Amadu Traoré

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Amadu Traoré (em francês: Amadou Traoré) era um nobre senufô do século XIX, ativo no Reino de Quenedugu durante o reinado do fama Babemba (r. 1893–1898).

Vida[editar | editar código-fonte]

Amadu era filho de Tiebá (r. 1866–1893).[1] Com a morte de seu pai, ele, seus irmãos e Fatotoma fizeram oposição à nomeação de seu tio Babemba como sucessor.[2] Por sua obstinada oposição, foi despojado de todos os seus cativos e teve permissão apenas de ficar com suas esposas e 20 sofás.[3] Em 1896, lutou na expedição mal-sucedida contra os gualas e depois na bem-sucedida contra a vila de Mussodugu, ao norte do país dos turcas.[4] Em 1898, lutou ao lado de Babemba no Cerco de Sicasso conduzido pelos franceses e comandou 2 500 homens com Fô no nordeste da cidade, defrontando a artilharia, a partir de um posto de observação.[5]

Após a queda de Sicasso em 1 de maio, foi com Fô e suas tias Funé e Uassa para junto de Samori Turé do Império de Uassulu.[6] Fô e Amadu se junta a Samori em Coiaradugu, a sudeste de Seguela, onde são recebidos por ele com bois e nozes-se-cola como presentes.[7] Eles relatam a queda de Sicasso e o suicídio de Babemba a Samori.[8] Eles lutam nas sangrentas batalhas de Dué (19-20 de julho), que termina com a vitória de Samori e Zo, que foi um fracasso e obrigou-o a ordenar o cessar-fogo e se retirou; no segundo confronto Fô e Amadu permaneceram no campo de Samori a cerca de 5 quilômetros atrás do campo de batalha.[9]

Cansados da vida errante e incerta, Fô e Amadu informam Samori através de um de seus filhos, Malinquê Mamadi, que aposentar-se-iam; não o fizeram pessoalmente por medo da reação do almani. Partiram em direção ao campo francês do outro lado do rio Diugu e se submetem ao julgo europeu. Seu pedido foi aceito, seus sofás foram desarmados e mortos e suas armas, com exceção de rifles modelo 1886, foram destruídas. Após estadia de 10 dias na base de Beila, o líder de Lartigue ordenou que fossem presos em Tombuctu por 5 anos. Em 1905, foram libertados e retornaram a Sicasso, onde a população os recebeu entusiasticamente.[9]

Referências

  1. Colheaux 1924, p. 134.
  2. Colheaux 1924, p. 151.
  3. Colheaux 1924, p. 151-152.
  4. Colheaux 1924, p. 154.
  5. Colheaux 1924, p. 161.
  6. Colheaux 1924, p. 134, nota 1.
  7. Colheaux 1924, p. 166.
  8. Colheaux 1924, p. 166-167.
  9. a b Colheaux 1924, p. 167.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Colheaux, Par A. (1924). «Contribution a L'Étude de L'Histoire de L'Ancien Royaum de Kénédougou (1825-1898)». Comitê de Estudos históricos e científicos da África Ocidental Francesa. Boletim do Comitê de Estudos históricos e científicos da África Ocidental Francesa. 1–4