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Síndrome de aspiração de mecônio

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Raio-X exibindo a extensão do dano epitelial pulmonar em função da presença de mecônio

A síndrome de aspiração de mecônio (português brasileiro) ou síndrome de aspiração de mecónio (português europeu) (MAS), também conhecida como aspiração meconial é uma condição médica que afeta recém-nascidos. Este problema clínico descreve a fisiopatologia do líquido amniótico corado com mecônio e a presença deste nos pulmões. Desse modo, compreende-se que o mecônio tem um alto índice de gravidade, dependendo de quais condições e complicações se desenvolvem após o parto. Além disso, a fisiopatologia é multifatorial e extremamente complexa, razão pela qual é a principal causa de morbimortalidade em bebês.[1][2]

A palavra mecônio é derivada da palavra grega mēkōnion que significa suco de papoula do ópio, a qual, na observação de Aristóteles, apresentava efeitos sedativos sobre o feto.[3]

O mecônio é uma substância verde-escura pegajosa que contém secreções gastrointestinais, líquido amniótico, ácidos biliares, bile, sangue, muco, colesterol, secreções pancreáticas, lanugo, vérnix caseoso e detritos celulares.[1] Esta substância se acumula no trato gastrointestinal fetal durante o terceiro trimestre de gestação e é a primeira descarga intestinal liberada nas primeiras 48 horas após o nascimento.[4] Notavelmente, devido ao fato do mecônio e todo o conteúdo do gastro intestinal estarem alocados fora do corpo, seus constituintes são escondidos e normalmente desconhecidos pelo sistema imunológico do feto.[5]

Para que o mecônio dentro do líquido amniótico cause esta síndrome, é necessário que ele entre no sistema respiratório durante o período em que os pulmões estão cheios de líquido para realizar a hematose.[1]

Existem diversas teorias sobre a passagem do mecônio para o líquido amniótico que retratam a maturidade fetal e o estresse fetal como resultado de hipoxia ou infecção. Outros fatores que promovem a passagem do mecônio no útero incluem a insuficiência placentária, pré-eclâmpsia, hipertensão gestacional e uso materno de tabaco e cocaína. No entanto, o mecanismo exato da passagem não é completamente compreendido e pode ser uma combinação de vários elementos.[3][6]

Referências

  1. a b c Van Ierland, Y; De Beaufort, AJ (2009). «Why Does Meconium Cause Meconium Aspiration Syndrome? Current Concepts of MAS Pathophysiology». Early Human Development. 85: 617–620. doi:10.1016/j.earlhumdev.2009.09.009 
  2. Vain, NE; Batton, DG (2017). «Meconium "Aspiration" (or Respiratory Distress Associated with Meconium-Stained Amniotic Fluid?)». Seminars in Foetal and Neonatal Medicine. 22: 214–219. doi:10.1016/j.siny.2017.04.002 
  3. a b Rahman, S; Unsworth, J; Vause, S (2013). «Meconium in Labour». Obstetrics, Gynaecology and Reproductive Medicine. 23 (8): 247–252. doi:10.1016/j.ogrm.2013.05.007 
  4. Argyridis, S; Arulkumaran, S (2016). «Meconium Stained Amniotic Fluid». Obstetrics, Gynaecology and Reproductive Medicine. 26 (8): 227–230. doi:10.1016/j.ogrm.2016.05.001 
  5. Lindenskov, PHH; Castellheim, A; Saugstad, OD (2015). «Meconium Aspiration Syndrome: Possible Pathophysiological Mechanisms and Future Potential Therapies». Neonatology. 107: 225–230. doi:10.1159/000369373 
  6. Swarnam, K; Soraisham, AS; Sivanandan, S (2012). «Advances in the Management of Meconium Aspiration Syndrome». International Journal of Pediatrics. 2012: 1–7. PMC 3228378Acessível livremente. doi:10.1155/2012/359571 
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