Alcioneu (filho de Antígono II Gónatas)

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 Nota: Se procura o gigante da mitologia grega, veja Alcioneu.
Alcioneu
Nascimento século III a.C.
Morte século III a.C.
Cidadania Macedónia Antiga
Progenitores
Ocupação militar
Causa da morte morto em combate

Alcioneu ou Halcioneu (Alcyoneus ou Halcyoneus) foi um filho bastardo de Antígono II Gónatas, participou, com seu pai e aliado a Esparta, da luta contra Pirro quando este tentou conquistar o Peloponeso, e morreu em batalha, por ser muito ousado.

Família[editar | editar código-fonte]

Seu pai era Antígono II Gónatas,[1][2] filho de Demétrio Poliórcetes e Fila, filha de Antípatro.[3] Ele era irmão de Demétrio, o futuro rei Demétrio II Etólico, sucessor de Antígono Gónatas.[4]

Sua mãe era a cortesã Demo.[1] Segundo Heráclides Lembo, Demo era amante de Demétrio II Etólico, filho de Antígono II Gónatas, mas Antígono II Gónatas também estava apaixonado por ela, e executou Oxítemis, um bajulador de Demétrio Poliórcetes, por ciúmes, além de torturar até a morte várias servas de Demo.[5] De acordo com Plutarco, Demo, também chamada Mania,[6] era uma das prostitutas que serviam a Demétrio Poliórcetes,[7] e era filha de Lamia, outra prostituta e amante de Demétrio Poliórcetes.[8] Ateneu, porém, considera que Demo e Mania eram cortesãs distintas.[1]

Guerra contra Pirro[editar | editar código-fonte]

Pirro invadiu o Peloponeso a pedido de Cleônimo,[9] e usando, como pretexto, libertar as cidades gregas da opressão de Antígono II Gónatas.[10] Após tentar, sem sucesso, conquistar Esparta,[11] e perder seu filho Ptolemeu,[12] Pirro avançou contra Argos, mas encontrou o exército de Antígono II Gónatas acampado, em posição defensiva.[13]

Os argivos enviaram embaixadores a Pirro e a Antígono, pedindo que eles fossem embora e respeitassem a neutralidade de Argos; Antígono aceitou, e ofereceu seu filho como refém para os argivos; Pirro também aceitou, mas, como não deixou nenhum refém, sua proposta foi vista com suspeição.[13]

Durante a noite, Pirro entrou na cidade, ao mesmo tempo que Antígono e seus aliados espartanos e cretenses sob o comando do rei Areu I atacavam os mercenários gauleses a serviço de Pirro.[14] Pirro foi ferido gravemente por uma mulher, que jogou um tijolo que o atingiu na base da espinha,[15] e o soldado Zópiro cortou a sua cabeça.[16]

Alcioneu levou a cabeça de Pirro a seu pai, mas Antígono mandou seu filho embora, batendo-o com seu cajado, chamando-o de ímpio e bárbaro, e chorou, lembrando das desgraças que haviam acontecido com seu pai Demétrio Poliórcetes e seu avô Antígono Monoftalmo, que também haviam sofrido revezes da fortuna.[17]

Alcioneu se redimiu quando encontrou Heleno, filho de Pirro, em um estado deplorável, mas o tratou bem e o trouxe para seu pai, que elogiou a conduta do filho, porém que ele poderia ter feito melhor e trocado a roupa de Heleno.[2]

Morte[editar | editar código-fonte]

Alcioneu morreu em batalha, e, quando Antígono II Gónatas recebeu a notícia, ele não chorou, mas apenas comentou que o filho havia morrido como um soldado corajoso.[18] De acordo com Plutarco, Antígono disse:[19]

Não foi cedo, Alcioneu, que você perdeu sua vida, porque você sempre avançou descuidadamente contra o inimigo, sem se preocupar com sua segurança nem ouvir meus conselhos

De acordo com Andrew Smith, a morte de Alcioneu ocorreu em 265 a.C., quando Antígono II Gónatas derrotou e matou Areu I de Esparta no Istmo.[20]

Referências

  1. a b c Ateneu de Náucratis, O Banquete dos Eruditos, Livro XIII [em linha]
  2. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pirro, 34.5 [em linha]
  3. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Demétrio (Poliórcetes), 53.4 [em linha] [em linha]
  4. Porfírio, citado por Eusébio de Cesareia, Crônicas, 89, Os reis dos macedônios, Dos escritos de Porfírio, o filósofo, nosso adversário
  5. Heráclides Lembo, História, Livro XXXVI, citado por Ateneu de Náucratis, O Banquete dos Eruditos, Livro XIII
  6. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Demétrio (Poliórcetes), 27.9
  7. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Demétrio (Poliórcetes), 26.3
  8. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Demétrio (Poliórcetes), 27.10
  9. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 3.6.3
  10. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pirro, 26.10
  11. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pirro, 30.1
  12. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pirro, 30.4
  13. a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pirro, 31.2
  14. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pirro, 32.2
  15. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pirro, 34.2
  16. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pirro, 34.3
  17. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pirro, 34.4
  18. Cláudio Eliano, Varia Historia, Livro III, Capítulo V, Antígono, vendo seu filho morto, não ficou perturbado [em linha]
  19. Plutarco, Moralia, Consolatio ad Apollonium, 33 [em linha]
  20. Andrew Smith, Ano 265 a.C. [em linha]