Cesário de Terracina
São Cesário de Terracina | |
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São Cesário de Terracina | |
Mártir | |
Morte | Século III Terracina, Itália |
Veneração por | Igreja Católica |
Principal templo | Terracina |
Festa litúrgica | 1 de novembro |
Atribuições | Palma, evangelho, saco |
Padroeiro | Imperadores romanos; contra afogamento, inundações e pelo sucesso de cesarianas |
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Cesário de Terracina foi um diácono e mártir católico.[1]
Vida
[editar | editar código-fonte]Cesário se opôs aos rituais pagãos que proporcionavam o sacrifício de um jovem em homenagem ao deus Apolo. Por esse motivo, o jovem diácono foi fechado em um saco e jogado no mar.[2][3]
Em todo o mundo cristão, existem muitas igrejas dedicadas a este diácono porque ele substituiu e cristianizou o culto dos imperadores romanos por causa de seu nome que significa "devoto a César".[4][5]
Geralmente, as estátuas dele apresentam um saco (o instrumento que lhe causou a morte), um Evangelho e uma palma de martírio nas suas mãos.[3]
São Cesário diácono é invocado pelo bom sucesso de cesariana, contra afogamento e inundações (especialmente o rio Tibre em Roma, perto do qual existia a igreja San Cesareo de Arenula[6]).
É comemorado no dia 1 de novembro[7][8].
Relíquias
[editar | editar código-fonte]No Museu de São Roque de Lisboa, na sala de Arte Oriental, é preservada a Cruz-peitoral/relicário da Terra Santa (segunda metade do século XVII, Inv. Rl. 276), com 14 relíquias georreferenciadas (no centro da cruz há um fragmento de osso de São Cesário diácono de Terracina[9]), que faz um percurso entre os Paises Baixos e Jerusálem, podendo constituir pontos de geo-referência numa rota de peregrinação à Terra Santa, que se iniciava no colégio jesuíta de Saint Omer (Artois) e tinha uma paragem precisamente na Igreja de São Cesareo de Appia em Roma[10], por ter também uma relíquia de São Cesário Mártir (de brachio S. Cesarii[11]).
Em Jerusalém, a Cruz-peitoral foi concebida por um artífice local, que reuniu na mesma peça as relíquias adquiridas ao longo do itinerário de peregrinação. A cruz é inventariada nos bens da Casa Professa em 1695[12].
Na Basílica de São Sebastião (Igreja dos Frades Capuchinhos) de Rio de Janeiro, na Paróquia Nossa Senhora das Graças de Caieiras (Brasil), no Museu Frederic Marès de Barcelona são preservados em calendários-relicários, no dia 1º de novembro, fragmentos ósseos de "1 S. Cæsarei D. M."[4].
De 30 de março a 30 de junho de 2015, o braço relicário de São Cesário preservado na Catedral de Terracina foi exibido na exposição "Esculturas preciosas: ourivesaria sagrada na Lácio", instalada no Braccio di Carlo Magno, na Praça de São Pedro, no Vaticano, para Antonio Paolucci, diretor dos Museus Vaticanos[13].
Referências
- ↑ Amore Agostino, Cesario e Giuliano, santi martiri di Terracina, in Bibliotheca Sanctorum, III, Città del Vaticano 1963, coll. 1154-1155
- ↑ De Smedt C. -Van Hoof G. - De Backer J., Acta sanctorum novembris, tomus I, Parisiis 1887
- ↑ a b Caesarius Diaconus, testi e illustrazioni di Giovanni Guida, [s.l.: s.n.], 2015
- ↑ a b Ex ossibus S. Caesarii: Ricomposizione delle reliquie di San Cesario diacono e martire di Terracina, testi ed illustrazioni di Giovanni Guida, [s.l.: s.n.], 2017
- ↑ Lugli Giuseppe, Forma Italiae, Regio I, Latium et Campania, I, Ager Pomptinus, Pars I, Anxur-Terracina, Roma 1926
- ↑ Luitpold Frommel Christoph, L'antica basilica di San Lorenzo in Damaso: indagini archeologiche nel Palazzo della Cancelleria (1988-1993), De Luca, 2009
- ↑ Martirológio Jeronimiano e Martirológio Romano: "1 de novembro: em Terracina, na Campânia, Dies Natalis de São Cesário diácono"
- ↑ Beda (Venerabilis), Martyrologium Venerabilis Bedae Presbyteri, Plantin, 1564
- ↑ cartouche em latim: ex ossibus "S. Cæsarij m."
- ↑ João Miguel Simões, Arte Oriental nas Colecções do Museu de São Roque, SCML Museu de S. Roque, Lisboa, 2010
- ↑ Marika Räsänen, Gritje Hartmann, Earl Jeffrey Richards, Relics, Identity, and Memory in Medieval Europe, Brepols Publishers, 2016
- ↑ «Cruz Peitoral, Museu de São Roque»
- ↑ Anna Imponente, Sculture preziose oreficeria sacra nel Lazio dal XIII al XVIII secolo, Edizioni Musei Vaticani, 2015