Ali ibne Abedalá ibne Alabás

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Ali ibne Abedalá ibne Alabás ibne Abedal Motalibe (em árabe: علي بن عبد الله بن العباس بن عبد المطلب; romaniz.:Ali ibn Abdallah ibn al-Abbas ibn Abd al-Muttalib; ca. 661–ca. 736) foi um ancestral dos abássidas. Era neto de Alabás ibne Abedal Motalibe e avô dos primeiros dois califas abássidas Açafá e Almançor.

Vida[editar | editar código-fonte]

Ali era o filho mais novo de Abedalá ibne Alabás, primo do profeta Maomé, e Zurá binte Misrá, filha de um dos "quatro reis" dos quinditas.[1][2] Segundo a tradição, nasceu na noite exata em que ocorreu o assassinato de Ali (falecido em 661), mas também existem fontes alternativas que contestam o ano de seu nascimento.[3][4] Já adulto, acabou entrando em conflito com o governo omíada durante o reinado de Ualide I (r. 705–715), que ordenou que fosse açoitado e banido da capital Damasco. Posteriormente, se mudou para a província de Axarate, na fronteira entre a Palestina e Arábia, e fixou residência na vila de Humaima, estabelecendo aquele lugar como o novo quartel-general da família abássida. Morreu em Humaima em 735-6 ou no ano seguinte, quando seu filho Maomé já havia assumido a liderança da família e do esforço de propaganda abássida.[3][5][6]

Características e filhos[editar | editar código-fonte]

Ali é descrito como um homem bonito, de grande estatura e complexão clara, com cabelos tingidos de preto, barba comprida e careca escondida por um boné. Era considerado extremamente piedoso e dizia-se que orava constantemente, e nos círculos ortodoxos acabou sendo conhecido pelo sobrenome de "Açajide" (que significa aquele que se prostrava habitualmente).[3][7][2] Alegadamente foi pai de mais de vinte filhos do sexo masculino durante sua estada em Humaima.[8] Seu filho mais proeminente foi Maomé, que se tornou uma das principais figuras da causa abássida e pai dos futuros califas Açafá e Almançor. Outros de seus descendentes, incluindo Issa,[9] Daúde,[10] Solimão,[9] Abedal Samade, Sale, Ismail e Abedalá,[11] que foram participantes ativos na Revolução Abássida, e vários deles continuaram a desempenhar um papel proeminente nas primeiras décadas do Califado Abássida.

Referências

  1. Elad 2005, p. 311-12.
  2. a b Yarshater 1985–2007, v. 39: p. 54.
  3. a b c Zetterstéen 1960, p. 381.
  4. ibne Calicane 1843, p. 217.
  5. Kennedy 1993, p. 396.
  6. ibne Calicane 1843, p. 217 ff.
  7. ibne Calicane 1843, p. 216, 219, 220.
  8. ibne Calicane 1843, p. 220.
  9. a b Yarshater 1985–2007, v. 28: p. 56.
  10. Yarshater 1985–2007, v. 27: p. 195.
  11. Yarshater 1985–2007, v. 27: p. 150.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Elad, Amikam (2005). «Mawali in the composition of al-Ma'mun's army: a non-Arab takeover?». In: Bernards, Monique; Nawas, John. Patronate and Patronage in Early and Classical Islam. Leida & Boston: Brill. pp. 278–325. ISBN 978-90-04-14480-4 
  • ibne Calicane, Xameçadim Abu Alabás Amade ibne Maomé (1843). Ibn Khallikan's Biographical Dictionary, Vol. II. Trans. Baron Mac Guckin de Slane. Paris: Oriental Translation Fund of Great Britain and Ireland 
  • Kennedy, Hugh (1993). «Muhammad b. 'Ali b. 'Abd Allah». In: Bosworth, C. E.; van Donzel, E.; Heinrichs, W. P. & Pellat, Ch. The Encyclopaedia of Islam, New Edition, Volume VII: Mif–Naz. Leida: E. J. Brill. 396 páginas. ISBN 978-90-04-09419-2 
  • Yarshater, Ehsan (1985–2007). The History of al-Ṭabarī (40 vols). SUNY Series in Near Eastern Studies. Albânia, Nova Iorque: Imprensa da Universidade Estadual de Nova Iorque. ISBN 978-0-7914-7249-1 
  • Zetterstéen, K. V. (1960). «Ali b. 'Abd Allah b. al-'Abbas». In: Gibb, H. A. R.; Kramers, J. H.; Lévi-Provençal, E.; Schacht, J.; Lewis, B. & Pellat, Ch. The Encyclopaedia of Islam, New Edition, Volume I: A–B. Leida: E. J. Brill. 381 páginas. OCLC 495469456