Abbas Koty
Abbas Koty Yacoub (1952[1]–22 de outubro de 1993[1][2]) foi um político chadiano e líder rebelde.
Biografia[editar | editar código-fonte]
Formação[editar | editar código-fonte]
Abbas Koty recebeu sua educação primária em sua cidade natal, Iriba. Continuou os estudos secundários primeiro no liceu franco-árabe de Abéché e depois no Lycée Félix Eboué de N'Djamena até obter o bacharelado série A4. Em 1976, matriculou-se na Escola Militar de Armas Combinadas para Oficiais em N'Djamena, onde se formou como oficial em 1978.[3]
Carreira[editar | editar código-fonte]
Koty, um Zaghawa,[4] foi Diretor do Gabinete Militar sob o comando do Chefe de Estado Goukouni Oueddei de 1979 a junho de 1982, quando Oueddei foi deposto por Hissène Habré. Ele então partiu para o exílio na Nigéria. Embora contrário a Habré, retornou ao Chade em 1985 como parte de uma política de reconciliação nacional e, em 1986, foi nomeado encarregado de negócios para o Sudão, servindo lá até 1988.[1]
Koty, em seguida, juntou-se a organização rebelde Movimento Patriótico de Salvação (MPS) e tornou-se membro de seu bureau político. Após a tomada do poder no Chade em dezembro de 1990, ele foi promovido a coronel e tornou-se chefe do Estado-Maior do Exército. Em maio de 1991, foi nomeado Ministro da Defesa, Veteranos e Vítimas de Guerra do presidente Idriss Déby;[1] em dezembro de 1991, foi transferido para o cargo de Ministro de Obras Públicas e Transportes.[5] Em um congresso do MPS, Koty foi eleito para o Comitê Executivo do partido e encarregado da defesa e segurança.[1]
Em 18 de junho de 1992, foi anunciado que um complô golpista organizado por Koty havia sido frustrado.[6] Koty fugiu para o exílio em Camarões, onde foi um dos fundadores do Comitê Nacional de Recuperação (CNR) em 21 de junho. Em novembro de 1992, foi eleito presidente do grupo.[1] Em 15 de agosto de 1993,[7] ele assinou um acordo de paz com o governo em Trípoli, Líbia,[7][8] e posteriormente retornou ao Chade. Em 16 de outubro, assinou um novo acordo com o governo, que previa a transformação do CNR em partido político, bem como a integração dos combatentes do grupo no exército.[8][9] Em 22 de outubro, no entanto, Koty foi baleado e morto em N'Djamena pelas forças de segurança. Segundo o governo, ele planejava um golpe e resistiu à prisão,[2][8][9] mas o CNR negou e disse que Koty foi morto porque Déby o considerava uma ameaça devido à sua popularidade.[8] Um relatório de direitos humanos do Departamento de Estado dos Estados Unidos também lançou dúvidas sobre o relato oficial, alegando que havia "fortes evidências de que se tratava de um assassinato político".[2]
Referências
- ↑ a b c d e f "Les martyrs du CNR" Arquivado em 2007-10-21 no Wayback Machine, cnrdutchad.com (em francês).
- ↑ a b c Chad Human Rights Practices, 1993 Arquivado em 2007-08-12 no Wayback Machine, Departamento de Estado dos Estados Unidos.
- ↑ «La Famille d'Abbas Koty retrace son parcours héroïque et réclame son corps». tchadactuel.com (em francês). 27 de janeiro de 2019. Cópia arquivada em 11 de março de 2023
- ↑ Bernard Lanne, "Chad: Regime Change, Increased Insecurity, and Blockage of Further Reforms", Political Reform in Francophone Africa (1997), ed. Clark and Gardinier, página 277.
- ↑ "Dec 1991 - Cabinet reshuffle-Creation of national commission", Keesing's Record of World Events, Volume 37, Dezembro de 1991, Chade, Página 38665.
- ↑ "Jun 1992 - Coup attempt", Keesing's Record of World Events, Volume 38, Junho de 1992, Chade, Página 38952.
- ↑ a b "Chronology for Southerners in Chad" Arquivado em 2010-06-04 no Wayback Machine, cidcm.umd.edu.
- ↑ a b c d "Chad: Information on the circumstances surrounding the death of Abbas Kotti (Koty) and whether there were other deaths or arrests", Research Directorate, Immigration and Refugee Board, Canada (UNHCR.org).
- ↑ a b "Oct 1993 - Killing of CNRT leader", Keesing's Record of World Events, Volume 39, Outubro de 1993, Chade, Página 39674.