Alhaitame ibne Ubaide Alquilabi

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Alhaitame ibne Ubaide Alquilabi
Ocupação Governador do Alandalus
Religião Islamismo

Alhaitame ibne Ubaide Alquilabi[a] ou Alquinani[1] (em árabe: الهيثم بن عبيد الكناني‎; romaniz.:al-Haitham ibn ʿUbaid al-Kilābī) foi uale do Alandalus em 729[2] ou entre 729 e 730.[3]

Vida[editar | editar código-fonte]

Alhaitame sucedeu Otomão ibne Abi Niça Alcatami em abril de 729. De acordo com a Crônica Moçárabe (754), que o chama de Aleitano (em latim: Alleitanus),[4] governou por um ano. A Crônica Profética (883) dá a ele um prazo mais preciso de dez meses, enquanto ibne Habibe (878/9) dá a ele um prazo mais curto de quatro meses.[5] O historiador árabe do século XVII Almacari alegou com que ele governou até março de 731, um ano a mais do que qualquer outra fonte.[6]

De acordo com a Crônica Moçárabe, que é de longe a fonte mais antiga, Alhaitame foi nomeado pelo governador da Ifríquia para substituir Otomão.[4] Seu mandato, caracterizado como "conturbado" pelo cronista, culminou numa tentativa de golpe de Estado:

Depois de Alhaitame ter governado em um estado conturbado por dez meses, descobriu - não sei por qual ofício - que alguns árabes desejavam removê-lo do poder. Ele os capturou e eventualmente extraiu com chicotes os vários detalhes da rebelião. Depois de torturá-los, cortou suas cabeças, como havia sido secretamente ordenado por seus colegas do outro lado do mar.[7]

Os parentes de alguns dos executados apelaram para o governador da Ifríquia, que "poucos dias depois" enviou um certo Maomé com autorização para substituir Alhaitame por Abderramão ibne Abedalá Algafiqui, que já havia servido como governador interino em 720/1. De acordo com ibne Alatir, Alhaitame morreu no cargo em fevereiro ou março de 730 e foi substituído por Algafiqui, mas a Crônica Moçárabe é mais confiável aqui.[4] Relata que Algafiqui não pôde ser encontrado imediatamente e então Maomé "não muitos dias depois" prendeu Alhaitame e o trouxe de volta com ele à Ifríquia. Ele foi sucedido por Maomé ibne Abedalá Alaxjai.[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Otomão ibne Abi Niça Alcatami
Uale do Alandalus
729
Sucedido por
Maomé ibne Abedalá Alaxjai

Notas[editar | editar código-fonte]

[a] ^ O nisba Alquilabi significa "dos quilabitas". O nome de seu pai é dado como Ubaide, Ufair[1] e Abide.[5]

Referências

  1. a b James 2012, p. 59.
  2. Herbers 2006, p. 351.
  3. Latham 1960, p. 493.
  4. a b c Collins 1989, p. 85.
  5. a b Christys 2003, p. 241.
  6. Collins 1995, p. 300.
  7. a b Wolf 1999, p. 115.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Christys, Ann (2003). «The Transformation of Hispania after 711». In: Hans Werner Goetz, Jörg Jarnut and Walter Pohl. Regna and Gentes: The Relationship between Late Antique and Early Medieval Peoples and Kingdoms in the Transformation of the Roman World. Leida: Brill. pp. 219–241 
  • Collins, Roger (1989). The Arab Conquest of Spain 710-797. Oxônia: Imprensa da Universidade de Oxônia. ISBN 0-631-19405-3 
  • Collins, Roger (1995). Early Medieval Spain: Unity in Diversity, 400–1000. Nova Iorque: Imprensa St. Martin 
  • Herbers, Klaus (2006). Geschichte Spaniens im Mittelalter: vom Westgotenreich bis zum Ende des 15. Jahrhunderts. Estugarda: W. Kohlhammer 


  • James, David (2012). A History of Early al-Andalus: The Akhbār majmūʿa. A Study of the Unique Arabic Manuscript in the Bibliothèque Nationale de France, Paris, with a Translation, Notes and Comments. Londres e Nova Iorque: Routledge 
  • Latham, J. D. (1960). «al-Andalus: (vi) General Survey of the History of al-Andalus». In: Gibb, H. A. R.; Kramers, J. H.; Lévi-Provençal, E.; Schacht, J.; Lewis, B. & Pellat, Ch. The Encyclopaedia of Islam, New Edition, Volume I: A–B. Leida: Brill. pp. 492–497. OCLC 495469456 
  • Wolf, Kenneth Baxter (1999). Conquerors and Chroniclers of Early Medieval Spain. Liverpool: Imprensa da Universidade de Liverpool. ISBN 0-85323-554-6