Para cada definimos , por , composição de fatores iguais a . Observamos que . Note que o fato de e serem injetivas implica a injetividade de .
Agora consideramos , dado por
.
Note que se , então tomando segue que , ou seja, . Equivalentemente, se temos que .
Por outro lado, observamos que dado , se tivermos , então e ocorre . De fato, se então existe tal que . É claro que e nesse caso podemos escrever
.
Logo , donde segue que .
Para concluir definimos pondo se e se . Note que está bem definida, pois g é injetiva e se então , como já observamos. Ademais, é injetiva, haja vista que dados temos as seguintes possibilidades: (os dois estão em X); (os dois estão no complementar de X) ou (um está em X e outro fora). Nos dois primeiros casos a igualdade implica , devido à injetividade de e de . No último, tal igualdade implicaria de onde teríamos . Porém, como existe tal que . Logo, , ou seja, . Isso implica , o que é uma contradição. Portanto, isso conclui a verificação da injetividade de H.
Por fim, dado temos duas possibilidades: ou . No primeiro caso, temos que e no segundo caso, como foi observado, teremos que e daí, . Portanto, trata-se de uma bijeção.
Stefan Banach observou que o que a demonstração acima faz é decompor cada conjuntos A e B em duas partes disjuntas, de forma que a função f transforma (bijetivamente) uma parte de A em uma parte de B, e g-1 transforma (bijetivamente) a outra parte de A na outra parte de B.[2]
Mais precisamente:
Sejam A e B conjuntos, uma função injetiva e uma função sobrejetiva. Então é possível particionar , , com e de forma que f e G quando restritas, respectivamente, a A1 e A2 sejam bijeções, respectivamente, com B1 e B2.
O teorema de Cantor-Bernstein-Schroeder segue imediatamente como corolário, porque sendo injetiva, então é a função bijetiva definida pela injetividade de g.