Alexya Salvador

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Alexya Salvador
Alexya Salvador
Alexya Salvador em 2017
Dados pessoais
Nascimento 18 de novembro de 1980 (43 anos)
Mairiporã, São Paulo
Nacionalidade Brasileira
Partido PSOL (2018-presente)
Religião Evangélica
Profissão Professora, pastora e ativista

Alexya Evangelista Salvador (Mairiporã, 18 de novembro de 1980)[1] é uma reverenda e transfeminista brasileira.[2][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Alexya cresceu em Mairiporã. De acordo com suas próprias declarações, se identificou como uma pessoa LGBT por anos. Na casa dos vinte anos, percebeu que era uma mulher trans, mas inicialmente só conseguiu se apresentar como homem homossexual por causa de seu pai, que na época rejeitava estilos de vida transgêneros. Aos 28 anos, passou pelo processo de transição de gênero por terapia hormonal. Alexya declara que sua identidade de gênero é transgênera e não transexual.[4]

Aos 18 anos, Alexya fundou um abrigo para moradores de rua que dirigiu por dois anos. Estudou literatura inglesa e portuguesa, educação e teologia. Depois de se formar, Alexya começou a trabalhar como professora de escola pública, que continua até hoje. De acordo com suas próprias declarações, decidiu se tornar professora porque havia sofrido bullying e falta de contato durante seus dias de escola e queria se dar melhor como professora. Além disso, trabalha como alfaiate freelancer e mantém um pequeno estúdio.[5] Alexya também foi vice-presidente da Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH), associação que faz campanha pelos direitos e pela compreensão das famílias homoafetivas. Ela própria é a primeira travesti brasileira a adotar crianças.[6] Duas de suas filhas adotivas são crianças trans.[5][7]

A partir de 2015, foi pastora em treinamento na Igreja da Comunidade Metropolitana de igreja livre.[8] Foi ordenada em 2019, sendo a primeira pessoa trans da América Latina no clero e a primeira mulher trans a ser pastora no Brasil.[9][10][11] Em 2017, Alexya realizou a primeira cerimônia religiosa amigável à população trans em Cuba.[12][13]

Em 2020, foi pré-candidata às eleições municipais pelo PSOL como vice de Sâmia Bonfim.[14] Suas campanhas centraram-se nos direitos LGBT, na educação, na adoção e na luta contra o racismo.[6][15]

Alexya é casada e mora em São Paulo com o marido e os três filhos.[5]

Reconhecimento[editar | editar código-fonte]

Em junho de 2021, um filme documentário intitulado Deus é Mulher estava programado para ser exibido em um evento Docs in Progress durante o Festival de Cannes de 2021. O filme, escrito e dirigido por Bárbara Cunha, aborda a vida e trajetória de Alexya Salvador.[16]

Em janeiro de 2022, no mês da Visibilidade Trans, foi homenageada pelo aplicativo Scruff na qualidade de "mulher trans, preta e periférica, mãe, professora, pastora e militante dos direitos humanos".[17]

Referências

  1. Eleições 2018, Candidatos, Alexya Salvador (Wahlen 2018, Kandidaten, Alexya Salvador), Gazeta Do Povo, 13. November 2018, abgerufen am 23. November 2019
  2. Musskopf, André (7 de janeiro de 2023). «vão fazer des/ordenação" : Reflexões sobre ministérios ordenáveis e possibilidades queer». COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO (2): 23–39. ISSN 2447-2654. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  3. Grisales, Maryuri; Barreto, Renato (2019). «It Is against This God Who Kills That We Are Fighting and Resisting: Interview with Alexya Salvador». Sur - International Journal on Human Rights. 249 páginas. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  4. «Entrevista exclusiva com Alexya Salvador: Pastora trans e pré-candidata a deputada estadual pelo PSOL». Revista Fórum. 18 de julho de 2018. Consultado em 17 de maio de 2021 
  5. a b c «"Eu vivo o desafio de mostrar que a minha feminilidade não é inferior à das outras mulheres"». Projeto Draft. 28 de junho de 2019. Consultado em 17 de maio de 2021 
  6. a b Alexya Salvador: “It is against this God who kills that we are fighting and resisting”, Maryuri Grisales und Renato Barreto, Übersetzung: Barney Whiteoak, International Journal on Human Rights, August 2019, abgerufen am 23. November 2019
  7. «"Fui a 1ª travesti a adotar no Brasil. Hoje, sou mãe de duas meninas trans"». www.uol.com.br. Consultado em 17 de maio de 2021 
  8. Langlois, Jill (19 de agosto de 2021). «Brazil's first transgender pastor: 'All humans have flaws, being trans isn't one of them'». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  9. «"É contra esse Deus que mata que a gente luta e resiste"». Sur - International Journal on Human Rights (em inglês). 12 de agosto de 2019. Consultado em 17 de maio de 2021 
  10. «"Jesus Cristo foi o primeiro trans", diz a 1ª pastora transgênera da América Latina». www.vice.com. Consultado em 17 de maio de 2021 
  11. Montero, Paula; Silva, Aramis Luis; Sales, Lilian (setembro–dezembro de 2018). «Fazer religião em público: encenações religiosas e influência pública». Horizontes Antropológicos: 131–164. ISSN 0104-7183. doi:10.1590/S0104-71832018000300006. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  12. «Communist-ruled Cuba hosts first transgender religious ceremony». NBC News (em inglês). Consultado em 17 de maio de 2021 
  13. «Communist-ruled Cuba hosts first transgender Mass». Reuters (em inglês). 7 de maio de 2017. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  14. «Pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, Sâmia Bonfim, anuncia reverenda trans, Alexya Salvador, como sua vice». Vogue. Consultado em 17 de maio de 2021 
  15. Azevedo, Pedro Costa (2022). «Estratégias de engajamento e ativismo político religioso na Igreja da Comunidade Metropolitana do Rio de Janeiro (ICM-Rio).». Terceiro Milênio: Revista Crítica de Sociologia e Política (02): 37–67. ISSN 2318-373X. Consultado em 19 de agosto de 2023 
  16. «Documentário de Bárbara Cunha estará no Festival de Cannes» [O documentário de Bárbara Cunha estará no Festival de Cannes]. Folha de Pernambuco. 10 de junho de 2021. Consultado em 11 de junho de 2021 
  17. Digital, Máxima (24 de janeiro de 2022). «Aplicativo promove homenagens a personalidades importantes no 'Mês da Visibilidade Trans'». Máxima. Consultado em 20 de agosto de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]