Castro Laboreiro
| ||||
---|---|---|---|---|
Localidade | ||||
Localização | ||||
Localização de Castro Laboreiro em Portugal Continental | ||||
Mapa de Castro Laboreiro | ||||
Coordenadas | 42° 01′ 48″ N, 8° 09′ 31″ O | |||
Município primitivo | Melgaço | |||
História | ||||
Extinção | 28 de janeiro de 2013 | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 89,29 km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | Santa Maria da Visitação |
Castro Laboreiro é uma vila portuguesa que foi sede da extinta Freguesia de Castro Laboreiro do Município de Melgaço, situando-se em pleno planalto de Castro Laboreiro, na vertente nordeste da Serra da Peneda e na vertente oeste da Serra de Laboreiro.[1]
A extinta Freguesia de Castro Laboreiro tinha 89,29 km² de área e 540 habitantes (Censos 2011),[2] tendo, assim, uma densidade populacional de 6 hab/km².
A Freguesia de Castro Laboreiro foi extinta e agregada à Freguesia de Lamas de Mouro, no âmbito da reorganização administrativa de 2012/2013,[3] sendo então criada a União de Freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro.
A povoação de Castro Laboreiro foi novamente elevada à categoria de vila em 12 de Junho de 2009.[4][5]
Foi vila e sede de concelho entre 1134 e 1855. Este era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 1284 habitantes e, em 1849, 1512 habitantes.
Curral do Gonçalo, na freguesia de Castro Laboreiro, fica situado a uma altitude de 1166 metros, tornado-se o 2º lugar habitado de mais elevada altitude em Portugal.
População
[editar | editar código-fonte]População da freguesia de Castro Laboreiro[6] | ||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 |
2 092 | 2 212 | 2 145 | 2 175 | 2 687 | 1 951 | 1 918 | 1 978 | 1 944 | 1 941 | 1 483 | 995 | 867 | 726 | 540 |
Distribuição da População por Grupos Etários | |||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | |
2001 | 42 | 69 | 346 | 269 | 5,8% | 9,5% | 47,7% | 37,1% | |
2011 | 17 | 24 | 233 | 266 | 3,1% | 4,4% | 43,1% | 49,3% |
A população residente em Castro Laboreiro, apresentava uma população de 726 indivíduos, dos quais 287 eram homens e 439 mulheres, de acordo com os últimos Censos (2001).[7] Nas últimas eleições legislativas de 2009, os cadernos eleitorais apresentavam o número de 933 inscritos, o que indica um ligeiro crescimento na população local durante os últimos anos.[8]
Castro Laboreiro sofreu do fluxo migratório que foi mais marcante a partir da segunda metade do século XX. As condições precárias de vida, o clima rigoroso da montanha, a escassez de recursos financeiros e a ausência do Estado, formavam o conjunto de motivações que impulsionaram os processos migratórios, na década de 60. A diminuição da população na década de 80 e 90 terá resultado mais do envelhecimento da população do que com a sua saída.[9]
Património
[editar | editar código-fonte]Património natural
[editar | editar código-fonte]Património Construído
[editar | editar código-fonte]- Castelo de Castro Laboreiro ou Castelo de Castro Laboredo - século XII
- Igreja de Santa Maria da Visitação ou Igreja Matriz de Castro Laboreiro
- Aqueduto de Pontes, Cruzeiro e Alminhas
- Capela de São Brás[10]
- Cruzeiro da Quingosta / Cruzeira de Portos[11]
- Edifício do antigo Tribunal Judicial[9]
- Edifício dos antigos Paços do Concelho[9]
- Ermida da Senhora de Anamão[12]
- Padieira da Assureira
- Pelourinho de Castro Laboreiro - 1560[13]
Fornos Comunitários
