Alfaqueque

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Alfaqueque era a pessoa que tinha por missão tratar do resgate de cativos cristãos (escravos e prisioneiros de guerra) durante a época da reconquista.[1] Tornou-se um cargo de bastante importância depois da tomada de Ceuta. A palavra "alfaqueque" tem origem árabe (alfàkkãk) e significava "emissário", ou "aquele que é encarregado de resgatar cativos".[2]

O alfaqueque era ordenado pelo rei e tinha que ter um bom relacionamento com os árabes, aos olhos dos quais devia ter uma reputação exemplar. O cargo frequentemente passava de pai para filho. Viajavam munidos de um salvo-conduto que lhes permitia circular em território árabe, no entanto tinham que levar uma bandeira branca para se fazerem anunciar.[3][4]

A primeira regulamentação do cargo de alfaqueque na Península Ibérica foi feita nas Sete Partidas durante o reinado de Afonso X.[3]

O alfaqueque devia ter seis qualidades essenciais: ser sincero, não ser ganancioso, conhecer fluentemente a língua do país de destino, não ser hostil, ser corajoso e ter propriedades.[3][5]

Referências

  1. Samuel Astley Dunham (1832). Spain and Portugal, Volume 4. [S.l.]: Longman, Rees, Orme, Brown, Green, & Longman 
  2. Miguel Nimer (2005). Influências orientais na língua portuguesa: os vocábulos árabes, arabizados, persas e turcos: etimologia, aplicações analíticas. [S.l.]: EdUSP. ISBN 9788531407079 
  3. a b c Afonso X (2001). Samuel Parsons Scott, Robert Ignatius Burns, ed. Sete Partidas. [S.l.]: University of Pennsylvania Press. ISBN 9780812217391 
  4. Denis Menjot. Murcie castillane: une ville au temps de la frontière : (1243-milieu du XVe s.). [S.l.: s.n.] 
  5. John Edwards (2000). The Spain of the Catholic Monarchs, 1474-1520. [S.l.]: Wiley-Blackwell. ISBN 9780631221432