Albras

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Albras
Razão social Albras Aluminio Brasileiro S/A
Empresa de capital fechado
Atividade Alumínio
Fundação 1985 (39 anos)
Sede Barcarena,  Brasil
Proprietário(s) Norsk Hydro (51%)

NAAC (49%)

Empregados 2.400
Produtos Produtos de alumínio
Website oficial [1]

A Alumínio Brasileiro (Albras) é a maior produtora de alumínio primário no Brasil e, desde 1985, alimenta os mercados interno e externo com lingotes de alumínio. [1] A Hydro é a principal acionista da empresa, com 51% das ações dessa joint venture. O outro acionista é a NAAC - Nippon Amazon Aluminium Co. Ltd., formada por um consórcio de empresas japonesas, tradings, consumidores e fabricantes de produtos de alumínio. [2]

A empresa foi reconhecida como uma das três maiores dos setores de metalurgia e siderurgia por dois anos consecutivos no ranking "Empresas Mais" do jornal "O Estado de São Paulo". [1]Localizada em Barcarena, no Pará, possui cerca de 2,4 mil empregados diretos e indiretos, e 70% da sua produção é voltada para o abastecimento do mercado interno. [2]

História[editar | editar código-fonte]

Em 1977, foi criada a NAAC – Nippon Amazon Aluminium Company, formada por 32 empresas privadas (60%) e o governo japonês (40%). Em razão dos altos custos da energia elétrica no Japão, o governo do país buscou promover investimentos internacionais na área de alumínio, que não era mais produzido no país, embora fosse um dos maiores consumidores mundiais.[3]

Em fevereiro de 1978, o governo brasileiro criou o Programa Especial de Desenvolvimento Regional e da Infraestrutura do Complexo Alumínico Albrás-Alunorte. Em dia 20 de junho de 1978, foram assinados diversos acordos pela Companha Vale do Rio Doce, Valenorte, Albrás, Alunorte e NAAC.[3]

Foram assinados contratos de transferência de tecnologia, de assistência técnica industrial e de licenciamento de patentes entre a a Albrás e a Mitsui Aluminium, uma das acionistas da NAAC.[3]

Foi a planejada a construção da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, tendo em vista que a indústria de alumínio demanda alto consumo de energia. A usina começou a operar em 1984.[3]

O Projeto da Albras foi criado como uma associação entre a CVRD (51%) e a NAAC (49%) para a produção de alumínio. A construção teve início em 1981, tendo sido escolhido o município de Barcarena, às margens do rio Tocantins, na baía de Marajós, em razão de sua localização estratégica para construção de um porto e da proximidade da capital.[3]

A fábrica deveria ser suprida com a alumina produzida pela Alunorte.[3]

A primeira linha de produção da Albras foi inaugurada em 1985, com a implantação final em 1991.[3]

Em 2011, a Vale anunciou a conclusão da transação com a Norsk Hydro ASA (Hydro) para transferir todas as suas participações na Albras - Alumínio Brasileiro, Alunorte - Alumina do Norte do Brasil e Companhia de Alumina do Pará (CAP). A Vale também criou a empresa Mineração Paragominas (Paragominas) e transferiu a mina de bauxita de Paragominas e todos os seus demais direitos minerários de bauxita do Brasil. A Vale vendeu 60% da Paragominas à Hydro e os outros 40% foram vendidos até 2016.[4]

Operação[editar | editar código-fonte]

A Albras está inserida na cadeia produtiva de alumínio da Hydro, que começa com a extração da bauxita em Paragominas, no Pará. Depois de extraído, o material é transportado, moído, lavado e tem seu tamanho reduzido até virar uma polpa, que é transportada por um mineroduto de 244 km de extensão, chegando à refinaria Hydro Alunorte, em Barcarena, também no Pará. [5]Lá, a bauxita passa por um refino para se obter a alumina, a matéria-prima do alumínio. Após os processos de aquecimento e filtragem, a alumina se torna um pó branco e seco.[6]

É essa alumina que segue para a Albras, onde passa por um processo eletrolítico, que combina eletricidade e carbono dentro de fornos. Após as reações químicas, o alumínio é obtido em forma líquida a uma temperatura de cerca de 960ºC, que, após ser retirado dos fornos, está pronto para ser vazado e solidificado em formato de lingotes. [7]

Em 2021, a Albras também recebeu a certificação internacional Aluminium Stewardship Initiative (ASI), atestando que o alumínio na empresa respeita a padrões de qualidade, além de ser produzido de forma responsável e sustentável. [8]

Ligas de fundição[editar | editar código-fonte]

Além do metal líquido e dos lingotes de alumínio na sua maioria na especificação da liga P1020, a Albras também produz a liga PFA (Primary Foundry Alloy) em forma de lingotes, as ligas P0610, P1015 e Barramentos. [9]A liga PFA ou Liga de Alumínio Primário é um produto criado especialmente para atender à indústria automotiva, desenvolvido a partir do metal primário P0610, com adição de quatro elementos: silício, magnésio, estrôncio e titânio. O P0610 e o P1015 são produtos que possuem maior pureza.[10]

Sustentabilidade[editar | editar código-fonte]

A Albras realiza diversos trabalhos sociais em parceria com as comunidades locais de Barcarena. A empresa desenvolve iniciativas que priorizam estratégias de atuação global e local, como o Sustentar Barcarena, Todos Pelo Trabalho, [11]Ativa Barcarena,[12]Embarca Amazônia[13],Travessia Barcarena[14],Gastronomia do Amanhã[15] e Tipitix[16].

