Usuário:Thentomologist/Esperança-pavão
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Thentomologist/Esperança-pavão | |||||||||||||
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Ocorrência: Cretáceo Superior–presente 80–0 Ma | |||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||
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Subfamílias | |||||||||||||
Walker, 1870 | |||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||
Parapterochrozae
Pterochrozae Walker, 1870 Pterochrozidae Walker, 1870 Pterochrozini Walker, 1870 Pterochrozites Walker, 1870 |
Esperança-pavão é um nome popular utilizado para designar todas as esperanças da subfamília Pterochrozinae. Esse nome é dado por conta da característica marcante que elas têm de levantar as asas como um leque, semelhante ao que fazem os pavões machos. A face ventral das asas anteriores e as asas posteriores dessas esperanças geralmente possuem manchas que lembram olhos (também conhecidas como ocelos), e cores vibrantes, de modo que a prática de eriçar as asas pode servir como uma técnica de defesa para afugentar ou amedrontar possíveis predadores, fazendo a esperança parecer maior e mais perigosa do que realmente é. Esse comportamento é conhecido como comportamento deimático.
Além de esperança-pavão, os representantes deste grupo também são conhecidos como bichos-folha ou esperanças, devido à aparência da face externa das suas asas anteriores.
Origem e Diversidade[editar | editar código-fonte]
Estima-se que o grupo dos pterocrozíneos tenha se originado há aproximadamente 80 milhões de anos[1], no Cretáceo Superior. Nesta mesma época ocorria uma rápida diversificação das angiospermas[2], e a co-ocorrência desses dois eventos de diversificação pode ter contribuído para uma radiação da diversidade das esperanças-pavão[1]. Ao longo de todo esse tempo de evolução, a subfamília Pterochrozinae se distribuiu e se diversificou na Região Neotropical[3][1], sendo representada por 96 espécies, que estão distribuídas em 14 gêneros. Abaixo a lista dos gêneros válidos[4]:
Anommatoptera Vignon, 1923
Asbolomma Beier, 1962
Celidophylla Saussure & Pictet, 1898
Cycloptera Serville, 1838
Mimetica Pictet, 1888
Ommatoptera Pictet, 1888
Paracycloptera Vignon, 1926
Porphyromma Redtenbacher, 1895
Rhodopteryx Pictet, 1888
Roxelana Kirby, 1906
Tanusia Stål, 1874
Tanusiella Enderlein, 1917
Typophyllum Serville, 1838
Biologia[editar | editar código-fonte]
Estratégias de defesa[editar | editar código-fonte]
- Camuflagem
Dentre as estratégias de camuflagem que existem, os representantes da subfamília Pterochrozinae desenvolveram padrões de homotipia e homocromia altamente acurados, e isso faz delas provavelmente as esperanças mais perfeitamente camufladas[5]. Além da incrível capacidade de imitar as nervuras nos mínimos detalhes, os representantes desse grupo exibem várias características que imitam folhas também em diversos estágios de decomposição. Essas características incluem pequenos buracos, manchas amarronzadas ou acinzentadas como se fossem manchas necróticas, margens das asas onduladas e pequenas protuberâncias escuras ou esbranquiçadas. O nível de detalhes é tão grande que mesmo quando essas estruturas são observadas através de um estereomicroscópio, a impressão que dá é a de que realmente é uma folha[5]. Tal camuflagem pode lembrar também atividades causadas por organismos vivos, como danos causados nas folhas por pequenos insetos herbívoros, líquens, musgos e fungos[5].
- Comportamento Deimático
Talvez esse seja o comportamento mais lembrado deste grupo de insetos. Os estímulos que ativam tal comportamento podem ser provenientes tanto de vibrações quanto por contato físico. Após um desses estímulos, as asas são abertas de modo que a face interna delas fique bem visível para a possível ameaça. É frequente que na face ventral da asa anterior e da posterior exista um padrão de cores bem fortes e vibrantes, juntamente com uma mancha circular semelhante a um olho no ápice de cada asa posterior. É comum que a esperança se reoriente, de forma que a parte posterior do seu corpo sempre fique mais ampla e visível na direção do estímulo que a perturbou[6].
Taxonomia[editar | editar código-fonte]
Tradicionalmente as esperanças-pavão eram classificadas dentro da subfamília Pseudophyllinae, na tribo Pterochrozini. No entanto, um estudo publicado em 2013 feito por Mugleston e colaboradores[7] serviu de base para futuras mudanças. A partir de dados moleculares, Pterochrozini foi recuperado como grupo irmão de todas as outras esperanças, se originando na base da árvore filogenética de Tettigoniidae. Recentemente, Braun[8] utilizou essa informação junto com características das asas ligadas à produção de som e porpôs que essas características seriam suficientes para justificar a elevação da tribo à categoria de subfamília, passando a ser Pterochrozinae.
Referências[editar | editar código-fonte]
- ↑ a b c Mugleston, Joseph D.; Naegle, Michael; Song, Hojun; Whiting, Michael F. (1 de julho de 2018). «A Comprehensive Phylogeny of Tettigoniidae (Orthoptera: Ensifera) Reveals Extensive Ecomorph Convergence and Widespread Taxonomic Incongruence». Insect Systematics and Diversity (em inglês) (4). doi:10.1093/isd/ixy010. Consultado em 8 de outubro de 2020
- ↑ Magallón, Susana; Castillo, Amanda (2009). «Angiosperm diversification through time». American Journal of Botany (em inglês) (1): 349–365. ISSN 1537-2197. doi:10.3732/ajb.0800060. Consultado em 8 de outubro de 2020
- ↑ Braun, Holger (dezembro de 2015). «The Little Walking Leaves from Iguazú National Park (Ne Argentina) - Comparisons between Subtropical and Tropical Typophyllum Species (Orthoptera: Tettigoniidae: Pterochrozinae)». Journal of Orthoptera Research (2): 55–58. ISSN 1082-6467. doi:10.1665/034.024.0203. Consultado em 8 de outubro de 2020
- ↑ «subfamily Pterochrozinae Walker, 1870». Orthoptera Species File. Consultado em 8 de outubro de 2020
- ↑ a b c Braun, Holger (2 de setembro de 2015). «Little walking leaves from southeast Ecuador: biology and taxonomy of Typophyllum species (Orthoptera, Tettigoniidae, Pterochrozinae)». Zootaxa (em inglês) (1): 1–32. ISSN 1175-5334. doi:10.11646/zootaxa.4012.1.1. Consultado em 28 de outubro de 2020
- ↑ Castner, James L. (agosto de 1995). «Defensive Behavior and Display of the Leaf-Mimicking Katydid Pterochroza ocellata (L.) (Orthoptera: Tettigoniidae: Pseudophyllinae: Pterochrozini)». Journal of Orthoptera Research (4). 89 páginas. doi:10.2307/3503462. Consultado em 29 de outubro de 2020
- ↑ Mugleston, Joseph D.; Song, Hojun; Whiting, Michael F. (1 de dezembro de 2013). «A century of paraphyly: A molecular phylogeny of katydids (Orthoptera: Tettigoniidae) supports multiple origins of leaf-like wings». Molecular Phylogenetics and Evolution (em inglês) (3): 1120–1134. ISSN 1055-7903. doi:10.1016/j.ympev.2013.07.014. Consultado em 29 de outubro de 2020
- ↑ Braun, Holger (7 de maio de 2015). «On the family-group ranks of katydids (Orthoptera, Tettigoniidae)». Zootaxa (em inglês) (1): 149–150. ISSN 1175-5334. doi:10.11646/zootaxa.3956.1.10. Consultado em 29 de outubro de 2020