António Alberto Neto

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António Alberto Neto (Luanda, 16 de junho de 1943)[1] é um jurista, político, escritor e professor universitário angolano.

Foi representante do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) nos países nórdicos de setembro de 1970 a maio de 1973.[2] Foi, posteriormente, Presidente do Partido Democrático de Angola (PDA).

Biografia[editar | editar código-fonte]

António Alberto Neto nasceu no Bairro Operário, em Luanda, em 16 de junho de 1943. É sobrinho de Agostinho Neto, líder histórico do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).[3]

Tornou-se notório por ter desenhado a bandeira do MPLA em 1959, que foi adoptada pelo partido no ano seguinte. No entanto sua militância política só viria tomar maiores dimensões em 1962, quando assume a responsabilidade pela "Biblioteca Revolucionária do MPLA".[4]

Foi enviado pelo partido para cursar ciências políticas, direito e sociologia na Universidade Pierre-Mendès-France, em Grenoble. Na mesma universidade fez licenciatura em direito público e doutorado em ciências políticas. Além disso, fez especialização em direito constitucional comparado na Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne.[5]

Entre 1970 e 1973 torna-se um dos diplomatas do MPLA nos países nórdicos, quando Saíde Mingas o sucedeu.[3]

Tornou-se professor da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto (FDUAN), sendo o primeiro decano da FDUAN, em 1975.[5]

Rompeu com o MPLA na década de 1980, durante as "purgas eduardianas", sendo preso durante nove meses em Luanda.[3] Na altura a Amnistia Internacional qualificou-o como "prisioneiro de consciência".[3] Foi impedido de trabalhar na FDUAN no final da década, dado sua posição crítica à cúpula do MPLA por desrespeito ao programa do partido.[5] Foi para o Reino Unido, passando a lecionar no Universidade de Oxford e no King's College de Londres, entre 1986 e 1991.[5]

Alberto Neto retomou o Partido Democrático de Angola (PDA), e foi o candidato presidencial por esta agremiação nas eleições gerais de 1992.[2] Conquistou, na primeira volta, 2% dos votos, que lhe garantiu o terceiro lugar na corrida à presidência, atrás de José Eduardo dos Santos e Jonas Savimbi.[3]

Após as eleições, volta a lecionar na FDUAN e ruma novamente para o exterior, trabalhando entre 1997 e 1999 na Universidade de Estrasburgo, e em 2000 na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa.[5] Retorna a angola como professor da FDUAN e jurisconsulto.[5]

Referências

  1. «Alberto Neto». Club-K Angola. Consultado em 12 de setembro de 2017 
  2. a b Sellström, Tor (1999). Sweden and National Liberation in Southern Africa. [S.l.: s.n.] 120 páginas 
  3. a b c d e "Não se cumpriu nem o programa máximo, nem o programa mínimo do MPLA", critica António Alberto Neto. DW. 12 de dezembro de 2013.
  4. Kalandula TV (20 de junho de 2020). "Fui eu que criei a bandeira do MPLA". TV Zimbo. Em cena em 06.04. Consultado em 29 de agosto de 2022 – via YouTube 
  5. a b c d e f Alberto Neto, académico e autor da bandeira do MPLA. ClubK. 7 de outubro de 2009.