Adalbus

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Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Coleoptera
Subordem: Polyphaga
Infraordem: Cucujiformia
Superfamília: Chrysomeloidea
Família: Cerambycidae
Subfamília: Cerambycinae
Tribo: Bimiini
Gênero: Adalbus
Nome uninomial
Adalbus
Faimaire & Germain, 1859
Espécie-tipo
Adalbus crassicornis
Fairmaire & Germain, 1859

Adalbus (aportuguesado: adalbo) compreende um gênero de cerambicídeo, endêmico da patagônia andina, no qual está distribuído no Chile e na Argentina.[1] Apresentam atividades durante o período estacional da primavera e do verão austral.[nota 1] Nesta época ocorre a folhação de Nothofagus, no qual é o principal hospedeiro do táxon.[2] Os adalbos apresentam uma grande variedade em sua coloração corporal, variando de preto a amarelo-palha. Estas variações fizeram com que fossem classificados como espécies diferentes.

Morfologia[editar | editar código-fonte]

Os adultos apresentam um tamanho que varia de 11,75–19 mm de comprimento.[3]

A cabeça é de coloração preta, grosseiramente pontuada, com um ligeiro sulco entre as antenas. As Antenas são do tipo setácea, de coloração preta. Apresentam 12 antenômeros, no qual o 3.º e o 4.º são finos, enquanto que os demais são mais espessos e achatados.[4] Nas fêmeas são mais curtas, na qual atingem um pouco mais da metade elitral. Enquanto que nos machos ultrapassam o corpo.

O Protórax é mais largo do que comprido, apresenta um sulco mediano, enquanto que as laterais e a base são ligeiramente elevadas. Os lados são obtusamente angulados no meio.[5] Nos machos são de coloração preta, enquanto que nas fêmeas variam de avermelhados a amarelados.

Os Élitros são um pouco mais largo que o protórax. Deiscente quase da base, estreitado até o final, onde são divergentes.[4] Além da sutura e da margem externa, apresenta três linhas elevadas e pouco pronunciadas.[5] Nas fêmeas atingem o final do abdome, no entanto, nos machos não atingem.

Ecologia[editar | editar código-fonte]

Nothofagus dombeyi, planta hospedeira do táxon.

Emersão[editar | editar código-fonte]

Os adultos emergem a partir de outubro e perduram até janeiro.[nota 1] Este período compreende a época estacional da primavera e do verão austral. No qual caracteriza-se por um fotoperíodo mais longo, com 14,6 horas de sol em dezembro,[6] e a temperatura aumenta gradativamente, podendo atingir a máxima média de 30°C em janeiro.[7][nota 2] Em decorrência destas características, as principais atividades dos adultos são o forrageamento e a reprodução.

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Apresenta hábito alimentar de herbivoria, no qual é oligófago, alimentando-se exclusivamente de plantas do gênero Nothofagus, especialmente das espécies N. dombeyi, N. antarctica e N. pumilio.[2] As larvas são xilófagas, se alimentam do lenho da madeira,[8] enquanto, que os adultos são folífagos alimentam-se das folhas.

Distribuição[editar | editar código-fonte]

Os adalbos são endêmicos da região da Patagônia andina, com distribuição entre 36–41° de latitude sul e 71–73° de longitude oeste. No qual ocorrem no Chile, desde a região de Valparaíso até Aisén, e na Argentina, nas província de Río Negro e Neuquén.

Taxonomia[editar | editar código-fonte]

Em 1859, o gênero foi estabelecido por Fairmaire e Germain para alocar três novas espécies — A. crassicorni, A. dimidiatipennis e A. flavipennis — oriundas do Chile.[4] Em 1900, Germain revisou o gênero e afirmou que aquelas duas últimas espécies eram variações da primeira.[9] Neste mesmo trabalho descreveu A. proteus, uma nova espécie oriunda das cordilheiras de Chillán.[9] No entanto, em 1912, Aurivillius sinonimizou com A. crassicorni.[10] Em 1953, Bosq revisou o gênero e sinonimizou todas as variações com A. crassicornis, estabelecendo-a como única espécie válida.[11]

Espécie[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. a b O período de emergência foi obtido a partir dos dados de ocorrência da espécie no GBIF.
  2. As informações climatológicas são de Chillán, localidade-tipo da espécie.

Referências

  1. Monné, Miguel Angel (25 jul. 2019). Catalogue of the Cerambycidae (Coleoptera) of the Neotropical Region. Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ. v. 1. p. 23-24. Consultado em 16 de janeiro de 2020.
  2. a b Barriga, Juan Enrique et al. (1993). Nuevos antecedentes de coleopteros xilofagos y plantas hospederas en Chile, con una recopilacion de citas previas. Revista Chilena de Entomologia. Santiago: SChE. 20: 65–91 [p. 82]. Consultado em 16 de janeiro de 2020.
  3. Tavakilian, Gérard; Chevillotte, Hervé (abr. 2015). «Adalbus crassicornis  TITAN: Cerambycidae database. Consultado em 25 de janeiro de 2020. Cópia arquivada no Wayback Machine
  4. a b c Fairmaire & Germain 1859, p. 490.
  5. a b Fairmaire & Germain 1859, p. 491.
  6. Clima Chillan. Weather Atlas. Belgrado: Yu Media Group d.o.o. Consultado em 16 de janeiro de 2020.
  7. Müller, Mathias D. et al. (2019). Clima Chillán. Meteoblue. Basileia: UniBas. Consultado em 16 de janeiro de 2020.
  8. Bertonatti, Claudio; Carrizo, Gustavo. (s.d.). Fagáceas del bosque patagónico. del Escritorio al Campo. Consultado em 16 de janeiro de 2020.
  9. a b Germain 1900, p. 263.
  10. Aurivillius, Christopher (1912). Cerambycidae: Cerambycinae. Coleopterorum Catalogus. Berlin: W. Junk. 39: 255.
  11. Bosq 1953, p. 65.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Fairmaire, Léon; Germain, Philibert (1859). Révision des coléoptères du Chili. Annales de la Société Entomologique de France. Paris: SEF. (3)7: 483-532.
  • Germain, Philibert (1900). Apuntes entomolójicos. Los Longicornios chilenos Anales de la Universidad de Chile, Santiago: UCh, 107: 859-912, 1 pl.
  • Bosq, Juan M. (1953). Nota sobre el genero Adalbus Fairm. et Germain, 1859 (Col. Cerambycidae). Anales del Museu Nahuel Huapí. Buenos Aires. 3: 63-67.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]