Amocim Leite

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Amocim Leite
Prefeito de São Mateus[1]
Período 1 de janeiro de 1993
a 31 de dezembro de 1996
Vice-Prefeito Lemoel Luiz de Oliveira
Antecessor(a) Pedro dos Santos Alves
Sucessor(a) Rui Baromeu
Prefeito de São Mateus[2]
Período 1 de fevereiro de 1983
a setembro de 1985
Vice-Prefeito Wallas Batista de Oliveira
Antecessor(a) Tulio Paris
Sucessor(a) Wallas Batista de Oliveira
Prefeito de São Mateus[3]
Período 1 de fevereiro de 1973
a 1976
Vice-Prefeito Jackson Mendonça Bahia
Antecessor(a) Danilo Pirola Lyrio
Sucessor(a) Jackson Mendonça Bahia
Vereador de São Mateus [4]
Período 1 de fevereiro de 1963
a 12 de janeiro de 1967
Dados pessoais
Nascimento 1931 (93 anos)[5]
São Mateus, Espírito Santo
Morte 24 de maio de 2011[5]
Vitória, Espírito Santo
Partido Movimento Democrático Brasileiro e
Partido Trabalhista Brasileiro[5]

Amocim Leite (São Mateus, 1931Vitória de 25 de maio de 2011), foi um político brasileiro, eleito vereador por dois mandatos e prefeito de São Mateus por três. É reconhecido como uma das figuras mais emblemáticas e folclóricas da política mateense, sendo o primeiro afro-brasileiro a eleger-se prefeito no munício. Seus mandatos caracterizaram-se por obras de infraestrutura voltadas em especial para os cidadãos de baixa renda. Diabético, morreu em decorrência de complicações relativa à doença. Seu corpo foi sepultado no Cemitério de São Mateus.[6] Um ano antes da sua morte foi lançado um livro com sua biografia, pelo autor Eliezer Nardoto.[7]

Carreira Política[editar | editar código-fonte]

Mandatos como vereador e primeiro mandato com prefeito

Amocim iniciou sua carreira política como vereador de São Mateus na década de 1950, sendo reeleito para um segundo mandato para os anos de 1963 e 1967.[6][8] Filiado ao Movimento Democrático Brasileiro, disputa e vence as eleições de 1972, tendo Jackson Mendonça Bahia como vice, sendo o primeiro prefeito negro da história de São Mateus. Sua administração foi marcada por obras voltadas para os mais pobres. O seu primeiro projeto de lei encaminhado à câmara foi um pedido de autorização para compra de um trator de esteira, pois, à época, a população rural era maioria e o atendimento ao interior era precário. O segundo projeto foi para a compra de uma ambulância. Construiu o Pronto Socorro Municipal, com a finalidade de atender a população carente que deixava o campo e iniciava a formação das favelas da cidade. A condição de semi-analfabeto e negro, numa cidade cujo preconceito racial ainda se mantinha forte, levou as lideranças políticas locais a se oporem contra o prefeito. Mergulhado numa grave crise política, em meados de 1976 a Câmara de Vereadores cassou o seu mandato político, alegando uma série de irregularidades administrativas.[3] À época de sua posse, a cidade ainda não tinha se livrado totalmente de sua condição escravocrata e o preconceito racial era tão forte que a um negro não era permitida a entrada nos clubes sociais, principalmente no Clube Ouro Negro. Amocim tomou posse exatamente nesse clube e foi o primeiro a frequenta-lo.[3]

Segundo mandato com prefeito
Em seu segundo mandato, Amocim reformou alguns casarões do Porto.

