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Ursicino (general)

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Ursicino (em latim: Ursicinus) foi um oficial romano do século IV, ativo durante o reinado dos imperadores Constantino I (r. 306–337) e Constâncio II (r. 337–361).

Ursicino surge sob Constantino I (r. 306–337), quando exerceu ofício. Em 349, ao que tudo indica, foi nomeado no Oriente como mestre da cavalaria. Em 351/352, foi encarregado da supressão da revolta judaica contra o césar Constâncio Galo.[1] Tiberíades e Dióspolis, duas das cidades conquistadas pelos rebeldes, foram quase completamente destruídas, enquanto Séforis foi arrasada;[2] também recebeu ordens para matar milhares de rebeldes, até os mais jovens.[3] Talvez pode ser associado ao mestre da cavalaria de nome incerto citado por Amiano Marcelino em 353. Em 354, Constâncio Galo chamou-o de Nísibis a Antioquia para analisar acusação de traição.[4][5]

Devido as intrigas de Arbício e Eusébio, foi reconvocado a corte por Constâncio II (r. 337–361) em 354, alegadamente para consultas, e Próspero foi nomeado seu representante no Oriente. Com a queda de Galo, esteve novamente sujeito a intrigas, porém em 355 Silvano se rebelou e ele foi enviado à Gália para derrubá-lo. Em 355-356, serviu como mestre da cavalaria na Gália, mas foi substituído em 356 por Marcelo. Em 357, foi convocado para Sírmio por Constâncio e enviado ao Oriente. Em 359, estava em Samósata. Em 359, depois das intrigas de Eusébio e outros eunucos, foi reconvocado à corte para suceder Barbácio como mestre da infantaria e foi sucedido no Oriente por Sabiniano.[6]

Partiu ao Ocidente em meio a lamentos dos provincianos, mas ao chegar rio Hebro recebeu ordens imperiais para retornar ao Oriente, pois os persas estavam atacando. Ele voltou a Nísibis e passou por várias aventuras, mas falhou em persuadir Sabiniano a aliviar Amida (atual Diarbaquir), que estava sob cerco do Sapor II (r. 309–379). Após a cidade cair, retirou-se de Melitene para Antioquia. No inverno e 359/360, foi reconvocado para assumir seu posto de mestre da infantaria, mas devido ao inquérito feito por Arbício e Florêncio após a queda de Amida, foi demitido e substituído por Agilão.[7][8][9]

Ursicino era proprietário de uma casa em Antioquia e pai de vários filhos, um deles chamado Potêncio. É possível que foi citado em várias telhas encontradas na Panônia Superior. Amiano Marcelino, que serviu em seu pessoal, afirmou que era um guerreiro, tendo sido sempre um soldado e líder de soldados, mas esteve muito longe das discussões do fórum, bem como que estava familiarizado com a antiga disciplina e os métodos persas de guerra.[7]

Referências

  1. Banchich 1997.
  2. Lazare 1995, p. 47.
  3. Jerônimo 380, 15-21.
  4. Thompson 1969, p. 3.
  5. Matthews 1989, p. 34.
  6. Martindale 1971, p. 985-986.
  7. a b Martindale 1971, p. 986.
  8. Barnes 1998, p. 63.
  9. Trombley 1999, p. 20.
  • Barnes, Timothy D. (1998). Ammianus Marcellinus and the Representation of Historical Reality. Ítaca, Nova Iorque: Cornell University Press 
  • Lazare, Bernard; Wistrich, Robert (1995). Antisemitism: Its History and Causes. Lincoln, Nebraska: University of Nebraska Press. ISBN 0-8032-7954-X 
  • Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). «Ursicinus 2». The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press 
  • Matthews, J. (1989). The Roman Empire of Ammianus. Baltimore, Marilândia: Johns Hopkins University Press 
  • Thompson, E. A. (1969). The Historical Work of Ammianus Marcellinus. Groninga: Beuma's Boekhoos N. V. 
  • Trombley, F. (1999). «Ammianus Marcellinus and fourth-century warfare: a protector's approach to historical narrative». In: Drijvers, J.W.; Hunt, D. The Late Roman World and Its Historian: Interpreting Ammianus Marcellinus. Londres: Routledge