbula superior é preta com áreas avermelhadas em ambos os lados. Nidifica em cavidades de árvores. Os ovos são brancos e geralmente há três a cinco em uma ninhada. A fêmea incuba os ovos por cerca de 26 dias e os filhotes deixam o ninho cerca de 70 dias após a eclosão.[4]
Conservação
[editar | editar código-fonte]Não há dados concretos sobre o tamanho de sua população, que foi estimada na faixa de cinco e 50 milhões de indivíduos. Presume-se que sua população esteja instável, mas corre risco de declinar a uma taxa de 10% a cada dez devido à perda de habitat. Apesar disso, por sua ampla distribuição e grande população estimada, foi classificada na Lista Vermelha da UICN como pouco preocupante.[1] No Brasil, em 2005, foi classificada como vulnerável na Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo;[16] e em 2018, como pouco preocupante na Lista Vermelha do Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).[17][18]
Referências
- ↑ a b c BirdLife International (2016). «Pionus menstruus». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2021: e.T45429607A163789519. doi:10.2305/IUCN.UK.2021-3.RLTS.T45429607A163789519.en. Consultado em 25 de abril de 2022
- ↑ Paixão, Paulo (Verão de 2021). «Os Nomes Portugueses das Aves de Todo o Mundo» (PDF) 2.ª ed. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 183. ISSN 1830-7809. Consultado em 13 de janeiro de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 23 de abril de 2022
- ↑ «Maitaca». Michaelis. Consultado em 25 de abril de 2022
- ↑ a b Alderton, David (2003). The Ultimate Encyclopedia of Caged and Aviary Birds. Londres: Hermes House. p. 229. ISBN 1-84309-164-X
- ↑ Ferreira, A. B. H. (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2.ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 1095, 1066, 220
- ↑ Grande Dicionário Houaiss, verbete maitaca
- ↑ Grande Dicionário Houaiss, verbete curica
- ↑ Lineu, Carlos (1766). Systema naturae : per regna tria natura, secundum classes, ordines, genera, species, cum characteribus, differentiis, synonymis, locis (em latim). 1, Part 1 12.ª ed. Estocolmo: Laurentii Salvii. p. 148
- ↑ Brisson, Mathurin Jacques (1760). Ornithologie, ou, Méthode Contenant la Division des Oiseaux en Ordres, Sections, Genres, Especes & leurs Variétés (em francês e latim). 4. Paris: Jean-Baptiste Bauche. pp. 247–251 As duas estrelas (**) no início da seção indicam que Brisson baseou sua descrição no exame de um espécime.
- ↑ Edwards, George (1764). Gleanings of Natural History, Exhibiting Figures of Quadrupeds, Birds, Insects, Plants &c. 3. Londres: Printed for the author. pp. 226–227, Plate 314
- ↑ Wagler, Johann Georg (1832). «Monographia Psittacorum». Abhandlungen der mathematisch-physikalischen Classe, Königlich-Bayerische Akademie der Wissenschaften (em latim). 1: 463-750 [497]
- ↑ a b Gill, Frank; Donsker, David; Rasmussen, Pamela, eds. (janeiro de 2022). «Parrots, cockatoos». IOC World Bird List Version 12.1. International Ornithologists' Union. Consultado em 23 de março de 2022
- ↑ Jobling, James A. (2010). The Helm Dictionary of Scientific Bird Names. Londres: Christopher Helm. pp. 307, 250. ISBN 978-1-4081-2501-4
- ↑ BirdLife International (2016). «Pionus reichenowi». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2016: e.T45429616A176949676. doi:10.2305/IUCN.UK.2020-3.RLTS.T45429616A176949676.en. Consultado em 25 de abril de 2022
- ↑ «Blue-breasted Parrot Pionus reichenowi». Data Zone. Birdlife International. Consultado em 23 de março de 2022
- ↑ «Lista de Espécies da Fauna Ameaçadas do Espírito Santo». Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA), Governo do Estado do Espírito Santo. Consultado em 7 de julho de 2022. Cópia arquivada em 24 de junho de 2022
- ↑ «Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção» (PDF). Brasília: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. 2018. Consultado em 3 de maio de 2022. Cópia arquivada (PDF) em 3 de maio de 2018
- ↑ «Pionus menstruus (Linnaeus, 1935)». Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr). Consultado em 25 de abril de 2022. Cópia arquivada em 9 de julho de 2022
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