[editar | editar código-fonte]Os fornos comunitários eram usados pelos habitantes locais para cozer o pão de centeio e trigo, as "broas" ou "boroas". Três estão referenciados pelo IGESPAR, e pelo menos um ainda é utilizado, o forno da Ameijoeira.[14]
Pontes e Moinhos
[editar | editar código-fonte]Castro Laboreiro possui um dos mais homogéneos e interessantes núcleos de pontes históricas, cuja relevância é reforçada pelo facto de quase todas elas provarem como a Idade Média reutilizou as antigas estruturas da época romana, fazendo com que algumas apresentem um aspecto misto, fruto de duas fases distintas de utilização.[10]
- Ponte de Assureira ou Ponte de São Brás e moinho de água a nascente da ponte, sobre o rio do Barreiro[10][17]
- Ponte das Cainheiras[18][19]
- Ponte de Dorna, sobre o ribeiro de Dorna[20]
- Ponte Nova ou ponte da Cavada Velha, sobre o rio Castro Laboreiro
- Ponte do Porto do Sineiro[21]
- Ponte de Portos[22]
- Ponte do Rodeiro, sobre o rio Castro Laboreiro[23]
- Ponte de Varziela, sobre a ribeira da Varziela[24][25]
- Ponte da Veiga[26]
- Ponte Velha de Castro Laboreiro, sobre o rio Castro Laboreiro[27]
- Moinhos de Castro Laboreiro[28]
Sítios Arqueológicos
[editar | editar código-fonte]No planalto de Castro Laboreiro, que se estende para leste até à fronteira com Espanha, está referênciado um conjunto de cerca de 62 monumentos funerários, constituídos na sua maioria por mamoa de terra, couraça lítica e câmara megalítica. A necrópole estende-se para o território galego onde estão referenciados cerca de 30 monumentos próximos da fronteira. Cerca de um quarto destes monumentos da freguesia são monumentos isolados, muitas vezes dominantes na paisagem. Os restantes monumentos organizam-se em grupos junto às principais portelas naturais e às nascentes do rio Castro Laboreiro e das corgas afluentes.[29][30]
- Altar de cremação do Alto da Cremadoura[31]
- Altar da Feira[32]
- Gravuras Rupestres do Fieiral[33]
- Mamoa 1 do Alto da Portela do Pau[34]
- Mamoa 1 da Corga das Antas[35]
- Mamoa 2 do Alto da Portela do Pau[36][37]
- Mamoa 3 do Alto da Portela do Pau[38]
- Mamoa 6 do Alto da Portela do Pau[39]
- Nossa Senhora do Numão[40]
- Povoado a SE do Castelo de Castro Laboreiro[41]
- Rego do Alinhar[42]
Turismo Cultural
[editar | editar código-fonte]No campo da divulgação da cultura castreja, Castro Laboreiro possui para além de vários estabelecimentos de hotelaria e turismo, outros equipamentos colectivos, podendo-se destacar:
- Núcleo Museológico
- Espaço de Lazer do Campo das Veigas
- Centro Cívico
- Centro de Informação e Biblioteca[43]
Religião
[editar | editar código-fonte]O aspecto religioso é muito marcante, havendo capelas em muitos lugares da freguesia, onde acontecem festas religiosas, significando um momento de fé e convivência.[9]
Festas e romarias
[editar | editar código-fonte]- Julho
- Nossa Senhora da Visitação (Igreja Paroquial)
- São Bento (Várzea Travessa)
- Agosto
- Nossa Senhora da Boavista (Caínheiras)
- Senhor do Bom Fim (Ribeiro de Cima)
- Senhor da Oliveira (Ribeiro de Baixo)
- Nossa Senhora de Monserrate (Coriscadas)
- Nossa Senhora dos Remédios (Rodeiro)
- Setembro
- Nossa Senhora do Numão (Anamão)
- Senhor da Boa Morte (Ameijoeira)
- São Brás (Assureira)
- São Miguel (Mareco)[44]
Lugares
[editar | editar código-fonte]Para além da povoação da Vila, lugar mais central e sede da freguesia, Castro Laboreiro possui mais de 40 lugares distribuídos pelas brandas, no planalto a NE da Vila, e pelas inverneiras espalhadas ao longo das duas margens do rio Castro Laboreiro.
