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Furnariídeos

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaFurnariídeos
Furnarius rufus
Furnarius rufus
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Subordem: Tyranni
Família: Furnariidae
Gray, 1840
Distribuição geográfica

Subdivisões
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Furnariídeos[1] (Furnariidae) é uma família de aves passeriformes natural do Novo Mundo, com cerca de 71 géneros e 236 espécies, mais de metade das quais endémicas da América do Sul, desde a Amazónia à Patagónia. O grupo pode ser encontrado em habitats e climas diversos, desde zonas costeiras a áridas, pântanos, zonas urbanas e agrícolas, e em altitudes de até 4 500 metros. A maior biodiversidade de furnarídeos encontra-se nas florestas tropicais de baixa altitude. Alguns exemplos do grupo são as muitas espécies de joão, limpa-folhas, bico-virado e manuel-de-barro.

Os furnarídeos são aves de pequeno a médio porte, medindo entre 10 a 26 cm de comprimento e pesando até 110 gramas. A sua plumagem é composta principalmente em tons de castanho e cinza e apresenta em algumas espécies padrões complexos de pintas e riscas. A forma do bico varia bastante conforme a espécie e hábitos alimentares, bem como a cauda que em alguns casos está adaptada para facilitar a trepa de árvores. Os furnarídeos têm pernas robustas e patas grandes, com os dedos exterior e médio fundidos até metade do comprimento. O grupo não apresenta dimorfismo sexual.

Os furnarídeos formam casais monogâmicos que se mantém, em muitos casos, de ano para ano. A época de reprodução desenrola-se na Primavera ou Verão e inicia-se com a construção de um ninho complexo em forma de forno. O tipo de ninho varia consoante a espécie, mas a maioria é construída a partir de uma mistura de lama e gravetos (embora haja exemplos de aproveitamento de arame farpado, peles de cobra e ossos) e forrados com folhas, teias de aranha ou ervas. As posturas variam entre dois a cinco ovos brancos a esverdeados, que são incubados ao longo de 14 a 22 dias. Os juvenis tornam-se independentes ao fim de cerca de um mês, mas permanecem no território dos pais ao longo do ano seguinte. Em algumas espécies ajudam inclusivamente a criar a ninhada seguinte.

Os furnarídeos são aves diurnas, territoriais e maioritariamente sedentárias, se bem que as espécies que vivem em altitude tendem a migrar na época de reprodução. A alimentação do grupo faz-se à base de insetos e outros pequenos invertebrados, exercendo um papel importante no controlo de pragas em zonas agrícolas.

O IUCN lista 30 espécies de furnarídeos como vulneráveis ou ameaçadas de extinção, principalmente devido a deflorestação e fragmentação de habitats.

Com base na análise filogenética (mtDNA citocromo b e nDNA) deste grupo de aves, a família Dendrocolaptidae foi incluída na Furnariidae, já que o reconhecimento da Dendrocolaptidae fazia com que a Furnariidae fosse parafilética uma vez que os gêneros Sclerurus e Geositta são basais em relação aos dois outros grupos.[2] Um arranjo alternativo da sistemática do grupo feita por Moyle e colaboradores em 2009 mantém Dendrocolaptidae como família distinta e divide a Furnariidae tradicional em duas famílias, Furnariidae e Scleruridae.[3]

Sistemática da família Furnariidae:

  • Subfamília Sclerurinae Swainson, 1827
  • Subfamília Dendrocolaptinae Gray, GR, 1840
Dendrocolaptes platyrostris.
Automolus leucophthalmus.
Leptasthenura andicola.
Synallaxis unirufa.
  • Nota (a): Inclui a espécie poeciloptera anteriormente classificada no gênero Geobates, sinonimizado no Geositta.[4]
  • Nota (b): Um novo gênero para Deconychura stictolaema.[5]
  • Nota (c): Anteriormente sinonimizado como o Xiphorhynchus, foi revalidado recentemente.[6]
  • Nota (d): Um novo gênero para Campylorhamphus pucherani.[7]
  • Nota (e): Anteriormente a espécie milleri era incluída no gênero Xenops, mas análises moleculares indicam que a espécie é mais próxima ao gênero Ochetorhynchus.[3][8]
  • Nota (f): As espécies andeacola e ruficaudus anteriormente pertenciam ao gênero Upucerthia, a espécie phoenicurus ao gênero Eremobius e a melanurus ao Chilia.[9][10]
  • Nota (g): Anteriormente as espécies eram incluídas no gênero Upucerthia.[11]
  • Nota (h): Um novo gênero para Upucerthia serrrana.[12]
  • Nota (i): Inclui os gêneros Schizoeaca e Oreophylax.[13]
  • Nota (j): Gênero descrito para acomodar quatro espécies previamente pertencentes ao gênero Asthenes.[13]
  • Nota (k): O gênero Poecilurus (candei, kollari e scutatus) anteriormente considerado distinto, foi sinonimizado como o Synallaxis.[8]
  • Nota (x): A posição do gênero Xenops dentro da família ainda é incerta. Análises filogenéticas demonstraram que o gênero está relacionado com a Dendrocolaptinae.[14][15] Outras pesquisas determinaram que o gênero é basal aos demais Furnariinae, sendo o clado-irmão da subfamília[3] ou então o gênero mais basal da mesma.[8]

