Albatrellus subrubescens

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaAlbatrellus subrubescens

Classificação científica
Reino: Fungi
Divisão: Basidiomycota
Classe: Agaricomycetes
Ordem: Russulales
Família: Albatrellaceae
Género: Albatrellus
Espécie: A. subrubescens
Nome binomial
Albatrellus subrubescens
(Murrill) Pouz. (1972)

Albatrellus subrubescens é uma espécie de fungo da ordem Russulales.

Taxonomia e filogenia[editar | editar código-fonte]

A espécie foi descrita pela primeira vez na literatura científica pelo micologista norte-americano William Murrill, que a encontrou na Flórida em 1940 e batizou-a de Scutiger subrubescens;[1] em 1947 ele transferiu o fungo para o gênero Polyporus.[2] Josiah Lincoln Lowe depois identificou a espécie como sendo Albatrellus confluens.[3] Em 1965, Zdeněk Pouzar coletou amostras na antiga Tchecoslováquia, e descreveu como uma nova espécie (Albatrellus similis), não tendo naquele momento conhecimento da semelhança com os espécimes achados por Murrill na Flórida.[4] Estudos posteriores revelaram que A. similis é idêntico ao Scutiger subrubescens de, e o epíteto foi transferido para Albatrellus.[5] Em 1974, Pouzar reconheceu que o Albatrellus confluens de Lowe era uma espécie distinta de A. subrubescens.[6] O epíteto específico subrubescens é derivado do latim: sub ("em") e rubescens ("crescer vermelho").[7]

Quatro espécies de Albatrellus foram incluídas em uma ampla análise filogenética da ordem Russulales publicada em 2003. Com base nas suas sequências de DNA ribossômico, as quatro espécia formam um clado, ou grupo monofilético (isto é, eles derivam de um único ancestral). Das quatro espécies testadas, A. ovinus foi mais intimamente relacionada com A. subrubescens. O poliporo Wrightoporia lenta (espécie tipo do gênero Wrightoporia) ocorreu em um único ramo basal ao clado Albatrellus, o que implica que se tratava de um ancestral mais antigo a partir do qual as espécies de Albatrellus foram derivadas.[8]

Descrição[editar | editar código-fonte]

O píleo de A. subrubescens mede de 6 a 14,5 centímetros de diâmetro, com um tronco em posição central, excêntrica, ou raramente lateral. Inicialmente, o chapéu é convexo com uma margem envolvente, e que se achata com o passar do tempo. A margem do píleo pode ser dobrada ou plana. A superfície do chapéu em espécimes jovens é lisa, mas logo fica intimamente achatada para baixo, como manchas, o que pode se transformar em escamas a medida que o fungo envelhece. Nos espécimes jovens a margem do chapéu é branca, marrom e violeta no centro, mais tarde torna-se laranja-acastanhado ou marrom ocre. Alguns exemplares podem ser cobertos com fibrilas negro-cinza a cinza-roxo.

Distribuição e habitat[editar | editar código-fonte]

Espécimes de A. subrubescens são geralmente solitários, mas às vezes vários corpos de frutificação (geralmente entre dois e oito) ficam grudados pelas bases tronco ou nas laterais de seus limites. É estritamente terrestre, nunca encontrado na madeira. A espécie tem sido relatada a partir de uma variedade de locais na Europa Central, América do Norte. No oeste da América do Norte, a sua distribuição inclui Arizona, Alberta, Califórnia, Territórios do Noroeste e Washington; a distribuição se estende ao sul para o México (Chiapas). Também é encontrado na região da costa do golfo, da Flórida até o Texas. Na Ásia, foi recolhido a partir da China (Yunnan e Tibete), e Japão (como A. Cantharellus). Ele prefere a crescer em florestas de pinho, mas tem sido ocasionalmente associado com abetos. Ginns, relatando uma comunicação pessoal com David Arora, escreve que Arora "encotrou vários aglomerados de basidiomas em uma área de meio hectare coberta principalmente por uma mistura de Pinus attenuata, manzanita, huckleberry, e mandrones esparsos".