Eleito pela segunda vez e tomando posse em 01 de fevereiro de 1983, Amocim foi obrigado a enfrentar como adversário seu próprio vice-prefeito, Wallas Batista de Oliveira. Nesse mandato, destaca-se a restauração do Porto, com a restauração dos casarões gemiados que foram adaptados para o funcionamento de uma escola. Esta obra foi executada com recursos da própria municipalidade. Também nessa administração, Amocim adquiriu e reformou o prédio onde atualmente funciona o anexo da prefeitura. Com pouco mais de dois anos de mandato a câmara, novamente, o afastou, empossando em seu lugar seu vice.[2]

Terceiro mandato com prefeito

Tendo em vista as cassações dos seus mandatos anteriores e estando na disputa eleitoral o seu a arqui-inimigo Wallas Batista de Oliveira, Amocim teve grandes dificuldades para manter seu nome como candidato a prefeito. A disputa eleitoral estava polarizada entre esses dois candidatos e uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral, cassou sua candidatura. Porém, para surpresa de seu adversário, a saída de Amocim da disputa não fazia crescer as intenções de voto do eleitorado a se favor e sim para um terceiro candidato, o jovem desportista Carlos Alberto Lyrio. Faltando poucos dias para o pleito, uma nova decisão surpreendeu a cidade. Uma liminar do TRE permitiu seu retorno como candidato. O resultado da eleição foi amplamente favorável a Amocim, ficando Wallas em segundo lugar. Dias antes de ser diplomado prefeito, Fui surpreendido, juntamente com o povo de São Mateus por uma decisão inusitada do TRE, que decidiu anular o resultado da eleição, diplomando como prefeito Wallas Batista de Oliveira e como vice-prefeito, Rui Carlos Baromeu Lopes. Dias antes da posse de Wallas e Baromeu, populares armados com revólveres, carabinas e bombas de fabricação caseira invadiram o prédio da prefeitura exigindo a posse do prefeito eleito pelo povo. Diante do apoio de todos os seguimentos da sociedade local, o TRE concedeu uma liminar dando posse ao prefeito eleito nas urnas.[1]

Amocim tomou posse em 1 de janeiro de 1993 e cumpriu integralmente seu terceiro mandato como prefeito. Como obras marcantes de sua administração, podem ser citados o asfaltamento das ruas do centro da cidade, calçamento da maioria das ruas do bairro Vila Nova, calçamento de algumas ruas dos bairros Guriri, Santo Antônio, Sernamby, Boa Vista e Cacique. Concluiu a estrada para Barra Nova e implantou vários quilômetros de eletrificação rural. Fez a ampliação do prédio do Pronto Socorro e construiu várias unidades de saúdes em muitos bairros. Implantou rede de esgoto nos bairros Aroeira e SEAC com estação de tratamento. Também beneficiou os bairros Morada do Ribeirão e Bonsucesso II com este serviço. Implantou o serviço de água tratada em Santa Leocádia e Santa Maria. Substituiu a iluminação a vapor de mercúrio das principais ruas da cidade por iluminação a vapor de sódio.[1]

Referências

  1. a b c Eliezer Nardoto (1999). História de São Mateus. Terceiro mandato de Amocim Leite. único 1ª ed. São Mateus: EDAL. p. 137. 463 páginas 
  2. a b Eliezer Nardoto (1999). História de São Mateus. Segundo mandato de Amocim Leite. único 1ª ed. São Mateus: EDAL. p. 134. 463 páginas 
  3. a b c Eliezer Nardoto (1999). História de São Mateus. Primeiro mandato de Amocim Leite. único 1ª ed. São Mateus: EDAL. p. 131. 463 páginas 
  4. Eliezer Nardoto (1999). História de São Mateus. Roberto Arnizaut Silvares. único 1ª ed. São Mateus: EDAL. p. 127. 463 páginas 
  5. a b c Gustavo Pereira (24 de maio de 2011). «Morre aos 84 anos o ex-prefeito de São Mateus, Amocim Leite». Gazeta Online. Consultado em 2 de março de 2015 
  6. a b Zenilton Custódio (25 de maio de 2011). «Diabético, Amocim Leite morre aos 84 anos». Gazeta Online. Consultado em 2 de março de 2015 
  7. Ivan de Freitas (25 de Maio de 2011). «São Mateus está de luto: morre ex-prefeito Amocim Leite». Capixabão. Consultado em 2 de março de 2015 
  8. «Livro sobre Amocim Leite é lançado na Assembleia». Assembléia Legislativa do Estado do Espirito Santo. Consultado em 2 de março de 2015 
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