Referências

  1. «Furnariídeos». Michaelis. Consultado em 22 de abril de 2022 
  2. IRESTEDT, M.; FJELDSÅ, J.; JOHANSSON, U.S.; ERICSON, P.G.P. (2002). «Systematic relationships and biogeography of the tracheophone suboscines (Aves : Passeriformes)». Molecular Phylogenetics & Evolution. 23: 499-512 
  3. a b c MOYLE, R.G.; CHESSER, R.T.; BRUMFIELD, R.T.; TELLO, J.G.; MARCHESE, D.J.; CRACRAFT, J. (2009). «Phylogeny and phylogenetic classification of the antbirds, ovenbirds, woodcreepers, and allies (Aves: Passeriformes: infraorder Furnariides)». Cladistics. 25: 386-405 
  4. CHEVIRON, Z.A.; CAPPARELLA, A.P.; VUILLEUMIER, F. (2005). «Molecular phylogenetic relationships among the Geositta miners (Furnariidae) and biogeographic implications for avian speciation in Fuego-Patagonia». Auk. 122: 158-174 
  5. DERRYBERRY, E.; CLARAMUNT, S.; CHESSER, R.T.; ALEIXO, A.; CRACRAFT, J.; MOYLE, R.G.; BRUMFIELD, R.T. (2010). «Certhiasomus, a new genus of woodcreeper (Aves: Passeriformes: Dendrocolaptidae)». Zootaxa (2416): 44-50 
  6. ALEIXO, A.; GREGORY, S.M.S.; PENHALLURICK, J. (2007). «Fixation of the type species and revalidation of the genus Dendroplex Swainson, 1827 (Dendrocolaptidae)». Bull. B. O. C. 127: 242-246 
  7. CLARAMUNT, S.; DERRYBERRY, E.P.; CHESSER, R.T.; ALEIXO, A.; BRUMFIELD, R.T. (2010). «Polyphyly of Campylorhamphus with the description of a new genus for C. pucherani». Auk. 127: 430-439 
  8. a b c DERRYBERRY, E.P.; CLARAMUNT, S.; DERRYBERRY, G.; CHESSER, R.T.; CRACRAFT , J.; ALEIXO, A.; PÉREZ-EMÁN, J.; REMSEN, Jr., J.V.; BRUMFIELD, R.T. (2011). «Lineage diversification and morphological evolution in a large-scale continental radiation: the Neotropical ovenbirds and woodcreepers (Aves: Furnariidae)». Evolution. 65 (10): 2973-2986 
  9. CHESSER, R.T.; BARKER, F. K.; BRUMFIELD, R.T. (2007). «Four-fold polyphyly of the genus formerly known as Upucerthia, with notes on the systematics and evolution of the avian subfamily Furnariinae». Molecular Phylogenetics and Evolution. 44: 1320­-1332  soft hyphen character character in |páginas= at position 5 (ajuda)
  10. FJELDSA, J.; IRESTEDT, M.; JONSSON, K.A.; OHLSON, J.I.; ERICSON, P.G.P. (2007). «Phylogeny of the ovenbird genus Upucerthia: a case of independent adaptations for terrestrial life». Zoologica Scripta. 36: 133-141 
  11. CHESSER, R.T.; Brumfield, R.T. (2007). «Tarphonomus, a new genus of ovenbird (Aves: Passeriformes: Furnariidae) from South America». Proceedings of the Biological Society of Washington. 120: 337–339 
  12. CHESSER, R.T.; CLARAMUNT, S.; DERRYBERRY, E.P.; BRUMFIELD, R.T. (2009). «Geocerthia, a new genus of terrestrial ovenbird (Aves: Passeriformes: Furnariidae)». Zootaxa (2213): 64–68 
  13. a b DERRYBERRY, E.P.; CLARAMUNT, S.; O’QUIN, K.E.; ALEIXO, A.; CHESSER, R.T.; REMSEN, Jr., J.V.; BRUMFIELD, R.T. (2010). «Pseudasthenes, a new genus of ovenbird (Aves: Passeriformes: Furnariidae)». Zootaxa (2416): 61-68 
  14. FJELDSÅ, J.; IRESTEDT, M.; ERICSON, P.G.P. (2005). «Molecular data reveal some major adaptational shifts in the early evolution of the most diverse avian family, the Furnariidae». Journal of Ornithology. 146: 1–13 
  15. IRESTEDT, M.; FJELDSA, J.; ERICSON, P.G.P. (2006). «Evolution of the ovenbird-woodcreeper assemblage (Aves: Furnariidae) - major shifts in nest architecture and adaptive radiation». Journal of Avian Biology. 37: 260-272 

Ligações externas

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