António José de Melo Silva César e Meneses

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O 9.º conde de São Lourenço.
António José de Melo Silva César e Meneses
Nascimento 1794
Cidadania Portugal
Ocupação militar
Prêmios
  • Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa
  • Cavaleiro da Ordem de Santiago da Espada

António José de Melo Silva César e Meneses (Lisboa, 17 de Novembro de 1794 — Lisboa, 14 de Setembro de 1863), 9.º conde de São Lourenço, foi um aristocrata e militar, oficial general do Exército Português, que se distinguiu durante a Guerra Peninsular e como apoiante do legitimismo miguelista.[1] Foi Ministro e Secretário de Estado da Guerra do governo de D. Miguel e comandante-em-chefe das forças miguelistas na fase final da Guerra Civil Portuguesa. Recebeu múltiplas condecorações e foi sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Membro da alta aristocracia portuguesa, nasceu no Palácio Sabugosa a 17 de Novembro de 1794, filho de José António de Melo da Silva César e Meneses, 8.º conde de São Lourenço e 2.º marquês de Sabugosa, e de sua mulher Leonor Maria José de Sampaio, ambos membros das principais famílias da nobreza portuguesa do seu tempo.

Seguindo a tradição familiar, alistou-se no Exército Português no ano de 1801, tendo pouco depois sido promovido ao posto de capitão e em 1804 despachado ajudante de ordens de seu pai, que entretanto fora nomeado capitão general dos Açores, seguindo nesse ano com ele para a sede da capitania, a cidade de Angra, na ilha Terceira.[1]

Após o seu regresso a Lisboa, foi colocado no Regimento da Cavalaria n.º 4, com o qual participou na Guerra Peninsular: Pelo seu desempenho durante aquele conflito, foi condecorado com as medalhas comemorativas dos Pirenéus, Orthez e Toulouse e com a Cruz da Guerra Peninsular de três campanhas.[1]

Foi ajudante de campo do marechal William Carr Beresford, permanecendo nessas funções quando foi promovido a major e a tenente-coronel. Era ajudante de campo daquele oficial britânico quando este foi obrigado retirar-se para Inglaterra na sequência da Revolução liberal do Porto, ocorrida em Agosto de 1820.

Instalado o vintismo, permaneceu contrário às ideias liberais, razão pela qual foi deportado em 1822. Caído o governo constitucional em 1824, na sequência da Abrilada, voltou a Lisboa, sendo de imediato promovido a coronel e nomeado comandando do Regimento da Cavalaria n.º 4, o seu antigo regimento, funções que exerceu até Agosto de 1826,[1] sendo demitido em consequência das mudanças políticas que resultaram do falecimento do rei D. João VI de Portugal.

Permanecendo claramente antiliberal e defensor do legitimismo, em Fevereiro de 1828, após a aclamação de D. Miguel I de Portugal, foi novamente nomeado comandante do seu regimento e pouco depois nomeado governador das armas do Partido do Porto. Manteve-se naquele comando até ser chamado a Lisboa para assumir o cargo de Secretário de Estado da Guerra do governo miguelista, funções que manteve durante a maior parte da Guerra Civil Portuguesa.

Em Fevereiro de 1833 abandonou as funções governativas para assumir o comando em chefe do exército miguelista em consequência da exoneração concedida ao general José de Sousa Pereira de Sampaio Vaía, o 2.º visconde de Santa Marta. Comandou as forças miguelistas até Julho daquele ano, sendo sucedido no cargo pelo general francês Louis Auguste Victor de Ghaisne de Bourmont.

Com a derrota do miguelismo foi obrigado a afastar-se da vida política e militar, sendo em 1851 reformado no posto de brigadeiro.

Casou a 18 de Agosto de 1811 com a sua prima Teresa Maria do Resgate Correia de Sá, filha de Salvador Correia de Sá e Benevides Velasco da Câmara, o 5.º visconde de Asseca. Após o falecimento da esposa, ocorrido a 13 de Novembro de 1832, casou a 11 de Abril de 1836 com Maria Vitória do Resgate Correia de Sá, irmã da sua primeira esposa.[1]

Faleceu a 14 de Setembro de 1863 no posto de brigadeiro reformado. Era comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, cavaleiro da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e detentor de múltiplas medalhas militares. Foi também sócio da Academia Real das Ciências de Lisboa.[1]

Referências