.405 Winchester

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Ilustração do .405 Winchester.

O .405 Winchester (também chamado .405 WCF) é um cartucho de fogo central, introduzido em 1904 para o rifle por ação de alavanca Model 1895,[1] com com aro em formato "cônico" pela Winchester Repeating Arms Company.

O .405 WCF permanece até hoje um dos cartuchos com aro mais poderosos projetados especificamente para rifles por ação de alavanca; os únicos cartuchos modernos para esse tipo de rifle, que superam seu desempenho são o .50 Alaskan, o .450 Alaskan, .475 Turnbull, .348 Turnbull e .450 Marlin. O .405 WCF foi altamente considerado pelo presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, durante seu safári na África Oriental.[2]

Descrição e Performance[editar | editar código-fonte]

O .405 WCF.

A carga original de fábrica da Winchester para o .405 WCF consistia em uma bala de 300 grãos (19,4 gramas) de ponta macia ou jaquetada de metal ("Full Metal Jacket") a 2.200 pés por segundo.[3][4] Quando o Winchester M1895 foi descontinuado em 1936, o cartucho foi considerado obsoleto.[2] As listagens de catálogo do cartucho cessaram em 1955.[5] No entanto, durante o aniversário de 100 anos da administração presidencial de Theodore Roosevelt em 2001, a Winchester reintroduziu o "M1895" em .405 Winchester e reviveu o cartucho.[6]

Além do Winchester Model 1895, o .405 Winchester também estava disponível no Winchester Model 1885 de tiro único, no rifle Remington-Lee por ação de ferrolho (de 1904 a 1906) e em vários rifles duplos britânicos e europeus.[1] O cartucho também estava disponível no rifle de tiro único "Ruger No. 1 Tropical", de canos mais grossos.[7]

As campanhas publicitárias da Winchester durante a primeira década do século XX aproveitaram ao máximo os elogios freqüentes de Theodore Roosevelt ao .405 Winchester, bem como ao "Winchester 1895" que o abrigava.[5] Roosevelt se referiu a esse rifle como sua "'pistola de remédio' para leões". Esta citação vem do relato de Roosevelt sobre uma caça ao leão no sétimo capítulo de seu livro African Game Trails:

Mas enquanto estávamos parados, um dos carregadores atrás gritou "Simba"; e avistamos uma grande leoa galopando ao lado das árvores, logo além do donga … Tarlton pegou seu grande cano duplo e me aconselhou a pegar o meu, pois o sol acabara de se pôr e provavelmente seria um trabalho de curta duração; mas eu balancei minha cabeça, pois a Winchester 405 é, pelo menos para mim pessoalmente, a "arma de remédio" para leões.[2]

Embora seja frequentemente dito que Roosevelt chamou o ".405 M1895" de seu "grande remédio", esta frase nunca foi usada no livro "African Game Trails" e é possivelmente a combinação errônea de sua citação de "medicine gun" com seu discurso de "Big Stick" de 1901.[2] O escritor de ficção histórica Wilbur Smith atribui o termo "arma medicinal" aos Roosevelts em seu livro Assegai.

Desde a introdução do .405 Winchester, muitos caçadores o têm usado em caça maior africana, incluindo rinocerontes e búfalos; no entanto, é geralmente considerado melhor quando usado contra animais de pele fina, devido à baixa densidade seccional da bala. A velocidade do cartucho também é baixa para os padrões contemporâneos, o que torna o tiro de longa distância um desafio devido à tolerância e compensação que o atirador deve dar para a queda da bala durante a trajetória até o alvo.[1]

Wildcats derivados[editar | editar código-fonte]

O estojo do .405 WCF.

O .277 Elliott Express e o .357 Elliott Express, são dois de uma série de cartuchos wildcat desenvolvidos pela O.H. Elliott & Company de South Haven, Michigan, com base no cartucho .405 WCF.[8] Este armeiro personalizado fabricava também seus próprios canos de rifle.

Dimensões[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c Barnes, Frank C. (1997). Cartridges of the World (em inglês) 8.ª ed. [S.l.]: Krause Publications. 480 páginas. ISBN 978-0-87349-178-5 
  2. a b c d Roosevelt, Theodore (1927). «VII». Trekking Through the Thirst to the Sotik (PDF). African Game Trails (em inglês). [S.l.]: Charles Schribner's Sons. p. 166-167. 654 páginas. ISBN 978-1-86197-876-9. Consultado em 5 de janeiro de 2021 
  3. Whelen, Townsend (1918). The American Rifle: A Treatise, a Text Book, and a Book of Practical Instruction in the Use of the Rifle (em inglês). [S.l.]: Century Company. p. 275. 637 páginas. Consultado em 5 de janeiro de 2021 
  4. MacDonald, Geoff; Wright, Graeme; Bossert, Hans; van Zwoll, Wayne (2014). Woodleigh Bullets Loading Manual (em inglês). [S.l.]: Woodleigh Bullets. p. 207. 349 páginas. ISBN 978-0-64692-382-6 
  5. a b Giles, Ray T., and Daniel L. Shuey. "405 W.C.F., 405 Winchester." One Hundred Years of Winchester Cartridge Boxes, 1856-1956. Atglen, PA: Schiffer Military History, 2006. 223-26. Print.
  6. Boddington, Craig. "Bully For The .405 - Roosevelt's "big medicine" enjoys a revival.". Guns&Ammo. http://www.gunsandammo.com/content/bully-for-the-405?page=1[ligação inativa]. Retrieved 25 August 2010
  7. «Ruger No 1 Tropical». Gun Mart. 26 de janeiro de 2017. Consultado em 5 de janeiro de 2021 
  8. Lee, Jerry (2014). Gun Digest 2014 (em inglês) 68.ª, ilustrada ed. [S.l.]: Krause Publications (publicado em 12 de agosto de 2013). p. 212. 568 páginas. ISBN 978-1-44023-542-9. Consultado em 5 de janeiro de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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