Junto às empresas Hydro Rein e Atlas Renewable Energy, a Albras formou uma joint venture e está desenvolvendo um projeto de energia solar no Brasil, a Usina Solar Boa Sorte, no estado de Minas Gerais. A construção teve início em 2022, e as operações devem começar no final de 2023. A central solar de Boa Sorte, com investimentos totais de US$320 milhões, terá uma capacidade prevista para gerar 438 MW de energia.[17]

Em busca de melhor gerenciamento dos recursos energéticos, além da construção e do desenvolvimento do projeto, a Albras assinou um contrato de compra anual de energia para um fornecimento anual de 815 GWh de energia entre 2025 e 2044. O acordo cobre 12% da receita anual da Albras consumo de energia.[18]

Em relação ao Revestimento Gasto de Cuba (RGC), um rejeito originado em um dos primeiros processos de produção do alumínio, a Albras realiza o estoque em galpões controlados para, então, fornecê-lo como matéria-prima de cimento. A empresa busca estocar no máximo 2 mil toneladas de RGC até 2025.[19]

Atualmente, a companhia possui oito empresas habilitadas para receber o RGC, e já foram processadas cerca de 300 mil toneladas do resíduo. O estudo para o desenvolvimento dessa alternativa de uso, em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), teve início em 1995.[20]

A Albras recebeu pelo 5º ano consecutivo a certificação Ouro no Programa Brasileiro GHG Protocol, ferramenta que quantifica e gerencia emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). A certificação indica que a empresa preenche pré-requisitos de padrões internacionais sobre gerenciamento ambiental das operações.[21]

Referências

  1. a b «Albras. Produz alumínio de alta pureza que abastece mercados exigentes dentro e fora do Brasil. – BRASMAN». Consultado em 22 de fevereiro de 2023 
  2. a b «.: Gramsci e o Brasil :.». gramsci.org. Consultado em 22 de fevereiro de 2023 
  3. a b c d e f g MANOEL TEIXEIRA LAGE (2009). «O CRESCIMENTO E ATUAÇÃO DA VALE NO MERCADO DE ALUMÍNIO (1991 – 2000)» (PDF) 
  4. OnLine, Valor (28 de fevereiro de 2011). «Vale conclui venda de ativos de alumínio para Norsk Hydro». Economia. Consultado em 5 de fevereiro de 2024 
  5. «ABB fecha contrato com a Hydro para ampliar a automação da mina de bauxita Paragominas». IBRAM. Consultado em 8 de março de 2023 
  6. «How is aluminium made?». www.hydro.com. Consultado em 8 de março de 2023 
  7. Martins, Arlon (1 de janeiro de 2007). «Terminologia da indústria do alumínio». Consultado em 15 de março de 2023 
  8. news, A. S. I. (19 de outubro de 2020). «ASI welcomes ALBRAS as new Production & Transformation member». Aluminium Stewardship Initiative (em inglês). Consultado em 28 de março de 2023 
  9. TS, Portal. «Albras comemora 37 anos com volume recorde de investimentos - Portal TS». www.portalts.com.br. Consultado em 15 de março de 2023 
  10. «ABAL - Associação Brasileira do Alumínio». ABAL - Associação Brasileira do Alumínio. Consultado em 15 de março de 2023 
  11. «Programa oferece capacitação e inserção de mulheres em trabalho no setor industrial de Barcarena, no Pará». G1. Consultado em 12 de abril de 2023 
  12. RedePará. «Projeto Ativa Barcarena está com inscrições abertas para assistência técnica gratuita a agricultores». REDEPARÁ. Consultado em 12 de abril de 2023 
  13. «Embarca promove empreendedorismo e inovação inspirados na Amazônia». www.hydro.com. Consultado em 12 de abril de 2023 
  14. http://www.bredi.com.br, Bredi-. «Fundo de Sustentabilidade Hydro». hydro.sitebeta.com.br. Consultado em 19 de abril de 2023 
  15. RedePará. «5ª edição do projeto Gastronomia do Amanhã abre inscrições gratuitas». REDEPARÁ. Consultado em 19 de abril de 2023 
  16. RedePará. «Rodada de negócios apresenta novos produtos desenvolvidos por comunidades de Barcarena». REDEPARÁ. Consultado em 19 de abril de 2023 
  17. «Albras fecha acordo para projeto de energia solar em Minas Gerais». Energia Hoje. 3 de maio de 2022. Consultado em 19 de abril de 2023 
  18. «Hydro Rein, Atlas Renewable e Albras anunciam projeto solar de US$320 mi em MG». Yahoo Finance. Consultado em 26 de abril de 2023 
  19. ITM, Redação (6 de abril de 2021). «RESÍDUO DA ALBRAS É TRANSFORMADO EM MATÉRIA-PRIMA PARA CIMENTEIRAS». Revista In The Mine. Consultado em 26 de abril de 2023 
  20. Aluminio, Revista (7 de abril de 2021). «Albras amplia coprocessamento de resíduo gerado na produção de alumínio». Revista Alumínio. Consultado em 26 de abril de 2023 
  21. Aluminio, Revista (14 de novembro de 2022). «Albras conquista novamente selo ouro no Programa Brasileiro GHG Protocol». Revista Alumínio. Consultado em 24 de março de 2023