Abu Yaqub al-Sijistani

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Abu Yaqub al-Sijistani
Nascimento século X
Morte década de 970
Cidadania Pérsis
Ocupação filósofo, da'i
Religião xiismo

Abu Ya'qub Ishaq ibn Ahmad al-Sijistani (em árabe: أبو يعقوب إسحاق بن أحمد السجستاني) ou al-Sijzi (السجزي) foi um missionário ismaelita persa do século X ativo nas terras do norte e do leste do Irã. Ele foi um escritor prolífico, que desempenhou um papel crucial na infusão de ideias neoplatônicas na teologia ismaelita.

Vida[editar | editar código-fonte]

A vida de al-Sijistani é obscura,[1] já que referências a ele são encontradas principalmente isoladamente em obras hersiológicas sunitas hostis, enquanto fontes ismaelitas geralmente não fornecem quaisquer detalhes sobre ele.[2] Ele recebeu o apelido de 'semente de algodão' (em árabe: khayshafūj, persa: banba-dāna) em várias obras não-ismaelitas quase contemporâneas que o mencionam, mas a origem e o significado disso são desconhecidos.[2][3] O que pode ser extraído das fontes é que ele era um missionário sênior (dāʿī) nas terras iranianas do mundo islâmico oriental.[2]

Nizã Almulque relata que um certo Ishaq sucedeu Abu Hatim al-Razi como chefe dāʿī em Rey após a morte deste último em 934, enquanto Ibne Nadim menciona um certo Abu Ya'qub como chefe dāʿī em Rey em c. 932–942. Este Abu Ya'qub também foi responsável pelo movimento missionário (daʿwa) na Mesopotâmia Superior e no Iraque, tendo como seus agentes os irmãos Abu Muslim e Abu Bakr ibn hammad em Mossul e Ibn Nafis em Bagdá.[1][2] É provável que tenha sido a mesma pessoa que al-Sijistani, pois concorda com uma declaração em uma das obras de al-Sijistani de que ele estava no Iraque em 934.[2] A opinião anterior entre os estudiosos era que ele foi executado junto com Muhammad al-Nasafi em 943, mas isso agora foi refutado.[4] Na realidade, ele foi o sucessor de al-Nasafi, tanto como chefe dāʿī em Coração, bem como na continuação do desenvolvimento das ideias teológicas de al-Nasafi.[1][2] Outras fontes afirmam que ele atuou no Sistão (daí seu nisba), durante e após o mandato de al-Nasafi.[1][2]

O movimento que ele liderou não era inicialmente afiliado ao Califado Fatímida, mas em algum momento, durante o califado de Almuiz Aldim Alá (r.  953–975), ele aceitou os fatímidas como os imãs legítimos, e muitos de seus pontos de vista foram assumidos pelo daʿwa patrocinado pelos fatímidas.[1][2] De acordo com Rashid al-Din Hamadani, al-Sijistani foi executado pelo emir safárida do Sistão, Khalaf ibn Ahmad (r. 964–1003). A obra de al-Sijistani, Kitāb al-iftikhār, foi escrita por volta de 971, o que fornece um terminus post quem para sua execução. As introduções a duas de suas outras obras indicam que foram escritas durante o reinado do califa fatímida Aláqueme Biamir Alá (r. 996–1021), mas são provavelmente interpolações posteriores.[1][2] Al-Sijistani morreu em 971.[5]

Referências

  1. a b c d e f Daftary 2007, p. 155.
  2. a b c d e f g h i Walker 1983.
  3. Daftary 2007, p. 154.
  4. Stern 1960, p. 160.
  5. Armstrong, Karen (9 de agosto de 1994). A History of God: The 4,000-Year Quest of Judaism, Christianity and Islam (em inglês). [S.l.]: Random House Publishing Group. 179 páginas. ISBN 978-0-345-38456-0 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]