A Palavra Cerzida

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A palavra cerzida é o primeiro livro de poesia publicado por Antônio Carlos de Brito (cujo pseudônimo é Cacaso), em 1967. Foi republicado em 2002 pela Cosac & Naify e pela 7 Letras em 2002, na coleção Ás de colete, que reúne as obras poéticas de vários escritores notáveis do período, como, por exemplo Chacal.[1] É considerado como um livro "tímido", ainda que bem recebido pelo crítico José Guilherme Merquior por ocasião de sua publicação.[2] Outros críticos afirmam que, apesar da diferença de tom entre esta obra e as posteriores do poeta, o livro é uma espécie de preparação para o que escreveria na década de 70, produção considerada sintomática da geração mimeógrafo.[3]

De fato, diferente das outras obras como Grupo escolar, Beijo na boca, Segunda classe, Na corda bamba e Mar de mineiro (que traziam poemas muito breves e irônicos), o livro traz poemas mais longos e de tom mais sério, incluindo poemas em formas tradicionais, como o soneto (Como, por exemplo, Chuva, com rimas[4]). A influência de poetas como Murilo Mendes, Cecília Meireles, Cassiano Ricardo e Carlos Drummond de Andrade ficam explícitas com epígrafes e dedicatórias ao longo de todo o livro. É dedicado a Carlos Ferreira de Brito, Wanda Aparecida de Brito, Antônio Carlos Jobim, Pixinguinha e Leilah Assumpção. Conta com 46 poemas, e é dividido em quatro partes desiguais.

Lista de poemas[editar | editar código-fonte]

O lado de dentro[editar | editar código-fonte]

  • O pássaro incubado;
  • Explicação do amor;
  • Gameleira;
  • O galo e o dia;
  • A ostra;
  • O samurai.

O triste mirante[editar | editar código-fonte]

  • Em tempo de notícia;
  • Transporte;
  • Anulação;
  • Madrigal para Cecília Meireles;
  • Chuva;
  • Cobrança;
  • Clausura;
  • Obrigação;
  • Na morte de Augusto Frederico Schmidt;
  • Engenharia;
  • Marinha n. I;
  • Presságio;
  • Processo;
  • Ária para cravo e flauta;
  • Madrigal para um amor;
  • Marinha irreversível.

A palavra de dois gumes[editar | editar código-fonte]

  • Poética;
  • Natureza-morta;
  • O arlequim;
  • O jardineiro;
  • O mito;
  • Fazendas;
  • Integração da noite;
  • Queixa submarina;
  • Cântico do condenado;
  • Fábula;
  • Noturno maduro;
  • Signo;
  • Psicologia do eterno;
  • Os elementos;
  • Destruição;
  • Gravuras da Sta. Marina;
  • Banquete;
  • Poemas brancos;
  • A infância presente;
  • Batismo no inferno;
  • Barcarola;
  • A um barbeiro, com amor.

O sono diurno[editar | editar código-fonte]

  • Alucinações;
  • Alegorias.

Referências

  1. Chacal. Belvedere. São Paulo: Cosac & Naify; Rio de Janeiro: 7 letras, 2007. Coleção Ás de Colete
  2. Transgressão da poesia Arquivado em 28 de maio de 2014, no Wayback Machine. p. 1
  3. "Nesse momento, é oportuno afirmar que toda a produção poética de Cacaso referente à década de setenta – a saber, Grupo Escolar, Beijo na Boca, Segunda Classe e Na Corda Bamba – pode ser lida como um “texto-testemunho” ou um “texto-sintoma”. (VIÑAR, 1992, p. 125). (…) Em A Palavra Cerzida, o poeta geômetra apurava suas facas precoces (…) acreditamos que o poeta de Grupo Escolar, menos do que sofrer uma metamorfose completa, já estava em pupa no primeiro livro." Poesia & Política Arquivado em 11 de julho de 2011, no Wayback Machine. p. 2-3.
  4. Cacaso. lero-lero (1967-1985). São Paulo: Cosac & Naify; Rio de Janeiro: 7 letras, 2002. Coleção Ás de Colete, p. 191
Ícone de esboço Este artigo sobre um livro é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.