Brandas
[editar | editar código-fonte]
|
|
|
|
|
|
Inverneiras
[editar | editar código-fonte]
|
|
|
|
|
|
Galeria
[editar | editar código-fonte]-
Castelo
-
Castelo
-
Paisagem
-
Formação rochosa "A Águia"
-
Ponte Velha de Castro
-
Paisagem
-
Cascatas de Castro
-
Formaçao rochosa "Bico do Patelo"
-
Pastoreio
-
Paisagem
-
Ribeiro de Baixo
-
Aqueduto de Pontes
-
Ponte de Portos
-
Púlpito da Capela da Senhora de Anamão
-
Cão de Castro Laboreiro
-
Ponte romana
Ver também
[editar | editar código-fonte]Notas
- ↑ Instituto Geográfico do Exército. «Limites da freguesia de Castro Laboreiro». Igeoe.pt
- ↑ «População residente, segundo a dimensão dos lugares, população isolada, embarcada, corpo diplomático e sexo, por idade (ano a ano)». Informação no separador "Q601_Norte". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 3 de Março de 2014. Cópia arquivada em 4 de Dezembro de 2013
- ↑ «Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias» (PDF) Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
- ↑ Público. «Portugal tem cinco novas cidades e 22 vilas». Publico.pt. Consultado em 12 de junho de 2009
- ↑ «Lei n.º 53/2009, de 5 de agosto». diariodarepublica.pt. Consultado em 5 de dezembro de 2023
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ «Censos - Resultados definitivos. Região Norte - 2001». INE - Instituto Nacional de Estatística. Censos.ine.pt. 2002. Consultado em 23 de janeiro de 2010
- ↑ «Eleições legislativas 2009». DGAI/ITIJ. Eleicoes.mj.pt. 27 de setembro de 2009. Consultado em 23 de janeiro de 2010
- ↑ a b c d «Projecto de Lei N.º 685/X» (PDF). Diário da Assembleia da República. App.parlamento.pt. 12 de março de 2009. Consultado em 23 de janeiro de 2010
- ↑ a b c «Conjunto constituído pela Ponte de Assureira, Capela de São Brás e moinho de água a nascente da ponte». BG. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ CERVEIRA, Alexandra (1999). «Cruzeiro da Quingosta / Cruzeira de Portos». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010
- ↑ CERVEIRA, Alexandra (1999). «Ermida da Senhora de Anamão». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010
- ↑ «Pelourinho de Castro Laboreiro». BG. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ «O cozer do pão na Ameijoeira». Padrecesarmaciel.blogspot.com. 25 de junho de 2009. Consultado em 23 de janeiro de 2010
- ↑ «Ameijoeira». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ «Campelo». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ FONTES, Luis (4 de fevereiro de 1998). «Ponte de Assureira ou Ponte da Capela». Geira Arqueologia. Geira.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ «Ponte das Caínheiras». BG. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ FONTES, Luis (4 de fevereiro de 1998). «Ponte das Cainheiras». Geira Arqueologia. Geira.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ «Ponte de Dorna». BG. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ «Porto do Sineiro». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010
- ↑ «Portos de Cima». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ FONTES, Luis (4 de fevereiro de 1998). «Ponte do Rodeiro». Geira Arqueologia. Geira.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ «Ponte de Varziela». BG. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ FONTES, Luis (4 de fevereiro de 1998). «Ponte de Varziela». Geira Arqueologia. Geira.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ CERVEIRA, Alexandra (1999). «Ponte da Veiga». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010
- ↑ DORDIO, Paulo (1996). «Ponte Velha de Castro Laboreiro». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010
- ↑ DORDIO, Paulo (1996). «Moinhos de Castro Laboreiro». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010
- ↑ «Conjunto constituído pelos Monumentos Megalíticos e Arte Rupestre do Planalto de Castro Laboreiro». BG. IGESPAR. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ DORDIO, Paulo (1995). «Necrópole Megalítica do Planalto de Castro Laboreiro». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010
- ↑ «Alto da Cremadoura». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010
- ↑ «Feira». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010
- ↑ DORDIO, Paulo (1995). «Gravuras Rupestres do Fieiral». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010
- ↑ «Alto da Portela do Pau 1». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010
- ↑ «Corga das Antas 1». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010
- ↑ DORDIO, Paulo (1995). «Mamoa 2 do Alto da Portela do Pau». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010
- ↑ «Alto da Portela do Pau 2». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010
- ↑ «Alto da Portela do Pau 3». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010
- ↑ «Alto da Portela do Pau 6». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010
- ↑ «Nossa Senhora do Numão». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 12 de abril de 2010
- ↑ DORDIO, Paulo (1995). «Povoado a SE. do Castelo de Castro Laboreiro». SIPA. IHRU. Consultado em 12 de abril de 2010
- ↑ «Rego do Alinhar». Património Arqueológico - Endovélico. IGESPAR. Consultado em 23 de janeiro de 2010
- ↑ «Castro Laboreiro aposta no turismo cultural». Diário do Minho. Diariodominho.pt. 13 de agosto de 2004. Consultado em 13 de agosto de 2010
- ↑ «Festas em Castro 2009». Padrecesarmaciel.blogspot.com. 25 de junho de 2009. Consultado em 19 de janeiro de 2010
- ↑ «Castro Laboreiro». Câmara Municipal de Melgaço. Cm-melgaco.pt. Consultado em 19 de janeiro de 2010