Foguete (fogo de artifício)
O foguete (também conhecido como foguete de tiro, rojão ou pistola) é um tipo de fogo de artifício muito popular no Brasil e na América do Sul cujo efeito principal é o estampido, podendo ter um ou mais tiros. É utilizado principalmente em festas populares, religiosas, celebrações esportivas e final de ano. Em alguns lugares do Brasil, esses tipos de foguetes também são conhecidos como rojões.
Tipos
[editar | editar código-fonte]Em geral, existem vários tipos de foguetes sendo os mais populares e comuns os foguetes de cano de um, três ou doze tiros, podendo ter um ultimo tiro mais forte (tornando-os em 12x1, 3x1, etc), existindo até foguetes com dezenove ou vinte e quatro tiros comuns e de um a quatro tiros mais fortes (tiro de resposta).[1][2]
Este tipo de foguete é conhecido foguete de cano e é composto por um tubo, buchas e bombas de tiro que formam uma espécie de morteiro que dispara as bombas para cima.[3] Podem ser soltos com a mão ou em base para fixar no chão.
Também há os conhecidos rojões de vara que são foguetes de vara maiores em que se acende o pavio e ele sobe com a própria carga propelente até explodir no céu. Estes devem ser soltos em tubos ou canos em que a vara fique livre, caso contrário há um risco dele ficar preso e explodir no chão ou mesmo de voar para uma direção contrária a desejada.[2]
Legislação
[editar | editar código-fonte]No Brasil, segundo o decreto-lei nº 4238, de 8 de abril de 1942, os foguetes são considerados fogos de artifício de classe C, com venda livre somente para maiores de 18 anos de idade e uso somente com licença de autoridade competente em hora e local previamente designados.
Recentemente, diversas cidades tem aprovado leis para proibir e restringir o uso e venda destes tipos de fogos de artifício visto que produzem muito barulho e poluição. Em 2018, a cidade de São Paulo aprovou um projeto de lei proibindo a utilização, venda e fabricação de foguetes de estampido nos limites do município.[4]
Em 2016, foi a cidade de Campinas que proibiu a soltura de fogos de artifício que façam barulho.[5] Diversas outras cidades possuem projetos de lei e regulamentos municipais com o objetivo de restringir ou proibir a queima destes artefatos com o fim de evitar poluição no ar e que o barulho causado por eles possa causar transtornos, principalmente para as pessoas com autismo, idosos e aos animais que são os que mais sofrem com o barulho dos fogos.
Em 2021, o Governo do Estado de São Paulo aprovou uma lei proibindo o uso de fogos de artifício com efeito de estampido (tiro) ou que causem efeitos sonoros ruidosos. Apesar da proibição da soltura destes fogos, a comercialização, transporte e armazenamento seguem liberados.[6]
Perigos e acidentes
[editar | editar código-fonte]Perigosos e fontes de poluição sonora, tais fogos de artifício são por vezes utilizados como armas, principalmente nas notórias guerras entre torcidas organizadas de futebol rivais[7], através de disparos do alto de edifícios[8] ou mesmo com a fabricação de bombas caseiras.
Dados do Ministério da Saúde do ano de 2001, indicam que 471 crianças perderam suas vidas devido as queimaduras e que durante as festas juninas e comemorações de final de ano, o número de atendimentos a queimados costuma dobrar. Ainda assim no Brasil, o uso destes fogos de artifício são bastante comuns em jogos de futebol e celebrações religiosas como por exemplo nas festas em homenagem a Santo Antônio no mês de junho.
Em 2009, o ex-prefeito de Vinhedo, Milton Álvaro Serafim e seu partido PSDB foram condenados a pagar indenização por danos morais e materiais a um jovem que perdeu a mão esquerda devido a um acidente com um foguete durante sua campanha eleitoral em 1996. O jovem tinha 7 anos na época do acidente e estava na rua quando um foguete que estava sendo solto por outra pessoa explodiu e o atingiu.[9]
Em 2011, uma igreja do movimento Santo Daime, conhecido por utilizar fogos de artifício em seus rituais, foi condenada a indenizar um fazendeiro na cidade de Braço do Norte, SC devido a morte de uma vaca. O incidente ocorreu em 2005 quando durante um culto, fogos de artifício foram disparados em direção a casa do fazendeiro, assustando a vaca que estava prenha e acabou abortando o filhote e morrendo posteriormente. Veterinários constaram que a vaca faleceu devido ao susto que levou.[10]
Em 2014, o cinegrafista da Rede Bandeirantes, Santiago Andrade foi atingido por um rojão de vara e morreu durante a cobertura de uma manifestação no Rio de Janeiro. O black bloc Caio Silva de Souza teria acendido o rojão e o colocado no chão em posição horizontal, o foguete saiu descontrolado e atingiu o cinegrafista na cabeça, explodindo na hora, deixando-o inconsciente e causando sua morte cerebral três dias depois.[11]
Frequentemente, foguetes causam acidentes que podem variar entre ferimentos e escoriações em pessoas que os soltam ou ficam próximas a quem está soltando, ou mesmo rojões que ao serem disparados atingem linhas de distribuição de energia, deixando os moradores das adjacências sem luz elétrica.[12][13] O uso destes fogos de artifício requer cuidados especiais, um distanciamento seguro e o uso em ambientes externos para manter a segurança de todos.
Esquemas
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Esquema de um rojão de vara.
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Esquema de um foguete tipo 12x1 (13 tiros).
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ «Como funcionam os fogos de artifício?». Superinteressante. Consultado em 24 de maio de 2020
- ↑ a b «Nossos Produtos - Sindiemg». www.sindiemg.com.br. Consultado em 24 de maio de 2020
- ↑ «Foguete de Cano - 12x1 Tiros». www.fogosnuclear.com.br. Consultado em 24 de maio de 2020
- ↑ «Lei contra fogos com ruído vai inspirar outras cidades, diz autor». Catraca Livre. 23 de maio de 2018. Consultado em 14 de outubro de 2020
- ↑ «Para proteger animais, Câmara de Campinas aprova lei que proíbe fogos com som». noticias.uol.com.br. Consultado em 14 de outubro de 2020
- ↑ «Lei nº 17.389, de 28 de julho de 2021». www.al.sp.gov.br. Consultado em 2 de fevereiro de 2022
- ↑ «Tribuna do Norte: Torcedores do Fortaleza são presos com drogas, bombas e arma». Consultado em 16 de junho de 2010. Arquivado do original em 30 de maio de 2009
- ↑ «G1 > Edição São Paulo - NOTÍCIAS - Prédio de onde rojão foi jogado após Parada Gay é identificado». g1.globo.com. Consultado em 24 de maio de 2018
- ↑ Consultor Jurídico: PSDB tem de indenizar vítima de rojão de carreata
- ↑ Folha: Igreja é condenada a pagar indenização por morte de vaca em SC
- ↑ «Família autoriza doação de órgãos de cinegrafista atingido por rojão em protesto no Rio». R7.com. 10 de fevereiro de 2014. Consultado em 14 de outubro de 2020
- ↑ O Diário: Adolescente fere o rosto e cabeça com rojão durante jogo do Brasil
- ↑ Verdes Mares: Rojão atinge linha de distribuição e deixa moradores sem luz