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Agostinho de Sá Vieira

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Agostinho de Sá Vieira
Nascimento 16 de outubro de 1896
Ribeira Seca
Morte 27 de janeiro de 1988
Lisboa
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação oficial, advogado, político

Agostinho de Sá Vieira (Ribeira Seca (Ribeira Grande), 16 de outubro de 1896Lisboa, 27 de janeiro de 1988) foi um oficial do Exército Português, advogado e político, que de distinguiu como opositor ao regime do Estado Novo.[1][2][3][4]

Nasceu na freguesia da Ribeira Seca, arredores da então vila da Ribeira Grande, filho de Jacinto Custódio Vieira e de sua esposa Luzia Isabel Tavares de Sá, Concluiu o ensidno secundário no Liceu Nacional de Ponta Delgada, assentando praça de seguida no Exército e iniciado a frequência da Escola do Exército.[1]

Com a entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial, no posto de alferes foi mobilizado para o Corpo Expedicionário Português, sendo enviado para França, onde lutou na frente ocidental. Foi capturado pelo Exército Alemão e feito prisioneiro de guerra na Batalha de La Lys. Terminada a guerra, foi libertado, e no regresso a Portugal foi promovido ao posto de capitão.[1]

Com actividade política relevante, foi membro do directório do Partido Republicano Português durante a Primeira República.[1]

Opositor declarado do regime saído do golpe de 28 de maio de 1926 e membro da maçonaria, estava colocado em Ponta Delgada quando em abril de 1931 ocorreu a Revolta das Ilhas, ou Revolta dos Deportados, tendo sido nomeado membro da Junta Revolucionária então criada em representação do povo da ilha de São Miguel. Com a derrota da rebelião, foi detido e expulso do Exército, ficando a viver na Ribeira Grande.

Após a saída da vida militar, foi dirigente do Sindicato Agrícola da Ribeira Grande e da Caixa Económica daquela então vila, o que lhe permitiu uma certa influência no meio.

Em 1936, por ter declarado no Liceu que não queria que o filho integrasse a Mocidade Portuguesa e por dito que Legião Portuguesa era uma tropa fandanga foi condenado a uma multa de 1.200$00 ficando com os direitos políticos suspensos por três anos. Apoiou algumas das candidaturas oposicionistas não ligadas ao Partido Comunista Português.[1]

Depois de ter concluído o curso de Direito na Universidade de Coimbra, fixou-se em Lisboa, em 1941, passando a trabalhar como advogado. Dedicado à filantropia, em 1972, de acordo com notícia publicada no Diário dos Açores, de 8 de novembro daquele ano, «instituiu um prémio anual de 5 mil escudos para galardoar o aluno do Externato Ribeira-Grandense, natural da Ribeira Seca, sua terra natal, que melhor classificação obtivesse no curso geral dos liceus». O prémio foi atribuído pela primeira vez, em 1973, à aluna Maria da Conceição Arruda Botelho.[3] Doou à Junta de Freguesia da Ribeira Seca de 20 mil escudos destinados «à compra dum terreno para a construção de moradias para as pessoas necessitadas».[3]

Notas

  1. a b c d e «Vieira, Agostinho Sá» na Enciclopédia Açoriana.
  2. M. Andrade, «Capitão dr. Agostinho de Sá Vieira», Açoriano Oriental, edição de 27 de janeiro de 1995.
  3. a b c «Notas sobre Agostinho Sá Vieira» in Correio dos Açores, edição de 28 de agosto de 2019.
  4. Carlos Enes, «Oposição à Ditadura Militar e ao Estado Novo nos Açores (1926-1945)» in Atlântida, vol. LI, p. 180. Instituto Açoriano de Cultura, Angra do Heroísmo, 2006.