Compostos bioativos[editar | editar código-fonte]

Albatrellus subrubescens contém o composto bioativo scutigeral, que tem atividade antibiótica. Substância química que também é encontrada na espécie relacionada A. ovinus.[9] O scutigeral interage seletivamente no receptor de dopamina D1 (o receptor de dopamina mais abundante no sistema nervoso central, que regula o crescimento e o desenvolvimento neuronal, mediando algumas respostas comportamentais).[10] Uma publicação de 1999 sugeriu que o scutigeral tenha atividade agonista nos receptores vaniloides (um receptor encontrado em nervos sensitivos do corpo humano), especificamente por ter influenciado a absorção de cálcio em neurônios do gânglio da região dorsal da medula espinhal de ratos.[11] No entanto, um estudo de 2003 não encontrou qualquer atividade farmacológica.[12]

Referências

  1. Murrill WA. (1940). «Additions to Florida fungi 5». Bulletin of the Torrey Botanical Club. 67 (4): 275–81. JSTOR 2481174. doi:10.2307/2481174 
  2. Murrill WA. (1947). «Florida polypores». Lloydia. 10: 242–80 
  3. Overholts LO. (1953). The Polyporaceae of the United States, Alaska, and Canada'. [S.l.]: University of Michigan Press 
  4. Pouzar Z. (1966). «A new species of the genus Albatrellus (Polyporaceae)». Folia Geobotanica & Phytotaxonomica. 1 (3): 274–6. JSTOR 4179779 
  5. Pouzar Z. (1972). «Contribution to the knowledge of the genus Albatrellus (Polyporaceae). I. A conspectus of species of north temperate zone». Česká Mykologie. 26 (4): 194–200 
  6. Pouzar Z. (1974). «An observation on Albatrellus subrubescens (Polyporaceae)» (PDF). Folia Geobotanica & Phytotaxonomica. 9 (1): 87–94 [ligação inativa]
  7. Headrick D, Gordh G. (2001). A Dictionary of Entomology. Wallingford, UK: CAB International. p. 792. ISBN 0-85199-655-8 
  8. Larsson E, Larsson K-H. (2003). «Phylogenetic relationships of russuloid Basidiomycetes with emphasis on aphyllophoralean taxa». Mycologia. 95 (6): 1037–65. JSTOR 3761912. PMID 21149013. doi:10.2307/3761912 
  9. Cole RJ. (2003). Handbook of Secondary Fungal Metabolites. 2. Boston, Massachusetts: Academic Press. p. 607. ISBN 0-12-179462-8 
  10. Dekermendjian K, Shan R, Nielsen M, Stadler M, Sterner O, Witt MR. (1997). «The affinity to the brain dopamine D1 receptor in vitro of triphenyl phenols isolated from the fruit bodies of Albatrellus ovinus». European Journal of Medicinal Chemistry. 32 (4): 351–6. doi:10.1016/S0223-5234(97)89088-5 
  11. Szallasi A, Biro T, Szabó T, Modarres S, Petersen M, Klusch A, Blumberg PM, Krause JE, Sterner O. (1999). «A non-pungent triprenyl phenol of fungal origin, scutigeral, stimulates rat dorsal root ganglion neurons via interaction at vanilloid receptors». British Journal of Pharmacology. 126 (6): 1351–8. PMC 1565912Acessível livremente. PMID 10217528. doi:10.1038/sj.bjp.0702440 
  12. Ralevic V, Jerman JC, Brough SJ, Davis JB, Egerton J, Smart D. (2002). «Pharmacology of vanilloids at recombinant and endogenous rat vanilloid receptors». Biochemical Pharmacology. 65 (1): 143–51. PMID 12473388. doi:10.1016/S0006-2952(02)01451-X 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Ícone de esboço Este artigo sobre fungos é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.