Livros plúmbeos do Sacromonte
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Os Livros plúmbeos do Sacromonte são um conjunto de 22 placas de chumbo com desenhos indecifráveis, textos em latim e estranhos caracteres árabes supostamente encontrados entre 1595 e 1599 num arrabalde da cidade de Granada, sul de Espanha, que depois se tornou o bairro do Sacromonte que ainda hoje existe.
Apesar da sua autenticidade ter sido questionada pouco depois da descoberta, nomeadamente pelo historiador Luis Tribaldos de Toledo (1558–1636), e em 1682 terem sido declarados falsos e heréticos por um breve apostólico do Papa Inocêncio XI,[a] chegaram a ser interpretados como o quinto evangelho revelado pela Virgem em árabe para ser divulgado em Espanha. Atualmente são considerados a mais famosa falsificação histórica alguma vez feita em Espanha.
Supostamente foram desenterrados junto com restos humanos no Sacromonte, que então se chamava Monte Valparaíso. Também se lhes associam os achados da Torre Turpiana, no centro da mesma cidade, datados de 1588, quando teriam sido descobertos ossos dentro de uma caixa metálica que também continha um pergaminho (igualmente poliglota) e uma imagem da Virgem, que falava do mártir São Cecílio, um árabe cristão que teria acompanhado o apóstolo Santiago Maior na evangelização da Hispânia.
A análise filológica histórica parece apontar para que a falsificação pode ter sido obra de mouriscos de classe social elevada que tentava, conciliar o cristianismo com o islamismo no período que se seguiu à rebelião das Alpujarras (1568–1571). Apesar das dúvidas levantadas sobre a sua autenticidade, o bispo de Granada de então, Pedro Vaca de Castro y Quiñones, promoveu várias traduções que aumentaram a confusão. Os livros estiveram em Roma desde o século XVII até 2000, quando foram devolvidas a Granada. Atualmente estão na Abadia do Sacromonte.
Notas e referências
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Plomos del Sacromonte», especificamente desta versão.
- [a] ^ A declaração da falsidade só se aplicou aos livros, tendo as relíquias encontradas na mesma altura sido consideradas válidas.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Alonso, C. (1979), Los apócrifos del Sacromonte (Granada) (em espanhol), Valladolid: Estudio Agustiniano
- Cabanelas Rodríguez, Darío (1965), El morisco granadino Alonso del Castillo (em espanhol), Granada: Patronato de la Alhambra
- Barrios Aguilera, M.; García-Arenal, M. (2006), Los plomos del Sacromonte. Invención y tesoro (em espanhol), Valência: Universitat de Valènci
- Caro Baroja, Julio (1992), Las falsificaciones de la historia (en relación con la de España), ISBN 9788432206634 (em espanhol), Seix Barral, p. 118-125
- Gómez de Liaño, I (1975), Los juegos del Sacromonte (em espanhol), Madrid: Editora Nacional Reimpreso pela Universidade de Granada em 2005.
- Hagerty, M. J. (1980), Los libros plúmbeos del Sacromonte (em espanhol), Madrid: Editora Nacional Reimpresso em Granada pela Ed. Comares em 1998 e 2007.
- Harris, A. K. (1999), «Forging History: the Plomos of Granada in Francisco Bermúdez de Pedraza's "Historia eclesiástica"», Sixteenth Century Journal (em inglês), XXX (4): 945-966
- Harris, A. K. (2007), From Muslim to Christian Granada: Inventing a City's Past in Early Modern Spain (em inglês), Baltimore: Johns Hopkins University Press
- Harvey, L. P. (2005), Muslims in Spain, 1500 to 1614 (em inglês), Chicago: University of Chicago Press Um dos apêndices inclui uma tradução completa em inglês de um dos textos do Sacromonte.
- Kendrick, T. D. (1960), St. James in Spain (em inglês), Londres: Methuen and Co
- Serrano Antolín, Patricia (23 de março de 2004), «Hacer Historia de lo falso», Marid: Portal madri+d. www.madrimasd.org, Instituto de Filología (CSIC) (em espanhol), consultado em 5 de março de 2013