Águia de Saladino

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Esboço da "Águia de Saladino" original da Cidadela do Cairo, Cairo, Egito
Águia na entrada da Torre do Cairo
Bandeira da Polícia Egípcia

A Águia de Saladino (em árabe: نسر صلاح الدين), no Egito conhecida como Águia Egípcia (em árabe: النسر المصري‎ el-nessr el-massry)[1], também conhecida como Águia Republicana, é uma águia heráldica usada como um símbolo icônico do Egito. Também é usada como parte do brasão de armas do Egito, Iraque e Palestina.

Origem do termo[editar | editar código-fonte]

O sultão aiúbida Saladino carregava uma bandeira amarela adornada com uma águia.[2] A águia foi tomada como um símbolo do Cairo e do Egito, quando Saladino governou os Egípcios primeiro; foi inspirada no abutre do Antigo Egito, desenhado em todas as paredes dos templos egípcios como um símbolo de orgulho e dignidade. A associação com Saladino deve-se também à representação de um abutre egípcio na parede oeste da Cidadela do Cairo, que foi construída durante o reinado de Saladino, embora o projeto atual da águia seja de data mais recente, especificamente após a Revolução Egípcia de 1952. Leo Aryeh Mayer, da Universidade Hebraica de Jerusalém, observa que "a águia na Cidadela do Cairo é de data muito incerta, provavelmente consideravelmente depois do período de Saladino".[3] Assume-se que a águia foi originalmente uma águia de duas cabeças.

História[editar | editar código-fonte]

Na história moderna, a águia com sua atual forma amarelada foi introduzida pela primeira vez como um símbolo da República do Egito durante a revolução egípcia de 1952. O emblema foi então herdado como R.A.U. Brasão de armas em 1958, e a partir desta época a "Águia egípcia" ou a Águia de Saladino foi tomada para representar o nacionalismo mais amplo e como um símbolo de unidade.

Após a Revolução Ramadã de 1963 pelo Partido Baath Socialista Árabe - Região do Iraque, a águia árabe foi introduzida como o novo brasão de armas do Iraque, diretamente baseado no projeto usado por Gamal Abdel Nasser para a revolução egípcia.[4]

A Federação das Repúblicas Árabes estabelecida por Muammar Gaddafi em 1972 adotou inicialmente um Falcão dos Coraixitas como seu emblema, mas este foi substituído pela Águia Árabe em 1984.[5] Por outro lado, a República Árabe da Líbia de Gaddafi, em 1969, também adotou a águia, mas a substituiu pelo falcão dos coraixitas em 1972.

Na revolução egípcia de 2011, a águia foi associada ao regime de Mubarak. Mehrez (2012) descreve um grafite estampado retratando a águia de Saladino virada de cabeça para baixo como um apelo à queda do regime.

Ganzeer, um artista gráfico egípcio amplamente conhecido por sua revolucionária arte de rua, explica, 'O atual emblema "Águia de Saladino" na faixa branca da bandeira, no entanto, não foi usado até 1984. O que significa que a atual águia na bandeira egípcia pertence ao regime de Mubarak. Esta conexão da 'Águia de Saladino' com o regime de Mubarak fornece a chave para entender esta peça de estêncil.[6]

Brasão de armas com a águia de Saladino[editar | editar código-fonte]

Emblema histórico e atual[editar | editar código-fonte]

Egito e Líbia[editar | editar código-fonte]

Iraque e Curdistão[editar | editar código-fonte]

Jordânia e Palestina[editar | editar código-fonte]

Iémen[editar | editar código-fonte]

Somalilândia[editar | editar código-fonte]

Outras aparições[editar | editar código-fonte]

A águia também aparece em diversas bandeiras, como das forças armadas do Egito (Exército Egípcio e Marinha Egípcia), da Polícia Nacional Egípcia e bandeiras de alguns estados árabes.

Referências

  1. Whitney Smith: Flags Through the Ages and Across the World. McGraw-Hill Book Company (UK) Ltd. Maidenhead, 1975 (Inglês)
  2. Hathaway 2003, p. 96-7.
  3. L. A. Meyer, Saracenic Heraldry (1933), p. 195, citado depois de The Flag Bulletin 24 (1985), p. 44.
  4. Baram, Amatzia (20 de março de 1991). Culture, History and Ideology in the Formation of Ba'thist Iraq,1968-89 (em inglês). [S.l.]: Springer. ISBN 9781349212439 
  5. Podeh, Elie (30 de junho de 2011). The Politics of National Celebrations in the Arab Middle East (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 9781107001084 
  6. Mehrez, Samia (5 de janeiro de 2012). Translating Egypt’s Revolution: The Language of Tahrir (em inglês). [S.l.]: American University of Cairo Press. ISBN 9781617973567