Usuário(a):LauraSMT/Teste da orelhinha
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Introdução
[editar | editar código-fonte]A Triagem Auditiva Neonatal Universal (TANU), popularmente conhecida como teste da orelhinha, é um exame realizado na orelha dos bebês em até 48 horas após o nascimento, com o objetivo de detectar de forma precoce perdas auditivas congênitas, permitindo um diagnóstico rápido e com maiores possibilidades de escolher um tratamento mais adequado para bebês com esse diagnóstico. Os neonatos oferecem os melhores pré-requisitos para o teste, por serem facilmente acessíveis, além de relativamente livres de infecções da orelha média e por estarem inativos e quietos por longos períodos de tempo[1] . A audição é considerada um dos sentidos essenciais em relação ao desenvolvimento humano, principalmente quanto aos aspectos linguísticos e psicossociais. São nos primeiros anos de vida, considerados períodos críticos, em que ocorre o desenvolvimento da linguagem e das habilidades auditivas. É fundamental que TAN seja universal, ou seja, realizada em crianças com e sem fator de risco para deficiência auditiva, com índices de triagens realizadas superiores a 95% dos nascidos vivos. Entretanto, no Brasil, essa universalidade ainda não é uma realidade [3] . Atualmente, o indicador nacional de universalidade da triagem aponta 37,2%, o que representa um índice bem inferior ao que é recomendado e preconizado pelo Comitê Multiprofissional em Saúde Auditiva – COMUSA e pelo Joint Committee on Infant Hearing [4] [5] . Em 2 de agosto de 2010, o então Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei Nº 12.303, denominada Lei do Teste da Orelhinha, que dispõe sobre a obrigatoriedade de realização deste exame em todos os hospitais e maternidades, sendo eles públicos ou particulares[2] .
Serviços para a realização da triagem auditiva neonatal
[editar | editar código-fonte]Hospitais e Maternidades: são unidades hospitalares e/ou ambulatoriais que disponham de serviços especializados, equipamentos e instalações físicas
adequadas, destinadas a realizar a TAN acompanhada de resultado do exame, onde os pais/responsáveis irão receber orientações referentes à importância da triagem no desenvolvimento auditivo e linguístico da criança. Serviços de Referência em Avaliação, Diagnóstico e Reabilitação Auditiva: Entende- se por serviços especializados de referência à saúde auditiva aqueles que atendem às pessoas com suspeita ou confirmação de perda auditiva unilateral ou bilateral, de qualquer tipo ou grau. Estes serviços podem realizar avaliação, diagnóstico, reabilitação, seleção, concessão e adaptação de Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), bem como a terapia fonoaudiológica com acompanhamento e
manutenção dos AASI.
Quem pode realizar o exame?
[editar | editar código-fonte]O fonoaudiólogo é o profissional capacitado para realização da TANU, já que é habilitado para a realização dos procedimentos previstos em todas as etapas do Programa de Triagem Auditiva Neonatal Universal , bem como na implantação e execução das ações em hospitais e maternidades brasileiras.
Como o teste da orelhinha é realizado ?
[editar | editar código-fonte]O teste universal utilizado como base para essa avaliação são as Emissões Otoacústicas Evocadas Transientes (EOAT), que consiste em uma liberação de energia sonora produzida na cóclea que se propaga pela orelha média até o meato
acústico externo. As emissões otoacústicas podem ser classificadas em 2 categorias:
-Espontâneas = são sinais de nível sonoro baixo, e são mais utilizadas em pesquisas
-Evocadas = São divididas em 3 subgrupos :
- Transientes: São realizados sinais de curta duração
- Produto de distorção: São evocadas por dois tons puros de diferentes frequências apresentadas simultaneamente
- Estímulo - frequência: não é utilizado em testes clínicos , também são produzidos por tons puros contínuas e mostram características semelhantes a das emissões transientes. Apesar de oferecer dados importantes sobre a lesão coclear, a presença das Emissões Otoacústicas depende de condições normais de orelha média e de um ambiente silencioso para realização do exame.
Referências
[editar | editar código-fonte]- GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE –
SESA. PROTOCOLO DE ORGANIZAÇÃO DA TRIAGEM AUDITIVA NEONATAL (TAN) NO
ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.2022. Disponível em:
https://saude.es.gov.br/Media/sesa/Profissionais%20de%20Saúde%20e%20Gestores/PROTOCO
LO_DE_ORGANIZAÇÃO_DA_TAN_NO_ES.pdf
- CREFONO.CFFa publica nova resolução sobre TANU. Abril de 2020. Dísponivel em
:https://crefono1.gov.br/cffa-publica-nova-resolucao-sobre-tanu/
- Pialarissi, Paulo R; Gattaz, Gilberto. Emisões otoacusticas: conceito básicos e aplicações clinicas.
- Castro, Thayla Alices Pedroso De Oliveira; Rodrigues, Priscila De Araújo Lucas; Nardez, Taína
Maiza Bilinski (2016). «Analise de sensibilidade e especificidade de um criterio de referencia das
emissoes otoacusticas». TCC - Fonoaudiologia
- Cruz, Lorena Rauédys Leite da; Ferrite, Silvia (1 de Dezembro de 2014). «Cobertura estimada da
triagem auditiva neonatal para usuários do Sistema Único de Saúde, Brasil, 2008-2011». Revista
Brasileira de Saúde Materno Infantil. 14 (4): 401–411. ISSN 1519-3829. doi:10.1590/S1519-
38292014000400010
- Lewis, Doris Ruthy; Marone, Silvio Antonio Monteiro; Mendes, Beatriz C. A.; Cruz, Oswaldo
Laercio Mendonça; Nóbrega, Manoel de (1 de fevereiro de 2010). «Comitê multiprofissional em
saúde auditiva: COMUSA». Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. 76 (1): 121–128. ISSN 1808-
8694. doi:10.1590/S1808-86942010000100020
- Hearing, Joint Committee on Infant (1 de outubro de 2007). «Year 2007 Position Statement:
Principles and Guidelines for Early Hearing Detection and Intervention Programs». Pediatrics (em
inglês). 120 (4): 898–921. ISSN 0031-4005. PMID 17908777. doi:10.1542/peds.2007-2333
- ↑ Kemp, David T.; Ryan, Siobhan (janeiro de 1991). «Otoacoustic Emission Tests in Neonatal Screening Programmes». Acta Oto-Laryngologica (em inglês) (sup482): 73–84. ISSN 0001-6489. doi:10.3109/00016489109128029. Consultado em 8 de dezembro de 2022
- ↑ «https://legislacao.presidencia.gov.br/». 3 de agosto de 2010. Consultado em 7 de dezembro de 2022
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