Adauto Joaquim da Cruz

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Adauto Joaquim da Cruz
Adauto Joaquim da Cruz
Nascimento 1881
Cidadania Brasil
Ocupação político

Adauto Joaquim da Cruz (Triunfo, 30 de agosto de 1881 — ?) foi um comerciante, notário, jornalista e político brasileiro.

Filho de Bernardino Antônio da Cruz, veterano da Guerra do Paraguai, e de Leonor de Magalhães,[1] em 9 de maio de 1904 foi nomeado escrivão da Coletoria de Caxias do Sul, permanecendo no ofício até 10 de novembro de 1912, quando se exonerou.[2][3] Logo em seguida, no dia 18, foi nomeado tesoureiro municipal.[1] Em fins de 1913 recebeu um Voto de Louvor do Conselho Municipal pelo seu zelo, competência e dedicação como tesoureiro, cargo que manteria por muitos anos.[4][5] Em 4 de julho de 1914 foi nomeado major da Guarda Nacional,[6] e em 25 de abril de 1915 eleito 2º tesoureiro do Clube de Oficiais.[7] Em junho do mesmo ano assumiu a direção do jornal O Brazil, órgão do Partido Republicano Rio-Grandense, ao qual era filiado,[8] deixando o cargo em 26 de agosto de 1916.[9]

Em 10 de janeiro de 1917 foi nomeado vice-intendente para o quadriênio 1917-1920, na gestão de José Pena de Moraes.[1] Neste período assumiu a Intendência como interino por ocasião de licença do titular, deixando a Tesouraria temporariamente a cargo de João Lucena Júnior[10] e governando entre 30 de junho e dezembro de 1918,[11][12][13] quando promoveu a exposição em Porto Alegre e no Rio de Janeiro de amostras de milho produzido na cidade,[14][15] organizou com grandes solenidades a recepção da embaixada italiana,[16] implementou medidas para contenção da epidemia de gripe espanhola,[17] embelezou a Praça Dante Alighieri[18] e criou um centro de socorro para distribuição de mantimentos aos indigentes enfermos.[12]

Em novembro de 1921 assumiu a direção da Caixa de Depósitos Populares da Coletoria Municipal,[19] no início de abril de 1924 exonerou-se da Tesouraria,[20] poucos dias depois já aparece como notário interino do 1º Cartório de Notas[21] e em 1934 é registrado como 1º notário,[22] permanecendo nesta função até aposentar-se por motivo de doença em 6 de julho de 1939, quando recebeu muitos elogios pela sua longa carreira de devotamento à coisa pública, sempre pautando "sua vida funcional e privada dentro da honradez, cumprindo sempre, com honestidade à toda prova, seus deveres de homem e de funcionário íntegro".[23] No entanto, depois continuou a oferecer serviços privadamente, como elaboração de contratos, testamentos, requerimentos e compromissos de compra e venda.[24]

Foi ainda dono de uma padaria, vendida em 1911,[25] e sócio do estúdio fotográfico Calegari & Cruz, junto com Júlio Calegari, famoso fotógrafo local, empresa da qual se retirou em 1917,[26] tesoureiro do Recreio Aliança (1910),[27] presidente da 2ª Seção Eleitoral Federal (1916),[28] vice-presidente do Tiro de Guerra (1917),[29] diretor da Liga Pró-Pátria e Aliados (1917),[30] um dos fundadores e membro da Comissão de Propaganda do Centro Republicano (1922),[31] e imperador da Festa do Divino (1937).[32] Casado com Francisca da Silva[33] e depois com Ana Ferreira[34] e Emília dos Santos, deixou os filhos José Fernando,[35] Carmita,[36] Adauto Filho,[37] Celyra[38] Alcides[39] e Gessy (Jessie).[40]

Referências

  1. a b c "Major Adaucto Cruz". O Brazil, 24/03/1917
  2. "O cidadão Adauto Cruz". A Federação, 10/05/1904
  3. "Foi nomeado". O Brazil, 20/11/1912
  4. "Edital". O Brazil, 20/06/1913
  5. "Intendencia de Caxias". O Brazil, 13/12/1913
  6. "Guarda Nacional", O Brazil, 04/07/1914
  7. "Caxias, 25". A Federação, 03/05/1915
  8. "Cronaca locale". Città di Caxias, 14/06/1915
  9. "Notícias". O Brazil, 26/08/1916
  10. "Administração Municipal". O Brazil, 29/06/1918
  11. "Vice Intendente". Città di Caxias, 30/06/1918
  12. a b "Em Caxias". A Federação, 02/12/1918
  13. "Coronel Penna de Moraes". O Brazil, 07/12/1918
  14. "Exposição preparatoria da 4ª Exposição nacional do Milho". O Brazil, 27/07/1918
  15. "Hospede Illustre". Cità di Caxias, 14/07/1918
  16. "A Embaixada Italiana". Cità di Caxias, 15/08/1918
  17. "A influenza hespanhola". Cità di Caxias, 04/11/1918
  18. "Embellezamento da Praça Dante". O Brazil, 12/10/1918
  19. "Caixa de Depositos Populares". O Brasil, 12/11/1921
  20. "Thesouraria Municipal". O Brasil, 10/04/1924
  21. "Protesto de Nota Promissoria". O Brasil, 26/04/1924
  22. "Fôro". O Momento, 20/09/1934
  23. "Aposentado o notário sr. Adauto Cruz". O Momento, 10/07/1939
  24. "Adaucto J. da Cruz - notário aposentado". O Momento, 07/09/1939
  25. "Ao publico". O Brazil, 01/04/1911
  26. "Declarações". O Brazil, 15/12/1917
  27. "Em sessão de assembléa geral". A Federação, 26/03/1910
  28. "O cidadão Adaucto Cruz". O Brazil, 19/04/1920
  29. "Tiro caxias nº 248". O Brazil, 04/11/1917
  30. "Liga pró-Patria e Alliados". O Brazil, 23/11/1917
  31. "Centro Republicano de Caxias". O Brasil, 12/11/1922
  32. "Festa do Divino". O Momento, 03/05/1937
  33. "Missa". Cità di Caxias, 14/12/1919
  34. "Enferma". O Brazil, 01/07/1922
  35. "Participação de nascimento". A Federação, 24/03/1926
  36. "Anniversario". O Brazil, 18/11/1916
  37. "Registro aureo". Correio do Município, 07/04/1909
  38. "Caxias Social". O Momento, 12/09/1935
  39. "Falecimentos". O Momento, 10/04/1943
  40. "Aniversarios". O Momento, 09/08/1934

Ver também[editar | editar código-fonte]